terça-feira, agosto 12, 2003

HAYNES, WILDER E IRMÃOS FARRELLY



Comento a seguir três filmes. LONGE DO PARAÍSO foi visto no cinema; os outros dois, na telinha.

LONGE DO PARAÍSO (Far from Heaven)

Ótimo filme de Todd Haynes (VENENO, VELVET GODMINE). Em 1995 Haynes já tinha trabalhado com Julianne Moore em A SALVO, filme que infelizmente ainda não vi. LONGE DO PARAÍSO tenta resgatar o clima e a maneira de se fazer melodrama nos anos 50, ao estilo Douglas Sirk. Por falar em Sirk, ando devendo a mim mesmo ver mais filmes desse diretor, considerado um mestre do gênero. O único filme de Sirk que vi foi SUBLIME OBSESSÃO (1954), que já dá pra perceber seu estilo.

A história: Julianne Moore é uma mulher casada que tenta manter as aparências e parecer sempre feliz e simpática. Na verdade, ela é uma mulher mal amada e que é casada com um marido homossexual não assumido(Denis Quaid). Ao mesmo tempo, sofre o preconceito da sociedade hipócrita e preconceituosa por ter saído com um jardineiro negro (Dennis Haysbert, sempre com jeitão de gente boa, a exemplo de seu papel de presidente em 24 HORAS.)

O filme foi feito para recriar o melodrama americano dos anos 50, desde os créditos até o tradicional "The End". Isso, de certa forma, deixa o filme um pouco artificial, já que Haynes está seguindo uma fórmula. Mas é tudo tão bem feito e agradável que não dá pra não se render ao filme. Julianne Moore, nem é preciso dizer, é um espetáculo de atriz. Talvez sem ela o filme não fosse tudo isso que é. Só achei que fosse chorar com o filme, o que não aconteceu.

A MONTANHA DOS SETE ABUTRES (The Big Carnival / Ace in the Hole)

Por falar em drama dos anos 50, ontem vi mais um filme do grande Billy Wilder, gravado da BAND. A MONTANHA DOS SETE ABUTRES (1951) traz Kirk Douglas como um jornalista inescrupuloso que acha que notícia que vende é notícia ruim e é capaz de tudo para se promover. Um dia, viajando pelo deserto dos EUA, encontra um homem que está preso numa caverna que desmoronou e torna as coisas mais dramáticas ainda para que virem notícia. O filme vai ficando melhor a cada minuto até o seu final, chapante. Pode não ser tão bom quanto CREPÚSCULO DOS DEUSES, mas isso seria quase impossível.

Estava vendo no IMDB a filmografia dele e percebi que vi poucos de seus filmes, mas todos os que vi são excelentes.

Tinha visto apenas 5 filmes dele, a maioria, comédias:

CREPÚSCULO DOS DEUSES (1950)
O PECADO MORA AO LADO (1955)
QUANTO MAIS QUENTE MELHOR (1959)
SE MEU APARTAMENTO FALASSE (1960)
A INCRÍVEL SUSANA (1942)

Agora é esperar que lancem a filmografia dele em DVD e, de preferência, com montes de extras.

KINGPIN - ESTES LOUCOS REIS DO BOLICHE (Kingpin)

Se nos anos 50, tinha-se Billy Wilder, com comédias cheias de classe; nos 90 e 00 temos os irmãos Farrelly. Não foi bem uma evolução. Hehehe. Mas eu gosto bastante das comédias da dupla. QUEM VAI FICAR COM MARY? (1998) já é um clássico e o melhor filme deles. Mais atrás vem, em ordem de preferência, O AMOR É CEGO (2001), DEBI & LÓIDE (1994) e EU, EU MESMO E IRENE (2000). KINGPIN (1996) é um filme menor dos caras.

Mesmo assim, estão lá as piadas politicamente incorretas, ainda que mais leves. No filme, Woody Harrelson é um hábil jogador de boliche que perdeu a mão e que escolhe Randy Quaid, um Amish tímido e que pratica boliche escondido de seus familiares, para participar do campeonato nacional de boliche. Como a família está passando por dificuldades financeiras, ele topa participar do campeonato para conseguir o dinheiro necessário. Destaque para a ótima participação de Bill Murray. O filme é meio bobo, mas é bem divertido. Gravado de uma sessão da tarde da Globo.

Nenhum comentário: