segunda-feira, agosto 16, 2010
À PROVA DE MORTE (Deathproof)
Foram três anos de espera. Culpa da distribuidora Europa Filmes, que se acovardou com a má recepção comercial de PLANETA TERROR e não se decidia se À PROVA DE MORTE (2007) seria lançado no cinema ou direto em dvd. Como ainda acredito que a melhor maneira de se apreciar o filme de um grande cineasta como Quentin Tarantino é no cinema, fiquei aguardando. Até já tinha baixado, só esperando a decisão final da distribuidora. Até que a PlayArte negocia e compra os direitos de distribuição. Ótimo! E o filme ganha uma data de estreia novamente. Acontece que ainda teria que esperar mais algumas semanas, depois que À PROVA DE MORTE estreou em São Paulo. Na sexta-feira 13 última, entra em cartaz a contra-parte de PLANETA TERROR em Fortaleza. Que beleza. Que legal. Mas o que eu não contava era que veria o filme numa horrível cópia digital da Rain, que mutila o filme e deixa a imagem feia, escura. O que não quer dizer que eu não tenha curtido, apesar disso. Mas quero deixar registrada a minha insatisfação. Tanto é que fiz questão de rever o filme em casa, na janela correta, imagem mais bonita. Mas o impacto das cenas de porradaria na estrada são mais fortes no cinema, mesmo. Bem como as cenas verborrágicas ou a sequência da chuva no alpendre, os pingos molhando as pernas das meninas, alcoolizadas e depois de uns baseados.
À PROVA DE MORTE é constituído de duas partes muito bem definidas. É como um disco de vinil, que tem o lado A e o lado B. Aliás, discos não faltam no filme, tocando numa daquelas antigas e charmosas jukeboxes. O filme se passa no universo de Tarantino, onde os anos 70 convivem com os dias atuais. Assim, o gosto de Tarantino é transposto para a boca de suas personagens. A trilha sonora é outro destaque e que dá também esse ar retrô. São dois grupos de garotas vítimas potenciais do maníaco que usa o carro como arma para assassinar mulheres. Seu nome é Stuntman Mike (Kurt Russell), ou Dublê Mike, como foi traduzido aqui. Algumas cenas são bem recorrentes nos filmes de Tarantino, como a imagem de duas ou mais pessoas olhando para dentro de um porta-malas de um carro. A cena das meninas do segundo bloco conversando sobre sexo, carros e filmes remete à cena inicial de CÃES DE ALUGUEL (1992). Essas sequências de longas conversas sobre assuntos "banais", que não têm relação direta com a trama, são como uma prova de fidelidade para o espectador. Quem não tem paciência e não gosta é porque não merece o filme, não merece curtir os seus diálogos e seus piques de violência.
Do grupo de meninas do primeiro bloco, destaco pelo menos duas delas no quesito beleza e sensualidade: Sydney Tamiia Poitier, que nos créditos aparece como Sydney Poitier - e eu achando que era o premiado ator que estava no elenco -; e Rose McGowan, que já havia brilhado em PLANETA TERROR, de Robert Rodriguez. Inclusive, há outra atriz de destaque no filme de Rodriguez que aparece em À PROVA DE MORTE interpetando o mesmo papel (Marley Shelton, como a Dra. Dakota Block). Há diversas piscadelas de olho para os fãs. E como sempre não dá pra reconhecer tudo. Mas aos poucos vamos reconhecendo os gostos e as taras do cineasta. Os pés de Sydney Poitier, por exemplo, são exemplos de pés lindos, perfeitos, que são destacados. O mesmo pode ser dito dos pés de Rosario Dawson.
Do segundo grupo de garotas, não há como não ficar encantado com a beleza de Mary Elizabeth Winsted. Ela fica de fora das cenas de ação e é a garota bonita e ingênua do grupo. Ela aparece em traje de líder de torcida, com uma roupa amarela nos mesmos tons que Uma Thurman usou em KILL BILL (2003, 2004). Apesar de amiga das outras, ela não se encaixa no papo e na atitude mais agressiva das outras meninas. E isso gera alguns momentos engraçados. Uma das meninas do grupo é Zöe Bell, a dublê de Uma Thurman em KILL BILL, que interpreta a "si mesma". No quesito ação/terror, como a sequência do primeiro bloco é muito rápida, é a do segundo bloco que prende o espectador na cadeira, como se ele estivesse prestes a cair ou ser arremeçado de um carro em alta velocidade.
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