segunda-feira, maio 21, 2007

ESCOLA DE IDIOTAS (School for Scoundrels)



Acabei vendo esse filme meio que por acaso. Não que ele não estivesse na minha lista de títulos a assistir, mas é que ele estava no final da minha fila de prioridades. Porém, por causa de uma informação errada do jornal local sobre o horário de SUNSHINE - ALERTA SOLAR, eu não tive outra opção a não ser encarar este ESCOLA DE IDIOTAS (2006). O enredo e a presença de Ben Stiller no cartaz até que me despertaram alguma simpatia. Em geral, gosto muito dos filmes protagonizados por Stiller, por mais que alguns deles sejam bem esquecíveis. O problema é que ele só aparece lá pelo finalzinho do filme - se eu não engano, seu nome não aparece nos créditos iniciais - e seu papel não tem a menor graça. Quem encabeça o elenco de ESCOLA DE IDIOTAS é Jon Heder, conhecido por seu papel-título em NAPOLEON DYNAMITE, e Billy Bob Thornton, que tem se revelado um bom comediante. Mas o que fazer quando uma comédia não faz rir e seus personagens não despertam a simpatia do espectador? Pra mim, isso pode ser o primeiro sinal de que houve uma falha no filme.

Na trama, Jon Heder é um jovem muito tímido e que sofre de crises de pânico, de ansiedade e de baixa auto-estima que trabalha como guarda de trânsito. Vendo a sua situação difícil, um amigo lhe recomenda um curso que vai lhe ajudar a superar o seu problema e até mesmo conquistar a garota dos seus sonhos (Jacinda Barrett, de UM BEIJO A MAIS). O curso é de caráter ultra-secreto. Ninguém deve saber. Além do mais, o preço é bem salgado. Mas para alguém desesperado, dinheiro é a menor das preocupações, principalmente se o objetivo fosse alcançado. O professor do curso é o Dr. P (Billy Bob Thornton), cujos métodos chegam a ser um bocado violentos, praticamente uma terapia de choque. Tudo para que o aluno consiga despertar o seu leão interior. Uma das cenas mais divertidas é quando os alunos, ao sinal de um bip, são obrigados a arranjarem alguma briga. Mas esse é um dos poucos momentos realmente engraçados do filme.

A falta de auto-estima e as crises de pânico são problemas cada vez mais comuns nos dias de hoje e não duvido que alguém acredite que os métodos impostos pelo Dr. P podem mesmo surtir algum efeito. Bom, se até assistindo ao episódio "The Opposite", de SEINFELD, eu cheguei a cogitar uma luz para os meus problemas, a fuga pelo caminho da mentira e da cafagestagem ministrada pelo Dr. P não deveria ser de todo ruim. Os fins justificam os meios, principalmente quando não se acredita em karma, pecado ou algo do tipo - o que não é o meu caso. Mas seria tão bom se o filme fizesse o público rir em vez de ficar aborrecido. Será que o filme não desperta os risos porque o tema é sério demais para o público deprimido dos dias atuais? No meu caso, achei bem mais fácil sentir algo próximo de um sentimento de pena do personagem de Jon Heder do que uma vontade deliciosamente sádica e libertadora de rir dele. Mas vai ver a culpa é mesmo do diretor/roteirista Todd Phillips, que teve a sorte de acertar a mão em CAINDO NA ESTRADA (2000), que era uma comédia até de "mau gosto", mas que funciona. Não cheguei a ver STARSKY & HUTCH (2004), mas sei que é um filme que tem os seus fãs.

Para os admiradores de Sarah Silverman, vale avisar que ela está no filme no papel da colega de quarto de Jacinda Barrett. O problema é que a sua personagem é tão irritante e chata que acredito que nem os fãs da comediante gostarão.

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