sexta-feira, setembro 10, 2010

PIRANHA



Com a expectativa em torno de PIRANHA 3D, o remake de Alexandre Aja, previsto para estrear ainda este ano, bem como o novo filme de Joe Dante, THE HOLE (2009) - previsto para o ano que vem e também em 3D -, senti-me na obrigação de ver o PIRANHA (1978) original. Mas "obrigação" é um termo que não se aplica para a delícia que é ver este belo thriller que aproveita descaradamente o sucesso de TUBARÃO, de Steven Spielberg, para entrar no filão dos filmes que mostram bichos assassinos das águas. Eu mesmo subvalorizava o filme, acreditando ser apenas um apanhado de cenas de jovens nadando no rio e sendo devorados pelas criaturas carnívoras. Mas a trama do filme, o seu bom desenvolvimento e a dimensão mais profunda criada para os personagens de Heather Menzis e Bradford Dillman tornam PIRANHA um pequeno clássico de sua época. A produção, vale dizer, é de Roger Corman, o rei dos filmes B, e o filme ainda conta com a participação especial da rainha dos filmes italianos de horror, Barbara Steele.

O filme começa com um casal de jovens que ultrapassam uma cerca à noite. Eles estão em busca de aventuras e nadar nus naquela piscina proibida poderia ser uma boa ideia. Mas que nada. Deles, só restam as roupas. Semanas depois, Heather Menzis é enviada para saber o paradeiro dos dois jovens e faz amizade com um sujeito pouco disposto a socializar, vivido por Bradford Dillman. Os dois vão parar no tal lugar que foi palco da morte dos dois jovens. E acabam descobrindo que ali funciona um laboratório científico que estuda mutações. Inclusive, em determinada cena, até vemos rapidamente um monstrinho passeando pelo laboratório. Difícil não lembrar de GREMLINS (1984), que Dante faria anos depois.

PIRANHA até hoje é um entretenimento de qualidade. E ao contrário do que se pode prever, as piranhas de Joe Dante são até mais convincentes do que o tubarão que pouco aparece de Spieberg. Há um cuidado bem maior com efeitos especiais. Os peixinhos de carinha antipática importados do Brasil e transformados em monstrinhos aterrorizam mesmo. Principalmente na cena em que eles atacam a balsa usada pelos protagonistas, entre outras sequências memoráveis. Ah, e a trilha sonora, se não é tão memorável quanto a do John Williams para TUBARÃO (sempre comparando), é até mais sofisticada, feita pelo grande maestro Pino Donaggio. Coisa linda, hein!

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