sábado, março 28, 2015
A SÉRIE DIVERGENTE – INSURGENTE (Insurgent)
Das atuais cinesséries destinadas ao público juvenil, a franquia Divergente é uma das mais respeitadas e rentáveis. Não chega a ser nem tão boa nem tão rentável quanto Jogos Vorazes, embora tenha o seu charme. Principalmente nesta segunda parte, em que há vários momentos que se assemelham a animes/mangás, como no momento em que Trisha (Shailene Woodley) tem o seu corpo preso a fios e é obrigada a passar por determinados estágios mentais para provar certa teoria da maquiavélica diretora da Audácia, Jeanine, vivida por Kate Winslet.
Falando em Kate Winslet, um dos aspectos positivos desta segunda parte, INSURGENTE (2015) é não pintar a sua personagem excessivamente vilanesca como no primeiro filme. Nisso pelo menos o diretor Robert Schwentke soube melhorar. E outra atriz de renome que traz mais tons de cinza ao enredo é Evelyn, a líder dos Sem-Facção, vivida por Naomi Watts. Só a presença dessas duas respeitadas atrizes já passa certo ar de prestígio à franquia, embora isso não seja nenhuma garantia de qualidade.
Fazendo uma rápida retrospectiva, o primeiro filme, DIVERGENTE (2014), nos apresentou a uma cidade sobrevivente de uma suposta grande guerra que vive sob o domínio de regras nas quais as pessoas são divididas em cinco categorias. E para isso foram criados cinco grupos responsáveis em manter aquele ambiente em harmonia. São eles: Erudição, Audácia, Amizade, Abnegação e Franqueza. (No segundo filme, o trabalho desses cinco grupos fica mais claro para quem não leu os livros e apenas acompanha pelos filmes.)
E é neste ambiente que conhecemos Trisha, que descobre ser uma divergente, isto é, tem dentro de si elementos de mais de uma facção, o que significa perigo para aquela sociedade. Mesmo assim, alguém a salva de ser presa durante o exame médico e ela escolhe fazer parte da comunidade da Audácia, deixando o lar de seus pais, pertencentes à Abnegação. Depois de uma série de incidentes que não vale a pena contar aqui, no final do primeiro filme ela e mais três outros fogem das garras dos soldados de Jeanine.
Infelizmente, o que predomina em INSURGENTE é o andamento um tanto arrastado e pouco interessante para uma produção do tipo. O que dá uma ideia do que pode vir por aí no terceiro e no quarto filmes, que mais uma vez serão adaptações de um só livro divididos em parte 1 e parte 2. Herança dos efeitos nocivos da série Harry Potter, que acabou revelando uma saída espertíssima para ganhar mais dinheiro dos espectadores. Se INSURGENTE já é problemático em questão de ritmo, o que dizer do que virá em CONVERGENTE, em suas duas partes? O gancho deixado abre espaço para uma série infinita de possibilidades, mas será que conseguirão fazer algo digno com a mesma equipe criativa?
Ao menos a entrada da personagem de Naomi Watts deu uma refrescada na trama. Além do mais, não dá pra acusar a série de ser maniqueísta, já que há personagens que se revelam diferentes do esperado na trama, em especial os vividos por Miles Teller (que está muito bem, ainda mais depois que ganhou grande visibilidade por causa de WHIPLASH – EM BUSCA DA PERFEIÇÃO) e em menor grau Ansel Elgort (A CULPA É DAS ESTRELAS). Já Theo James, como o Quatro, é o típico herói bonito e sem defeitos que funciona mais para agradar as meninas, além de ter também função de salvador em algumas cenas de ação e interesse romântico da heroína.
P.S.: Sou só eu que acho ridículo esses títulos brasileiros, que colocam o nome do primeiro filme como se o público deixasse de conhecer se não estivesse lá? Seguindo o rastro de A Saga Crepúsculo, agora temos que aguentar A Série Divergente... Coisas do mercado medroso.
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