terça-feira, janeiro 17, 2012

50% (50/50)



Filmes com pessoas que descobrem que têm câncer são produzidos aos montes. Ainda assim, o tema continua tendo o seu apelo e para quem gosta de um bom melodrama é um prato cheio. Mas não é fácil dirigir um filme desse tipo e sair com um bom trabalho em mãos, desses de provocar catarse. O caso de 50% (2011), de Jonathan Levine, é bem particular, pois lida com o assunto de maneira leve, muito por causa da presença do comediante Seth Rogen, que equilibra o clima pesado da situação do amigo, vivido por Joseph Gordon-Levitt.

Ele é Adam, um sujeito solteiro, que namora uma bela moça (Bryce Dallas Howard), que tem uma mãe que para ele é um tanto intrusiva (Angelica Huston), um pai que sofre de Alzheimer, e cujo melhor amigo é o personagem de Rogen, que praticamente interpreta o mesmo papel em todos os filmes. Além do mais, parece que todo filme com ele tem que ter maconha na história. Mas enfim, o importante nem é tanto ele, mas Adam, e seu drama de descobrir que tem um câncer na coluna, do tipo raro, que segundo ele viu na internet tem 50% de chances de ser curado com tratamento.

50% mostra bem os estágios que Adam passa ao descobrir a doença: a negação, a raiva, a aceitação, a depressão, não necessariamente nessa ordem. A cena em que o médico fala para ele do tumor é muito boa e o filme utiliza algumas canções bem bonitas para tornar aquele momento ao mesmo tempo melancólico e belo. Mas o trabalho de Levine não seria completo se não fosse a personagem de Anna Kendrick, que desde AMOR SEM ESCALAS vem mostrando que é mais do que um rostinho bonito. Em 50%, ela é a jovem e inexperiente psicóloga encarregada de cuidar de Adam nesse difícil momento de sua vida. Eu diria que as sequências mais comoventes envolvem Kendrick.

50% é mais um caso de título de qualidade que vai direto para o mercado de vídeo. Até recebeu duas indicações para o Globo de Ouro – filme (comédia ou musical) e ator, para Gordon-Levitt. Essa visibilidade das indicações ajuda o público a ficar interessado no filme. Há também a boa aceitação pela maioria dos blogueiros, outro fator que tem ajudado na divulgação. Mesmo lamentando um pouco o fato de o filme não chegar aos cinemas, vê-lo no conforto do lar e poder chorar sozinho nos momentos mais emocionantes também não deixa de ser uma experiência bastante prazerosa.

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