O DEVORADOR DE PECADOS (The Order / The Sin Eater)
Ontem pra comemorar o fato de eu ter trabalhado só na parte da manhã e de o meu amigo ter me ajudado a consertar a zona dos aparelhos eletrônicos do meu quarto, fui ao cinema fazer uma sessão dupla. Estava com fome de filmes. Assisti O DEVORADOR DE PECADOS, de Brian Helgeland, diretor de O TROCO (1999) e roteirista dos últimos filmes de Clint Eastwood - DÍVIDA DE SANGUE (2002) e MYSTIC RIVER (2003), entre outros.
O filme não me empolgou muito não, mas não é um filme que merece ser ignorado. Em algumas cenas, me lembrei de A MANSÃO DO INFERNO (1980), de Dario Argento. Em outras, lembra O ÚLTIMO PORTAL (1999), de Roman Polanski. Mas isso, é claro, sem chegar perto da qualidade dessas obras geniais. O que existe é um clima de mistério que às vezes envolve, às vezes aborrece.
Pra você entrar no espírito do filme, tem que primeiro levar em consideração os dogmas da igreja católica. Por exemplo: se você estiver cheio de pecados, você não será salvo etc. Engraçado como os americanos, apesar de serem em sua maioria protestantes, têm um interesse muito grande pela Igreja Católica e seus rituais. Isso acontece principalmente em filmes de terror. Talvez porque os protestantes desmistifiquem muitas coisas. Eu, por exemplo, como fui criado numa doutrina evangélica/protestante nunca tive medo dos mortos, nem acreditava que eles voltariam para me assustar. Também não me ensinaram a rezar pela alma dos mortos ou coisas do tipo. Para os protestantes, morreu, morreu. Agora, só no dia do juízo final, quando haverá a ressurreição e tal. Nesse sentido, a Igreja Católica e o Espiritismo são terreno muito mais fértil para esse tipo de filme. Mesmo assim, chega a incomodar a crença que o filme impõe de que a Igreja Católica é a única igreja que pode te levar à salvação e todo esse blá-blá-blá.
No filme, Heath Ledger é um padre carolíngeo que investiga o assassinato misterioso do padre líder dessa ordem. Nem sei se existe mesmo essa tal ordem, mas no filme explicam que é uma ordem que se aprofunda no conhecimento, ainda que o conhecimento e a fé não andem muito bem juntos, como explica certo personagem do filme. Achei bem original a história do comedor de pecados. Ele é uma espécie de vampiro que se alimenta dos pecados dos outros, deixa a pessoa à beira da morte com a alma leve e se torna imortal, apesar do peso de tantos pecados e junto com eles, dos conhecimentos de vida das pessoas.
Não deixa de ser original a trama. Quer dizer, se o filme está copiando outro, eu não sei. A fotografia é sempre escura. Logo, não é necessário ir pra um Multiplex ou Kinoplex pra aproveitar as qualidades técnicas do filme. Algumas movimentações de câmera são bem interessantes, como a seqüência assustadora do cachorro ou a cena das duas crianças no cemitério. Vale a conferida, mas não é pra se esperar muito. Ah, e a cena que me lembrou o INFERNO de Argento foi a cena em que Ledger cai num poço.
Depois comento FREDDY VS JASON.
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