OSAMA
Se OSAMA (2003) não pode ser visto como grande cinema, pelo menos podemos vê-lo como um filme de denúncia. Não dá pra querer que um país como o Afeganistão faça filmes muito sofisticados ou estilosos. Até o final do filme é meio brusco, como se tivesse sido finalizado às pressas, assim como também era o final de A CAMINHO DE KANDAHAR (2001), outro filme que retratava o sofrimento do povo afegão. Acho importante que filmes como esse sejam exibidos em todo mundo, já que o cinema é a forma de arte que melhor chance tem de ser mostrada em várias partes do mundo.
OSAMA é um pouco melhor que Kandahar. Livra-se logo no começo do personagem estrangeiro, o jornalista com câmera na mão, para se concentrar no drama da menina que se disfarça de menino para poder trabalhar e trazer comida para casa. A mãe era viúva, o pai morrera numa dessas ?guerras santas? promovidas por Bin Laden. O nome de Bin Laden é citado uma vez apenas no filme. Os grandes vilões do filme são os talibãs, fundamentalistas islâmicos imbecis que não permitem que as mulheres saiam sem usar as burcas, entre outras proibições e regras. Nem os pés das mulheres são permitidos ficar à mostra, para não excitar os homens.
Há no filme uma cena em que uma mulher é apedrejada, ainda que a cena não seja explicitamente mostrada. O apedrejamento é bem cruel: deixam a pessoa enterrada apenas com a cabeça de fora e dão início à chuva de pedras. Por falar em punições horríveis, dia desses recebi um e-mail com um vídeo de um homem sendo empalado. Uma coisa realmente horrível. E o pior é que a população assistia a tudo e cantava e batia palmas. Quantas coisas cruéis e vergonhosas têm sido feitas em nome da religião e da fé cega, hein?
OSAMA ganhou o Globo de Ouro de filme estrangeiro esse ano.
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