segunda-feira, setembro 25, 2006

O DIABO VESTE PRADA (The Devil Wears Prada)



A estréia mais importante da semana - mercadologicamente falando, é bom explicar - foi O DIABO VESTE PRADA (2006), de David Frankel, diretor pouco conhecido que teve experiência com séries de tv, tendo dirigido alguns episódios de SEX AND THE CITY. Inclusive, suspeito que essa série seja o elo de ligação com o filme, já que também trata de pessoas que se ligam em moda - lembram que a Carrie era viciada em comprar sapatos caros?

Em O DIABO VESTE PRADA, Anne Hathaway (DIÁRIO DE UMA PRINCESA, O SEGREDO DE BROKEBACK MOUNTAIN) é uma jovem jornalista recém-formada que procura emprego numa famosa revista de moda de Nova York. Apesar de não se vestir tão bem quanto o necessário, ela consegue a função de assistente de Miranda Priestly (Meryl Strep, em grande interpretação). Miranda é uma mulher temida por sua arrogância, exigência e crueldade com seus funcionários. A entrada em cena dela e o desespero de quem trabalha na revista é um dos momentos-chave para passar a imagem de carrasca da mulher.

Anne Hathaway consegue a façanha de não ficar apagada diante da presença de Meryl Streep, que lá pelo final do filme ganha um pouco de humanidade ao mostrar que também é uma pessoa que tem suas fraquezas e cuja vida pessoal é prejudicada pelo excesso de trabalho. Essa obsessão pela perfeição no trabalho também é mostrada na seqüência em que Anne conversa com Stanley Tucci sobre estar prestes a perder o namorado por causa do emprego e ele fala pra ela algo como: "Bem vinda ao clube. Avise-me quando tudo vier abaixo, aí você será promovida". Além de Tucci, quem também se destaca nos coadjuvantes é a bela inglesa Emily Blunt, que pode ser melhor apreciada no pouco visto MEU AMOR DE VERÃO. Já Gisele Bündchen aparece no filme em dois momentos fraquíssimos. Será que um dia ela ainda vai ser uma boa atriz? Quem sabe o namorado dela não conversa com o Scorsese...

Como é comum nas comédias americanas conteporâneas, a trilha sonora costuma trazer algumas boas canções pop. As canções de destaque do filme são "Vogue", da Madonna, "City of Blinding Lights", do U2, "Crazy", na versão de Alanis Morrissette. Nenhuma novidade, mas ouvir essas músicas no cinema, ainda que incompletas, é muito bom.

Sobre o mundo da moda, acredito que o mundo fica mais bonito por causa das mulheres (e dos gays), que cuidam de vestir as pessoas melhor, de cuidar bem do ambiente. Acredito que no futuro, se houver uma hecatombe nuclear ou algo parecido, as pessoas verão esses filmes em que as pessoas se vestem lindamente e tudo é muito chique e talvez elas vejam isso como o auge da sociedade ocidental. Sobre as pessoas superficiais, que só se interessam por roupas e beleza estética, elas sempre vão existir, independente de classe social. Não sou eu quem vai julgá-las.

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