terça-feira, janeiro 01, 2008

TOP 20 2007



1. CÃO SEM DONO, de Beto Brant e Renato Ciasca
2. O HOSPEDEIRO, de Bong Joon-ho
3. OS DONOS DA NOITE, de James Gray
4. PRO DIA NASCER FELIZ, de João Jardim
5. IMPÉRIO DOS SONHOS, de David Lynch



6. TROPA DE ELITE, de José Padilha
7. DÉJÀ VU, de Tony Scott
8. BAIXIO DAS BESTAS, de Cláudio Assis
9. À PROCURA DA FELICIDADE, de Gabriele Muccino
10. O PASSADO, de Hector Babenco



11. PLANETA TERROR, de Robert Rodriguez
12. CARTAS DE IWO JIMA, de Clint Eastwood
13. APOCALYPTO, de Mel Gibson
14. BATISMO DE SANGUE, de Helvécio Ratton
15. BORAT - O SEGUNDO MELHOR REPÓRTER DO GLORIOSO PAÍS CAZAQUISTÃO VIAJA À AMÉRICA, de Larry Charles



16. SANEAMENTO BÁSICO, O FILME, de Jorge Furtado
17. A RAINHA, de Stephen Frears
18. O TEMPO QUE RESTA, de François Ozon
19. LETRA E MÚSICA, de Marc Lawrence
20. ANTES SÓ DO QUE MAL CASADO, de Peter & Bobby Farrelly

Foi um ano bem esquisito esse 2007. Em todos os sentidos. Um ano perturbador e desafiador pra mim. De muitas lutas, tanto interiores quanto exteriores. Mas já que escapei vivo pra contar a história, então posso me considerar um vencedor e mais fortificado. A luta continua, mas a esperança é de que 2008 seja um ano bem mais satisfatório, mais feliz, com muito amor, paz e saúde, já que de conflitos, a gente já anda muito cansado. Claro que houve as viagens para relaxar, sendo as principais, a de Porto Alegre, de Natal, de Jericoacoara e de Canoa Quebrada, agora no final do ano. Ao lado de amigos queridos, a gente sempre se sente melhor.

No território dos filmes, foi um ano bom, um ano de surpresas agradáveis. Entre as maiores surpresas, destaco OS DONOS DA NOITE, de James Gray, um filmaço em todos os sentidos, herdeiro direto de O PODEROSO CHEFÃO, e DÉJÀ VU, de um cineasta que eu nunca levei muito a sério: Tony Scott. Ambos os filmes me fascinaram, cada um à sua maneira. Por outro lado, um filme que eu jurava que estaria no topo desse ranking, IMPÉRIO DOS SONHOS, a nova loucura de David Lynch, não me "pegou" da mesma maneira que o trabalho anterior do genial cineasta. Mas ainda assim é Lynch e não deixa de ser um filme fantástico e desafiador. E creio que posso mudar de opinião quando tiver a chance de assistí-lo outras vezes. Talvez o filme seja uma espécie de 2001, que vai ser melhor apreciado com o tempo. Mas a intenção aqui é deixar a impressão do momento.

O ano de 2007 foi um ano de ouro para o cinema brasileiro. Além do fenômeno TROPA DE ELITE, que já começou bombando antes mesmo de sua estréia oficial, o melhor filme do ano, pra mim, foi nacional: o bressoniano CÃO SEM DONO, de Beto Brant, que me deixou quase aos prantos no final da projeção. PRO DIA NASCER FELIZ foi um documentário que não saiu da minha cabeça durante semanas depois de tê-lo visto. Gostei tanto que comprei o dvd. Fui um dos poucos a ter gostado do polêmico BAIXIO DAS BESTAS, do maluco de plantão Cláudio Assis, que demonstrou um apuro técnico e uma coragem de dar a cara à tapa impressionantes. BATISMO DE SANGUE é outro filme cujas marcas da violência estão presentes desde a sua cena inicial e é mais uma obra a nos fazer lembrar o quão negro foi o cenário político brasileiro na época da ditadura militar. E saindo um pouco do peso e entrando na leveza, mas sem perder o aspecto crítico e social, não podemos esquecer do subestimado SANEAMENTO BÁSICO, O FILME, de Jorge Furtado.

