domingo, setembro 22, 2013

TRÊS LONGAS EXIBIDOS NO CINE CEARÁ



A quantidade de filmes vistos está enorme, por causa principalmente do Cine Ceará, e não há outra maneira de despachar todos esses títulos para o blog se não for em posts "três em um" ou, no caso dos curtas, em posts com comentários bem pequenos sobre os filmes em questão. Por isso, selecionei estes três longas-metragens que concorreram à Mostra Ibero-Americana de Longa-Metragem para ir adiantando. Estes três filmes têm em comum o fato de não terem feito a minha cabeça. O terceiro filme, sobre a cantora Mercedes Sosa, até teve um apelo popular bem forte, com muita gente emocionada e tal, mas que a mim causou, como os demais, tédio e vontade de que acabasse logo. Falemos um pouco dos três.

O FILME DE ANA (La Película de Ana) 

Parece uma espécie de sub-sub-sub Almodóvar, mas sem a genialidade do diretor espanhol e, se eu não me engano, sem personagens gays. Ou será que tem e eu não me lembro? As personagens de O FILME DE ANA (2012) são principalmente mulheres que desejam mudar de vida, sair da miséria em que suas vidas estão. A principal delas é a Ana do título, uma mulher que não tem dinheiro para comprar uma geladeira para sua casa e trabalha como atriz em papéis ridículos. Ela abre os olhos quando vê que um grupo de documentaristas austríacos está em Cuba para fazer um documentário sobre prostituição na ilha. Assim, ela e sua amiga resolvem se vestir de prostitutas para conseguir um bom dinheiro. O problema é que o marido não pode saber dessas suas presepadas. Procurei no IMDB e vi que o diretor, Daniel Diaz Torres, é bastante experiente, tendo dirigido filmes desde a década de 1970. Sabe lá se ele já fez algo melhor do que esse filme que passou no festival ou se é tudo da mesma linha. Ganhou o Troféu Mucuripe de melhor atriz para Laura De La Uz.

O PACIENTE INTERNADO (El Paciente Interno) 

A história do homem que tentou assassinar o presidente do México, Díaz Torres, e que hoje vive como mendigo e quase anônimo até tem o seu interesse, mas o diretor Alejandro Solar Luna faz tudo com muita ênfase na música para compor os momentos de gravidade da história e os momentos tristes, com pianinhos bastante incômodos. Além do mais, depois de ter visto uma história tão trágica como a de REPARE BEM, a história de Don Carlos parece fichinha. Afinal, ele apenas ficou um tanto louco, e, no fim das contas, ele nem chegou a matar o presidente. De todo modo, a história tem a sua importância para a história do México e o protagonista de O PACIENTE INTERNADO (2012) é uma figura interessante. Mas é um documentário arrastado, desses que parecem ter a duração bem maior do que realmente têm. Ganhou o Prêmio Especial do Júri.

MERCEDES SOSA, A VOZ DA AMÉRICA LATINA (Mercedes Sosa, la Voz de Latinoamérica) 

Um documentário que caiu nas graças de grande parte do público foi este MERCEDES SOSA, A VOZ DA AMÉRICA LATINA (2013), de Rodrigo H. Vila, que narra de maneira bem convencional a história de luta da cantora mais conhecida da América Latina, em tempos de ditadura militar. Creio que boa parte do público da sessão era de fãs da cantora e/ou de pessoas simpatizantes ou militantes de esquerda. Por isso, para essas pessoas, o documentário se mostra bastante interessante. E há mesmo momentos bem especiais, como quando Fito Paez o dia em que a cantora, já doente, estava assistindo ao show de Pablo Milanés e foi convidada a cantar, lá do cantinho dela mesmo, com sua voz potente, uma canção. Aquilo foi bem inesperado e um dos momentos mais emocionantes do filme. Para nós, brasileiros, é curioso também ver a relação que ela tinha com alguns músicos daqui, como Milton Nascimento, Chico Buarque e Caetano Veloso. Aliás, o documentário mostra a dimensão do trabalho da cantora argentina em todo o mundo ocidental. Mas é aquele documentário quadradão, muito diferente do que havia passado na noite anterior, OLHO NU, de Joel Pizzini, sobre a vida e obra de Ney Matogrosso. MERCEDES SOSA, A VOZ DA AMÉRICA LATINA ganhou o Troféu Mucuripe de melhor edição.

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