sexta-feira, dezembro 16, 2011

TUDO PELO PODER (The Ides of March)



George Clooney, em seu quarto filme na direção, demonstra um apego pela temática da política, pela vontade de trazer o cinema americano de volta a um tempo em que temas mais adultos como esse eram mais prestigiados pela audiência. Clooney, com seu carisma e suas relações amigáveis com muita gente boa de Hollywood, conseguiu reunir um elenco fantástico em TUDO PELO PODER (2011), um filme que podemos ver como o que dá início à corrida ao Oscar. Pelo menos aqui no Brasil, levando em consideração que saíram as indicações ao Globo de Ouro e o filme foi indicado na categoria mais importante (melhor filme – drama).

TUDO PELO PODER, em alguns momentos, faz lembrar CIDADÃO KANE, de Orson Welles. Algumas tomadas do candidato a presidente, vivido por Clooney, até tem as suas cores esmaecidas, quase em preto e branco. Mas quem brilha mais forte mesmo é Ryan Gosling, o jovem ator que vem conquistando um papel bom atrás do outro. Aqui, ele é o secretário de imprensa da campanha, e tem como chefe o personagem de Philip Seymour Hoffman, que vê na figura de Paul Giamatti - o homem que trabalha para o candidato concorrente - uma espécie de inimigo número um. Completando o quadro, temos Evan Rachel Wood, como a jovem e bela estagiária, e Marisa Tomei, como a repórter ambiciosa.

O parágrafo um tanto chato acima foi mais para mostrar a fartura de intérpretes famosos em papéis de grande importância para suas carreiras. Todos são muito bem dirigidos pela mão firme de Clooney. E ao contrário do que muita gente pode imaginar, por se tratar de um filme sobre sucessão presidencial, o filme não tem nada de chato. Trata-se de um filme sério, sim, mas a trama é tratada como um thriller. E isso faz a diferença, já que há várias surpresas, tanto para os personagens quanto para o espectador.

E Clooney, o maestro, faz tudo com muita elegância. A cena de Seymour Hoffman dentro do carro e a câmera se afastando, por exemplo, é uma união de economia, suspense e sabedoria da parte do diretor. A utilização da escuridão em momentos-chave é também importante e de forte valor simbólico. TUDO PELO PODER é um filme que pode (e deve) ser visto várias vezes, para se analisar diversos aspectos que passam batidos na primeira apreciação. Se todos os candidatos ao Oscar forem dessa grandeza, teremos a melhor safra em anos.

TUDO PELO PODER foi indicado ao Globo de Ouro nas categorias de filme (drama), ator (Ryan Gosling), diretor (George Clooney) e roteiro (Clooney, Grant Heslov e Beau Willimon).

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