sábado, outubro 18, 2008
QUINTETO (Quintet)
A idéia de ver QUINTETO (1979) foi mais para fazer uma homenagem tardia a um dos maiores astros do cinema, Paul Newman (1925-2008), que nos deixou em setembro último. Eu acreditava que não tinha nenhum filme estrelado por ele no meu acervo. Depois foi que me lembrei que tinha o DVD de BUFFALO BILL (1976), coincidentemente, também dirigido por Robert Altman (1925-2006) e ainda para ser visto. Interessante notar que tanto o ator quanto o diretor nasceram no mesmo ano, em datas próximas. O astro, se não fosse o câncer no pulmão, que mata rapidinho, teria ficado mais tempo entre nós. Coloquei QUINTETO à frente de minhas prioridades quando o vi estampado como destaque no site makingoff.org, talvez o melhor fórum para se baixar filmes do Brasil, tudo com legenda em português-br. Acredito que QUINTETO não chegou a ser lançado em DVD no Brasil. Falha da Fox.
Trata-se de uma obra bem estranha. Uma ficção científica pessimista, na qual a Terra se transforma numa espécie de geladeira e onde pessoas fazem jogos cujo único prêmio é permanecer vivo. Nesse jogo, seis pessoas jogam, uma escapa, as outras cinco serão mortas por alguém que será incumbido da tarefa. Paul Newman é um forasteiro que chega a esse lugar onde acontecem esses torneios em busca do irmão e acaba se envolvendo numa teia de intriga e mortes que acontecem de maneira tão fria quanto o gelo que envolve o planeta, a fotografia esbranquiçada que às vezes parece estar congelando nos cantos, e a própria direção de Altman, que parece gostar de frio, vide um de seus melhores trabalhos, o western QUANDO OS HOMENS SÃO HOMENS (1971).
Um dos destaques de QUINTETO é o elenco globalizado: além de Newman (americano), temos a presença do italiano Vittorio Gassman, do espanhol Fernando Rey, da sueca Bibi Anderson e da francesa Brigitte Fossey (essa, eu confesso que eu não conheço, mas como ela desempenha um papel importante, julguei também ser importante mencioná-la). Isso para ficar apenas entre os nomes mais conhecidos do elenco, já que há gente da Dinamarca, da Inglaterra, da Índia, do Canadá, da República Tcheca... As locações foram em Montreal, no Canadá, provavelmente durante um inverno bem pesado. Talvez a intenção de Altman ao utilizar um elenco tão multinacional seja o de mostrar que todos estavam no mesmo barco ali, o planeta inteiro estava prestes a atingir o seu fim, já que a comida se tornava cada vez mais escassa e as focas, que eram uma fonte de alimento até alguns anos, foram se tornando cada vez mais raras. (Se bem que faltaram representantes dos negros, dos orientais e dos árabes se a gente for levar isso em consideração.)
No que se refere ao cinema de Robert Altman, confesso que ainda sou devedor de seus filmes. Dizem que ele foi um dos grandes na década de 70 e eu um dia procurarei confirmar isso com calma, aos poucos, pois só conheço praticamente os filmes dos anos 90-2000. O fato é que esse filme em particular me causou mais sono do que interesse, apesar de ter uma trama bem enigmática e toda própria. Quem sabe no próximo, eu acerto. De qualquer maneira, fica aqui, minha homenagem ao grande Paul Newman. E uma promessa de retomar à filmografia de Altman.
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