domingo, dezembro 09, 2012

A ÚLTIMA CASA DA RUA (House at the End of the Street)























Quando filmes como A ÚLTIMA CASA DA RUA (2012) chegam aos nossos cinemas fica uma falsa impressão que não se está se produzindo mais filmes de horror e suspense de qualidade por aí. Até porque o saldo de bons filmes do gênero no circuito durante o ano não foi dos melhores. A presença de Jennifer Lawrence explica o fato de o filme chegar aos nossos cinemas: de carona no sucesso de JOGOS VORAZES, uma das melhores bilheterias do ano.

E Jennifer Lawrence foi uma garota que chegou em Hollywood com os dois pés na porta, já recebendo indicação ao Oscar, com INVERNO DA ALMA, um filme independente que soube aproveitar o talento da jovem, que conquistou também papel em franquia de sucesso (X-MEN: PRIMEIRA CLASSE) e que estará muito provavelmente presente num dos filmes de destaque do Oscar 2013, O LADO BOM DA VIDA, de David O. Russell.

Entre um ou outro trabalho de prestígio ou de grande visibilidade, por que não encarar um filme de horror de baixo orçamento? E o que há de filmes bons e baratos do gênero não está no gibi. Infelizmente não é o caso de A ÚLTIMA CASA DA RUA, que teve sua história creditada, para minha surpresa, a Jonathan Mostow, um diretor que por algum motivo foi sendo esquecido pela indústria, mesmo tendo ótimos trabalhos no currículo. Soube que o projeto era originalmente dele como diretor e Richard Kelly, como roteirista.

Mas Hollywood tem dessas coisas e A ÚLTIMA CASA DA RUA foi parar em outras mãos. E se não é de todo ruim, é porque ainda trabalha com os velhos clichês e com algumas cartas na manga para garantir uma ou outra surpresa para a audiência. Mas desde o começo o filme se mostra bem frágil. Era para ter um prólogo violento, intenso, perturbador: uma garota mata o pai e a mãe e foge para a floresta. Se até o prólogo é tratado com desleixo, o que dizer do desenvolvimento, que é mais difícil?

Na trama, Elisabeth Shue e Jennifer Lawrence são mãe e filha mudando-se para uma casa numa pequena cidade. A casa é barata por causa da casa vizinha, palco dos acontecimentos do citado prólogo. Trata-se de um ponto de partida que já vimos em tantos outros filmes que a impressão de falta de mínima criatividade fica no ar o tempo todo.

Há o sujeito que sobreviveu à chacina e que ainda mora na casa dos pais assassinados. Na cidade, todos o tratam como uma aberração, mas a jovem recém-chegada da cidade grande vê nele algo de bom que os outros não enxergam. Até porque o primeiro sujeito que deu em cima dela se mostra logo um mau caráter.

Se visto como um assumido bad movie, dá para se divertir numa boa com A ÚLTIMA CASA DA RUA. Só assim para gostar do filme, que tem os seus momentos de tensão, embora estragados pelo roteiro ruim. Até a montagem, no clímax do filme, se revela bem vagabunda, confundindo e tentando resolver a situação de maneira muito apressada. A impressão que fica é que os membro da equipe criativa, vendo o monstro que criaram, disseram uns aos outros: "vamos acabar logo com isso de uma vez".

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