Poderia incluir também na lista O PASSADO, o mais novo trabalho de Hector Babenco, mas como ele resolveu filmá-lo na Argentina, consideremos o filme como sendo internacional. Também fora do eixo hollywoodiano, o grande destaque do ano pra mim foi O HOSPEDEIRO, do coreano Bong Joon-ho. Esperemos que esse boom em torno do cinema sul-coreano não seja apenas um hype, já que filmes extraordinários como esse vamos querer ver sempre. Também tenho gostado muito do cinema de François Ozon. Dos mais "novos" cineastas da França, ele tem se destacado, ao lado de Olivier Assayas. O TEMPO QUE RESTA é um belo filme sobre a vida de uma pessoa jovem murchando.

E apesar de dizerem que americano não quer saber de outra língua que não seja o inglês, cada vez mais cineastas americanos têm se aventurado em fazer filmes falados em línguas estrangeiras, como foi o caso de Mel Gibson com a sua violenta aventura APOCALYPTO, e de CARTAS DE IWO JIMA, de Clint Eastwood, sobre a bravura do povo japonês frente à morte iminente. Um filme que funciona tanto em separado, como complemento de A CONQUISTA DA HONRA. E falar em Clint hoje em dia é quase como se falar em Oscar, e da época do Oscar, um dos títulos mais admiráveis desse período do ano foi A RAINHA, do inglês Stephen Frears, um trabalho que só tende a crescer à medida em que pensamos nele. E como esquecer também do melodrama À PROCURA DA FELICIDADE, com aquele final de deixar a gente chorando feito bobo?

Mas nem só de tristeza e de violência se fez 2007. A comédia também teve lugar, com títulos de peso como o politicamente incorreto BORAT, de Larry Charles; a comédia romântica MÚSICA E LETRA, que atesta a genialidade de Hugh Grant e confirma mais uma vez a graça de Drew Barrymore; e ANTES SÓ DO QUE MAL CASADO, o novo petardo dos irmãos Farrelly, os grandes mestres da comédia da atualidade. Poderia encaixar nessa lista de comédias PLANETA TERROR, definitivamente o melhor trabalho de Robert Rodriguez e um filme divertidíssimo, que nos deixa com um sorriso no rosto do início ao fim da projeção.

A lista acima, vale esclarecer, é apenas de filmes vistos no cinema no ano de 2007, não importando se o filme estreou em São Paulo em 2006. Por enquanto, estou mantendo essa regra, embora o ato de baixar filmes que eu perco nos cinemas esteja se tornando cada vez mais comum. Portanto, é possível que nos próximos anos eu quebre essa regra. Para os filmes vistos na telinha, faço outra lista à parte.

Quase entraram

Ficaram de fora por falta de espaço, mas merecem ser lembrados com honra: C.R.A.Z.Y. - LOUCOS DE AMOR, A CONQUISTA DA HONRA, ROCKY BALBOA, OS 12 TRABALHOS, PREMONIÇÕES, POSSUÍDOS, INSTINTO SECRETO, MANDANDO BALA, CONDUTA DE RISCO.

Os piores do ano

Lista de piores é tão pessoal quanto lista de melhores, já que minha intenção aqui é citar os filmes que mais me irritaram ou que me deram aquela terrível sensação de que eu estou perdendo um tempo enorme da minha vida. Destaco as seguintes tosqueiras:

1. DREAMGIRLS - EM BUSCA DA FAMA
2. PIAF - UM HINO AO AMOR
3. NÚMERO 23
4. JOGOS MORTAIS 4
5. A ESTRANHA PERFEITA

As séries

2007 também foi um ano importante para as séries. Duas das minhas séries favoritas de todos os tempos, eu tive a chance de terminá-las nesse ano. Falo de A SETE PALMOS e TWIN PEAKS. Quem acompanhou o blog durante o ano sabe o quanto essas séries representam pra mim. No campo mais light, os destaques são THE OFFICE e ENTOURAGE, duas séries viciantes com personagens cativantes e momentos de muita descontração e/ou constrangimento. O intrigante final da terceira temporada de LOST também foi um dos destaques do ano. Tão bom que se a série terminasse na terceira temporada, eu a acharia perfeita. Mas que venha mais! As segundas de DEXTER e de PRISON BREAK também representaram momentos de prazer e emoção.

