segunda-feira, junho 09, 2014

TRÊS DOCUMENTÁRIOS BRASILEIROS























Ainda na tentativa de diminuir a lista de filmes a escrever a respeito, segue mais um post "três em um", com três documentários brasileiros com visões muito particulares de seus diretores, os quais desempenham também papéis de personagens em seus trabalhos. Dois deles mereciam uma postagem só para eles; o outro só merece umas poucas linhas mesmo.

UMA PASSAGEM PARA MÁRIO 

Exibido numa mostra especial dedicada a filmes brasileiros, UMA PASSAGEM PARA MÁRIO (2013) é um documentário que tem os seus problemas, mas que eu fico muito feliz de tê-lo visto. O filme de Eric Laurence documenta uma viagem que o próprio diretor fez em homenagem ao seu amigo Mário, que sofre de câncer no fígado. A primeira cena do filme já chama a atenção, ao vermos o médico dando o laudo de mais uma boa batalha de Mário contra o terrível inimigo. O filme só cai um pouco mesmo quando ele sai de cena, embora a última cena dele, sempre um sujeito alegre e alto-astral, seja marcante. O filme se recupera no final, poético, e que faz jus à amizade dos dois.

OS DIAS COM ELE 

Também exibido na mesma mostra, mas bem melhor resolvido, é este OS DIAS COM ELE (2013), de Maria Clara Escobar, que só peca mesmo pelo fato de seu objeto de estudo ser um sujeito chato pra caramba. No caso, é o pai biológico da própria diretora. Hoje ele é um homem que vive recluso, mas foi um importante intelectual que foi preso e torturado nos tempos da ditadura. Chego a me perguntar se o filme existiria sem esse dado, já que há uma moda atual de filmes envolvendo os anos de chumbo. A sorte é que Maria Clara faz um filme sobre a dificuldade de sua aproximação a um homem que mais prefere a companhia dos gatos à presença humana e cujo discurso é geralmente um tanto borrado e confuso. Mesmo assim, trata-se de um belo filme, que conta com alguns momentos memoráveis. Um deles é um em que a própria Maria Clara lê um texto que o pai se recusa a ler.

ENTRE MIM E ELES 

Já ENTRE MIM E ELES (2013), de Marcelo Ikeda, se enquadra na categoria de um dos piores filmes já vistos por esst humilde escriba. A ideia de Ikeda é fazer um making of diferente do filme do coletivo cearense Alumbramento OS MONSTROS. Acontece que sua tentativa de ser muito poético acaba deixando tudo muito chato. Pode ser que existam defensores do filme, além do próprio diretor, mas é preciso ter uma boa vontade imensa. E o pior é que ENTRE MIM E ELES poderia ser tachado apenas como chato, mas o diretor resolveu terminá-lo de uma maneira tão ridícula que até parece que ele estava fazendo aquilo de sacanagem. Do tipo: "olha como eu consigo piorar ainda mais o que já é muito ruim".

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