sexta-feira, março 22, 2013
BEM-VINDO AOS 40 (This Is 40)
Mais um filme que não tem previsão de chegar no Brasil. No cinema, nem se cogita; em home video, deve chegar sem muita pressa, como aconteceu com o trabalho anterior de Judd Apatow, TÁ RINDO DO QUÊ? (2009). Interessante, aliás, como Apatow tem se firmado mais como produtor, tanto de cinema quanto de televisão, e dirigido os trabalhos mais pessoais com menor frequência, como é o caso deste BEM-VINDO AOS 40 (2012). Aqui, ele volta novamente à fatídica idade de 40 anos, que foi como ele começou na direção de longas-metragens para cinema, com o engraçadíssimo O VIRGEM DE 40 ANOS (2005).
Aqui, porém, ao contrário do personagem de Steve Carrell no citado filme, os protagonistas de BEM-VINDO AOS 40 têm uma vida financeira e sentimental já estabelecida, o que não quer dizer que eles se sintam totalmente à vontade e felizes. Os dois personagens, Pete (Paul Rudd) e Debbie (Leslie Mann), saíram de um dos maiores sucessos de Apatow, LIGEIRAMENTE GRÁVIDOS (2007), e agora são vistos mais aproximadamente: um casal que se ama, mas que se odeia também de vez em quando. Muitas vezes sentindo o fardo de viver um com o outro. O diretor procurou, sem se privar do humor, uma visão realista do casamento.
Como seus filmes têm um diferencial, nem dá para dizer que seja uma visão estereotipada do casamento. Inclusive, há algumas ousadias, como quando Pete confessa ao amigo, em tom de brincadeira, mas que no fundo parece ser de coração, que às vezes pensa como seria mais tranquila a sua vida se Debbie morresse. Isso porque ela, como geralmente acontece com as mulheres, mais "pé-no-chão", mais realistas e responsáveis, reclama de muitas coisas do marido, como sua ideia de se dedicar a um trabalho que ele gosta muito, mas que tem pouco retorno financeiro, ou das várias vezes que ele empresta dinheiro para o seu pai (Albert Brooks, ótimo).
Aliás, há vários personagens coadjuvantes que roubam a cena quando aparecem, como é o caso de Desi, a personagem Megan Fox, aqui mais bela e sensual do que nunca. Charlene Yi, a Dra. Chi Park, da última temporada de HOUSE aparece, meio que fazendo o mesmo papel da série. Aliás, eu tinha esquecido que ela também aparece em LIGEIRAMENTE GRÁVIDOS. Outro que repete o papel aqui é Jason Segel, como o personal trainer Jason. Há também a protegida de Apatow, Lena Dunham, a criadora da série GIRLS, que não parece nada diferente de sua personagem na série. Chris Owd é outro rosto conhecido de GIRLS. Mas talvez quem a gente deva destacar mesmo, no sentido de melhor intérprete, seja o personagem do pai de Debbie, vivido por John Lithgow.
BEM-VINDO AOS 40 é bem agradável de assistir e tem momentos tão descontraídos que parecem saídos de uma boa série de televisão. O próprio Apatow, mais uma vez, não se importa em ultrapassar as duas horas de duração de sua comédia. Pode até parecer gordura do filme e que não o deixa redondinho para uma exibição com sucesso nos cinemas, mas é bom ver um trabalho com essas liberdades. BEM-VINDO AOS 40 é também bastante pessoal, no sentido de o diretor estar trabalhando com a própria esposa (Leslie Mann) e com os próprios filhos, as duas filhas de Debbie. Assim, há toda uma ambientação que parece saída da própria vida privada de Apatow.
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