segunda-feira, março 18, 2013
MURALHAS DO PAVOR (Tales of Terror)
Dentre as várias adaptações de Edgar Allan Poe dirigidas por Roger Corman, MURALHAS DO PAVOR (1962) é uma das mais famosas. Fazia tempo que não via esses filmes do Corman dessa fase, que talvez represente o seu auge como diretor, com um cuidado todo especial com a produção, fotografia belíssima em cores e em scope e um respeito pela obra do genial escritor bostoniano. Fazia mais de dez anos que eu não via um desses filmes e este era inédito pra mim, até então. Preciso rever vários que vi em fita VHS. Agora, com a possibilidade de ver em qualidade digital, esses filmes podem ser muito melhor apreciados.
MURALHAS DO PAVOR apresenta três histórias baseadas em contos de Poe. A primeira delas talvez seja a melhor, "Morella", em que uma jovem visita o pai que não vê há muitos anos. O pai é vivido por Vincent Price, que agora é um sujeito amargo e que vive longe de todos, numa casa cheia de teias de aranha (e com aranhas enormes na mesa da cozinha) e, o que é mais interessante, vive com o cadáver da esposa em sua casa. As duas atrizes que fazem tanto a mãe quanto a filha são bem bonitas.
O segundo segmento, "The Black Cat", é o mais problemático, pois é mais longo que os outros e toma mais liberdades poéticas em relação ao conto de Poe, inclusive, acrescentando parte do enredo de outro conto famoso do escritor, "O Barril de Amontillado". Interessante é ver o duelo de interpretações de Peter Lorre e Vincent Price. Há momentos mais leves, como a sequência da degustação de vinho, em que podemos ver o lado mais cômico de Price.
Price também está no terceiro e último segmento, "The Case of M. Valdemar", no papel do próprio Valdemar, o velho moribundo que, através de técnicas de hipnotismo, tem conseguido sentir alívio das dores. Seu desejo é que, no exato momento em que morrer, ele esteja hipnotizado, num estado entre o mundo dos vivos e o dos mortos. Outra atriz muito bonita de MURALHAS DO PAVOR está presente neste segmento, Debra Paget, no papel da filha do sr. Valdemar. Infelizmente, ela se aposentou muito cedo do cinema, depois que se casou com um milionário chinês. Ainda assim, a moça ainda pode ser vista no trabalho seguinte de Corman, O CASTELO ASSOMBRADO (1963).
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