domingo, julho 07, 2013
FAMÍLIA SOPRANO – A SEXTA TEMPORADA COMPLETA (The Sopranos – The Complete Sixth Season)
No dia 19 de junho, morreu em Roma um dos mais queridos atores dos últimos anos, James Gandolfini. Seu papel como o líder da máfia de Nova Jersey Tony Soprano o aproximou de muitos que puderam acompanhar a cultuada série. Aprendemos com o tempo a amar aquele homem capaz de matar homens e mulheres, se achasse conveniente. A agressividade e o egoísmo do personagem eram eclipsados por sua doçura e desnudamento de sua personalidade a cada episódio. Ver os últimos episódios da sexta e última temporada de FAMÍLIA SOPRANO (2006/2007) foi um tanto doloroso, em parte por causa do falecimento de Gandolfini, mas também porque a própria natureza do final da série é de nos deixar impressionados e boquiabertos.
Se as temporadas anteriores já haviam colocado a série entre as melhores realizações da televisão de todos os tempos, a sexta temporada, bem mais longa, serviu para lhe dar um ar de perfeição. Cada episódio é uma obra de arte separada, que poderia ser analisado em parte, mas devido à lembrança e ao impacto do final da temporada, brusco e surpreendente, é desse episódio que mais lembramos. O final, moderno, pode ser analisado de diversas maneiras e talvez por isso seja tão rico. Ao mesmo tempo, difícil pensar em outra maneira tão boa de darmos adeus a Tony, Carmela (Edie Falco), A.J. (Robert Idler) e Meadow (Jamie-Lynn Sigler), o núcleo duro da família.
Mas, tentemos lembrar de outros grandes momentos desta excepcional temporada. Pra começar, o primeiro episódio termina de maneira impactante: o tio Junior (Dominic Chianese), em momento de perturbação mental, esfaqueia a barriga de seu sobrinho, Tony. Os próximos episódios, com o protagonista em coma no hospital, são incrivelmente intrigantes, já que o jogam para uma espécie de universo paralelo, com Tony tentando voltar para casa e encontrando surreais obstáculos. O clima de sonho impera nessa nova vida de Tony, ao mesmo tempo que, na vida real, família e amigos choram com a situação do chefão.
Outro momento inesquecível acontece no episódio 5, quando Tony já está de volta ao seu mundo e vai ao casamento da filha de John Sack (Vincent Curatola), o líder da máfia de Nova York que se encontra preso. John consegue permissão para ir ao casamento da filha, mas a situação para ele é extremamente humilhante. Impressionante como a série faz com que nos solidarizaremos com pessoas tão cheias de maldade na alma. E esses italianos sabem como fazer de tudo uma tragédia de grandes proporções.
Não há como esquecer a situação de Vito (Joseph R. Gannascoli). Homossexual enrustido pelas leis machistas da sociedade em que vive, quando descobrem seu segredo, ele foge para outra cidade, deixando mulher e filhos, a fim de não ser assassinado por aqueles que não aceitam sua condição, achando que ele estaria envergonhando a família. Sabemos que mais cedo ou mais tarde a história de Vito terminaria em tragédia.
Há, enfim, uma série de situações igualmente importantes, que só ajudam a tornar a série cada vez melhor, como as crises no relacionamento de A.J. com a bela latina Blanca (Dania Ramirez), o episódio da briga de Tony com seu cunhado Bob (Steve Schirripa), as aventuras de Chris (Michael Imperioli) no mundo do cinema e sua luta contra a dependência química, o episódio do acidente de carro, e, principalmente, a guerra declarada contra o novo chefão de Nova York, Phil (Frank Vincent), aproximando a série de seu objeto de inspiração, O PODEROSO CHEFÃO, de Francis Ford Coppola. Mas com a vantagem de poder expandir o seu universo em 86 episódios de violência e paixão.
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