terça-feira, setembro 12, 2006

HERENCIA



Tenho filmes mais importantes para comentar aqui no blog, mas hoje faz exatamente dois meses que eu vi HERENCIA (2001), de Paula Hernández, em São Paulo. Aliás, esse é o último filme visto em Sampa sobre o qual faltava eu escrever aqui. A boa lembrança que eu guardo do filme é mais extra-sessão, já que estava no meu quinto dia na capital nacional da economia e assisti o filme na companhia do amigo Michel numa das luxuosas salas do Reserva Cultural. E depois, ainda saímos com a Fer pra jantar. Foi o dia em que eu a conheci pessoalmente depois de mais de cinco anos de convivência virtual.

Quanto ao filme, trata-se de uma produção argentina muito simpática que demorou cinco anos para chegar ao Brasil. É o tipo do filme que faz a gente sair do cinema mais leve e feliz, embora não seja assim tão memorável. O personagem que desperta uma identificação maior com o público é o do alemão Peter (Adrián Witzke), que chega a Buenos Aires em busca de uma moça por quem estava apaixonado e que não via há mais de um ano. O rapaz, desorientado, vai parar num restaurante italiano chefiado por Olinda (Rita Cortese), uma senhora italiana que chegou na Argentina depois da Segunda Guerra Mundial. As circunstâncias que a trouxeram para a Argentina foram semelhantes às de Peter. Depois de ser recebido com um prato na cabeça por Olinda, ele ganha uma refeição grátis e acaba retornando mais tarde ao restaurante por não ter onde ficar, já que todo o seu dinheiro foi roubado no hotel barato onde ele estava instalado.

Interessante como é mais fácil pra gente uma identificação com um estrangeiro num filme. Lembrei de CINEMA, ASPIRINAS E URUBUS, cujo personagem de maior identificação com o público é justamente um alemão. E olha que o filme se passa no Nordeste do Brasil. Vai ver todos nós somos estrangeiros, mesmo no nosso país. E em qualquer lugar onde a gente vá, deve haver pessoas legais como João Miguel, no filme brasileiro, ou Dona Olívia, no argentino. E, com certeza, alguma moça bonita como Luz (Julieta Díaz) pra dar sentido a tudo.

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