quarta-feira, janeiro 30, 2008

JUNO



Juno é uma garota de 16 anos que recebeu esse nome do pai, que gostava de mitologia grega. E JUNO (2007) é o filme indie a conquistar uma vaga entre os cinco finalistas na categoria principal do Oscar esse ano. Tem poucas chances de ganhar, é verdade, mas o filme é tão bonito que eu achei merecida a indicação. Não se trata apenas de ser o representante indie do ano, mas de possuir qualidades que rivalizariam com os demais concorrentes, verdadeiros pesos pesados, com muito mais prêmios recebidos e muito mais chances de faturar a estatueta. Mas pouco importa se o filme ganha ou não. O que importa é que JUNO, o segundo longa-metragem de Jason Reitman, me conquistou com sua doçura e sua graça.

Tudo no filme funciona bem. A começar por Ellen Page, a garotinha sádica de MENINAMÁ.COM. Dessa vez, ela é uma garota bem mais amável, embora sua personagem faça o tipo desleixada, meio gótica no jeito de se vestir e de ser freqüentemente sarcástica. O seu dilema é o de muitas jovens de sua idade que engravidam cedo demais: fazer ou não fazer o aborto. Como ela não tem essa coragem, prefere a idéia de doar o seu filho para pais adotivos carentes, procurando candidatos nos classificados dos jornais. É quando ela encontra o casal vivido por Jennifer Garner e Jason Bateman. Michael Cera, de SUPERBAD - É HOJE, é o jovem e desengonçado pai biológico do bebê, que bem que gostaria de manter um relacionamento estável com Juno, se ela não fosse tão estranha e pouco romântica, pelo menos nas aparências.

Tanto a química existente entre Juno e seu pai e sua madrasta quanto a existente entre o casal de futuros pais adotivos é muito bem desenvolvida por Jason Reitman - que se continuar nesse ritmo vai se sair muito melhor que o pai. Michael Cera não fica atrás, embora seu papel não seja muito diferente do de SUPERBAD. No fim, JUNO foi uma das sessões de cinema mais prazerosas que tive nesse início de ano, além de ter provocado algumas lágrimas furtivas e um coração aquebrantado neste que aqui escreve. O filme está sendo exibido em sessões de pré-estréia no final de semana e peguei uma exibição digital no Espaço Unibanco daqui. O desapontamento inicial com a cópia digital foi logo esquecida, já que a imagem não ficou escura como de costume nesse tipo de bitola e o filme é tão agradável que pequenos detalhes como esse logo se tornam irrelevantes.

JUNO foi indicado a quatro estatuetas: filme, diretor, atriz e roteiro original. Muito difícil premiarem Ellen Page com concorrentes do porte de Cate Blanchett, Julie Christie e Laura Linney - tem também a francesa de PIAF, Marion Cotillard -, mas uma indicação já é uma vitória pra essa adorável menina. E pra quem gosta dela, vale conferir a entrevista que ela deu no programa do David Letterman. Uma graça.

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