CEARÁ MUSIC 2002 - Noite de Sábado
Vou comentar um pouco como foi o Ceará Music no sábado. Os shows não foram muito animadores. Pelo menos pra mim.
O primeiro show da noite foi da Marina Lima. Legal. Ela estava insegura, vendo tanto garotão que não liga pra ela. Até falou que nunca tinha feito show junto com outras bandas. Achava que as pessoas estavam lá por causa das outras bandas. E não por causa dela. O pior é que era verdade. Tirando eu e outros poucos gatos pingados, pouca gente curtiu de verdade o show, que foi bem calmo. Ela cantou várias faixas do disco novo SETEMBRO, só uma de O CHAMADO (a faixa título), e duas de PIERROT DO BRASIL. Teve alguns clássicos dos anos 80 como "À francesa", "Nosso Estranho Amor", entre outras, mas poderia ter sido muito melhor.
Aí vem o Tihuana. É brincadeira. Essa banda não dá pra levar a sério mesmo. Fazendo assim, até que dá pra curtir as músicas por causa da guitarra pesada e do público que alopra nos shows deles. Legal ver (de longe) o povo pulando enquanto um dos vocalistas canta "Pula, pula, filha da..pula" hehehehe..e outras letras inspiradas que falam sobre praia de nudismo e o fato de se estar chapado.
A próxima banda a tocar era o Cidade Negra. Meu Deus. Como essa banda ficou chata. Com esse álbum acústico a banda não deixou dúvidas que é mesmo um porre. É claro que quem tá falando é o enjoado aqui. O povo que se multiplicou perto do palco provavelmente deve ter curtido. Eu só não quis morrer naquele momento porque eu ainda tinha esperança de ver o Los Hermanos naquele mesmo dia. Heheheh..
Depois do Cidade, teve um show de duas mulheres que faziam covers das músicas cantadas pela Cássia Eller. Uma homenagem. Nessa hora fui descansar no gramado. Só ouvi de longe. Não vejo muita graça em show de crooner.
O Los Hermanos estava programado pra tocar no outro palco (o menor) e já eu estava lá junto com outros fãs da banda esperando ansiosamente pra ver Camelo, Amarante e cia pela primeira vez. Outra decepção. Os nojentos do Jota Quest tinham de viajar logo e pediram pra tocar antes. Arghh.. Lá fui eu de volta pro palcão ver " uma banda numa propaganda de refrigerante".
O show foi aquela chatice. Mesmo canções do primeiro disco que eu achava legais ("As dores do mundo" e "Encontrar alguém") ficaram ruins em novas versões. Eles já não sabem mais o que fazer. Abandonaram a mistura de black music com rock e arriscaram o rock puro no desastre "Oxigênio" e agora querem voltar o que era antes com esse disco novo. Saca-se que é tudo estratégia descarada pra ganhar dinheiro fazendo música sem conteúdo.
Finalmente, o show acaba e dessa vez tem Los Hermanos mesmo. Mas infelizmente, num mini-show. Eles abrem o show com a "Música Tradicional Polonesa" que vem tocando nos shows há alguns anos. A primeira canção de fato foi "A flor", com Camelo e Amarante se alternando nos vocais. A maior parte do repertório do show foi de canções do segundo disco. Do primeiro, apenas "Anna Julia", "Quem sabe" (na minha opinião a melhor música a ser tocada ao vivo) e "Tenha Dó". Como esperado, cantaram "A Palo Seco" do Belchior. E o Amarante falou algo como "eu sou daqui". Ele é de Fortaleza? Não sabia. O show terminou com "Fingi na Hora rir", ao som de "mais um" e reclamações do público. Camelo prometeu que voltaria pra cá em breve. A turnê de BLOCO DO EU SOZINHO chegou ao fim. A banda teve de terminar logo já que as super-estrelas ainda iriam tocar: o RPM.
Paulo Ricardo se acha o cara mais gostoso do mundo. Insuportável. Teve uma hora que ele falou que queria descer e falou que ia pular ao som de gritos das meninas. Se der corda é pior. heheheh. O show é impecável tecnicamente, mas ouvir essas versões requentadas e sem graça de músicas que já moeram os nossos ouvidos tantas vezes é foda. O diferencial foi que na faixa "Rádio Pirata" ele inseriu vários trechos de canções do Led Zeppelin, Beatles, Doors, Stones. O resto é o mesmo show mostrado na MTV, inclusive a cara de quem tá "obrando" quando canta aquela música que mistura uma gravação do Renato Russo. Tem que ter mesmo essa cara de pau pra ganhar $$$$?
Mas a picaretagem estava mesmo solta na madrugada de sábado para domingo. O dia já tinha amanhecido quando o Biquini Cavadão entrou pra tocar o seu show de covers de sucessos do rock brasileiro dos 80. O som deles é muito bom, tocam muito bem e as versões ficaram todas boas. Aliás, já tinha visto eles no ano passado. Já sabia como é que eles estavam nos shows. O problema é que a gente sabe que eles só se sustentam por causa de músicas dos outros. Se fosse só a deles, aí era outra história.
Não deu pra ficar até o final. Hora de voltar pra casa com o corpo todo moído e meio frustrado. Só queria a minha cama.
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