sábado, novembro 22, 2014
TRÊS FILMES FRACOS
Ok, comparando com os blogs de outros colegas cinéfilos, este aqui até que não está tão abandonado. Mas desde já peço desculpas aos fiéis leitores ou aos ocasionais pelos textos meio atabalhoados. O tempo parece que tem estado do lado apenas do Mick Jagger esses dias. Mas vamo que vamo com uma postagem tripla e comentários rasteiros de filmes que não merecem mesmo muitas palavras.
ISOLADOS
Sempre que vemos algum filme de horror brasileiro no circuito, não há como não torcermos por seu sucesso, tanto nas bilheterias quanto de produção artística. Infelizmente ISOLADOS (2014), de Tomas Portella, não é um de nossos melhores exemplares. Possui até alguns momentos que remetem a alguns filmes de horror e mistério de nosso grande mestre Walter Hugo Khouri (gosto especialmente da casa cheia de "janelas" no meio da floresta), mas no geral é um filme que procura apostar mais na atmosfera do que no roteiro e dá com os burros n’água. Na trama, um casal vivido por Bruno Gagliasso, um médico, e Regiane Alves, sua paciente com problemas de depressão, vai até uma casa situada em um local afastado da cidade justamente quando um terrível assassino de mulheres está à solta. O filme traz uma sucessão de clichês que só agradam mesmo os fãs de cinema de horror que não se importam tanto em ver obras ruins. Eu meio que me incluo nesse grupo, portanto, não vi a apreciação de ISOLADOS como uma perda de tempo, mas como mais um passo, ainda que errado, do cinema de horror no Brasil. Aos poucos, a gente chega lá.
O CANDIDATO HONESTO
Justo quando eu começava a simpatizar com Leandro Hassum, graças ao divertido VESTIDO PRA CASAR, eis que lá vem ele com mais uma parceria com o nefasto Roberto Santucci, o mesmo dos horríveis ATÉ QUE A SORTE NOS SEPARE (2012) e sua continuação (2013). O CANDIDATO HONESTO (2014) é uma versão mequetrefe de O MENTIROSO, comédia divertida com Jim Carrey. Na versão brasileira, Hassum interpreta um político corrupto que, da noite para o dia, depois de um encontro com sua avó moribunda, passa a ser incapaz de mentir ou de fazer qualquer ato imoral. Isso acaba por atrapalhar completamente sua campanha. O destaque aqui é o apelo para os palavrões, que até então não tinham aparecido nas comédias de Hassum. Acabou tornando o produto final ainda mais vulgar. E olha que eu não tenho nada contra palavrões. Eles apenas não combinaram em nada aqui neste filme que não tem nada que se aproveite.
FÚRIA (Tokarev / Rage)
É impressionante a quantidade de filmes em que Nicolas Cage se autossabota, como tivesse cometido um crime terrível e agora precisasse se purgar através de filmes ruins. Tudo bem que cinco anos atrás tivemos a oportunidade de vê-lo protagonizando VÍCIO FRENÉTICO, de Werner Herzog, mas é pouco em uma filmografia de cerca de três a quatro filmes por ano. Quando FÚRIA (2014) teve o seu trailer disponibilizado e o nome do pouco conhecido cineasta espanhol Paco Cabezas foi citado, imaginou-se que poderia ser uma espécie de resgate aos bons tempos de Cage, já que o cineasta tem dois filmes aplaudidos pela crítica – APARECIDOS (2007) e CARNE DE NEÓN (2010) – e talvez pudesse fazer alguma diferença no comando desse filme sobre morte, máfia e vingança. Na trama, Cage é um sujeito que já fez parte da máfia, mas que agora é um homem desligado dos negócios ilícitos. Quando sua filha é sequestrada, ele não vê outra alternativa a não ser ir em busca dos possíveis criminosos, da maneira mais violenta que pudesse. Se ao menos FÚRIA carregasse mais nas tintas da violência gráfica, talvez fosse um trabalho que chamasse mais a atenção, mas nem mesmo isso tiveram a coragem de fazer.
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