sexta-feira, janeiro 27, 2006

HAIR

 

HAIR (1979) é talvez o filme que melhor representa o ideal hippie. Ou ao menos, o mais famoso. Nele estão o lema "faça amor, não faça guerra", o amor à natureza, o desprezo pelo capitalismo e a simpatia pelo esoterismo. Em 1979, já havia acontecido o movimento punk, trazendo uma visão mais pessimista da sociedade; como também estava acontecendo o boom da discoteca. Portanto, o filme de Milos Forman não era bem uma novidade. Estava até um pouco anacrônico. Mas a Guerra do Vietnã era um acontecimento bem recente e a tarefa de adaptar a peça musical anti-bélica para o cinema foi mais do que bem vinda. Principalmente porque as canções apresentadas são muito legais e ajudaram a dar um gás no gênero musical, em decadência desde os anos 60. 

O filme mostra um jovem rapaz (John Savage) prestes a se apresentar no exército para lutar no Vietnã. Como ele ainda tem um dia de folga em Nova York, resolve passear para conhecer a cidade. É quando ele encontra um grupo de hippies, com quem faz amizade, apesar das diferenças bastante evidentes. Entre uma e outra cena, ouvimos as canções e assistimos as coreografias. Algumas músicas são bastante conhecidas, especialmente "Aquarius". Mas há canções até mais bonitas, como "Electric Blues" e "Let The Sunshine In". Essa última, cantada no final do filme, chega a ser arrepiante. 

Vendo HAIR e comparando o modo de vida daquele povo com a sociedade em que vivemos hoje é que vejo o quanto nos distanciamos cada vez mais daquele ideal. Nos tornamos ainda mais consumidores de shopping centers e menos apegados à natureza, mais apegados ao mundo virtual da internet e dos telefones celulares. O fato de nos aproximarmos de pessoas pela internet por afinidade não deixa de ser uma maneira mais espiritual de se gostar das pessoas, mas tenho minhas dúvidas se esse é o mais saudável modo de se relacionar. Se bem que também não é nada saudável ficar tomando LSD por aí e, com essa onda de AIDS, o sexo livre e as orgias acabaram se tornando algo perigoso. 

Agradecimentos à Carol, que me emprestou o DVD.

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