domingo, dezembro 25, 2011

AMERICAN HORROR STORY























Para quem gostou minimamente de AMERICAN HORROR STORY (2011), como foi o meu caso, mesmo assim é preciso pesar os prós e os contras. Antes de mais nada, se uma série foi capaz de me prender por três dias sem eu conseguir ver outra coisa a não ser o episódio seguinte, ela não deve ser assim desprezada. Tudo bem que há toda uma estratégia para atrair o espectador, já bem conhecida de quem trabalha com seriados ou novelas e isso vem desde os antigos folhetins - aliás, desde muito antes, desde antes de "As Mil e Uma Noites" -, mas ainda assim, isso é uma arte, não são todos que sabem fazer.

Além do mais, quem se sente atraído pela série é geralmente quem gosta de filmes de horror. E as referências a filmes conhecidos são inúmeras ao longo dos episódios. Vão desde as trilhas sonoras, sendo a mais conhecida a de PSICOSE, usada logo no primeiro ou segundo episódio, até referências na própria história a filmes como O BEBÊ DE ROSEMARY, OS OUTROS, O ILUMINADO, HORROR EM AMITYVILLE, entre outros. Eu diria que até a ELEFANTE, do Gus Van Sant. Jessica Lange, como a vizinha má, é talvez o grande destaque da série. Seu registro é de filme de horror mesmo, espelhada talvez em Bette Davis e Joan Crawford dos anos 1960.

Mas afinal, qual o problema com a série? O problema, inicialmente, está em um de seus criadores, Ryan Murphy, responsável por NIP/TUCK (2003-2010) e GLEE (2009-dias atuais). Séries como essas não são bem boas referências e essa foi uma das razões por eu ter hesitado em ver a série desde que começou. Mas assim como Allan Ball pode sair de uma série classe A como A SETE PALMOS e partir para uma de gosto duvidoso como TRUE BLOOD, é possível que o contrário também aconteça. Assim, não me arrependo de ter visto a temporada inteira. Ao contrário, histórias de casas assombradas sempre me prendem e queria ver como isso seria transposto para uma série, com tempo para aprofundar personagens e mitologia.

E é mais ou menos isso que a série faz. Digo "mais ou menos" porque há que se perceber que os personagens, principalmente a maioria, não são exatamente aprofundados. Eles são, no máximo, revelados. Os primeiros episódios são os melhores, pois muito ainda está para ser descoberto. De imediato, vamos sabendo que algumas daquelas pessoas que frequentemente aparecem na casa já estão mortas. E a cada episódio, um prólogo revela mais uma história da casa, desde os seus primeiros moradores na década de 1920. São histórias até bem horripilantes e os créditos de apresentação são bem sinistros.

Diria que o ápice da série está nos episódios especiais de Halloween, quando tudo parece um inferno, tanto para a família, quanto para os espíritos desencarnados e até para o próprio espectador. Depois disso, quando passamos a ver a série pelo ponto de vista dos mortos, fenômenos que nos assustariam em outros filmes, como livros que caem e coisas que se movem "sozinhas" passam a se tornar banais. A série acaba transformando todos aqueles espíritos em um grande condomínio fechado. Mas com um clima de perturbação que permanece até o fim, não muito satisfatório.

AMERICAN HORROR STORY foi indicada ao Globo de Ouro nas categorias de melhor série (drama) e melhor atriz coadjuvante em série, minissérie ou telefilme (Jessica Lange).

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