Top 5 "Musas do Ano"

Sempre tive vontade de colocar essa categoria, que esqueci de pôr no ano passado. As mais belas deusas que o cinema eternizou em 2007:

1. Tainá Müller (CÃO SEM DONO)
2. Giovanna Mezzogiorno (O AMOR NOS TEMPOS DO CÓLERA)
3. Eva Mendes (OS DONOS DA NOITE)
4. Lindsay Lohan (ELA É A PODEROSA)
5. Rose McGowan (PLANETA TERROR)

Melhores vistos em DVD, DIVX ou VHS

Não estão por ordem de preferência. Dá pra perceber que tem muito John Ford, afinal, foi o ano de John Ford pra mim. Foi o ano da peregrinação fordiana e como o sacrifício é uma característica do cinema de Ford, não deixou de combinar com o tom geral do ano pra mim. Os 30 melhores vistos pela primeira vez na telinha, em ordem alfabética:

12 HOMENS E UMA SENTENÇA, de Sidney Lumet
A DAMA DAS CAMÉLIAS, de George Cukor
A HISTÓRIA DE MARIE E JULIEN, de Jacques Rivette
BATALHA REAL, de Kinji Fukasaku
CAMINHO SEM VOLTA, de James Gray
COISAS SECRETAS, de Jean-Claude Brisseau
COMANDO FINAL, de Wilson Yip
COMO ERA VERDE O MEU VALE, de John Ford
CONVITE AO PRAZER, de Walter Hugo Khouri
EXILADOS, de Johnny To
FOMOS OS SACRIFICADOS, de John Ford
HONKTONKY MAN, de Clint Eastwood
MINHA VIAGEM À ITÁLIA, de Martin Scorsese
MOGAMBO, de John Ford
MY SASSY GIRL, de Kwae Jae-yong
O AMIGO DA MINHA AMIGA, de Eric Rohmer
O ESTRANHO SEM NOME, de Clint Eastwood
O MONSTRO DO CIRCO, de Tod Browning
O PRISIONEIRO DA ILHA DOS TUBARÕES, de John Ford
O SEGUNDO ROSTO, de John Frankenheimer
O SIGNO DO LEÃO, de Eric Rohmer
O VEREDICTO, de Sidney Lumet
OH! REBUCETEIO, de Cláudio Cunha
OS CHEFÕES, de Abel Ferrara
PAIXÃO DE FORTES, de John Ford
PERIGO: DIABOLIK, de Mario Bava
RIO GRANDE, de John Ford
SANGUE DE HERÓIS, de John Ford
TERRA BRUTA, de John Ford
THE WHIP AND THE BODY, de Mario Bava

Revisões

Tão bom quanto ver é rever, perceber novos detalhes em cada obra. Claro que a falta de tempo e a ânsia por novos filmes não me permite ficar revendo filmes o tempo todo, mas foi um prazer poder rever em dvd ou divx esses títulos abaixo. O do Lynch, acho que vi pela quarta vez. Quanto aos outros, foi apenas a segunda vez.

AUDAZES E MALDITOS, de John Ford
O HOMEM QUE MATOU O FACÍNORA, de John Ford
O PAGADOR DE PROMESSAS, de Anselmo Duarte
ONDE COMEÇA O INFERNO, de Howard Hawks
RASTROS DE ÓDIO, de John Ford
TERROR NA ÓPERA, de Dario Argento
TWIN PEAKS - OS ÚLTIMOS DIAS DE LAURA PALMER, de David Lynch

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