domingo, junho 29, 2003

HULK E VISITA À VIDEOLOCADORA



Hoje é o meu primeiro dia de férias. Fui ao cinema assistir HULK e aluguei uns filmes.
Em DVD peguei:
- UMA LIÇÃO DE VIDA (Wit), produção pra tv de uma peça que li recentemente (cortesia de Mr. Doho) e com Emma Thompson no papel principal;
- ENFERMEIRA BETTY, de Neil LaBute;
- SABOTADOR, de Alfred Hitchcock - esse filme do Hitch é inédito pra mim. Sempre bom ver filmes dele, ainda que esse eu não sei se vou gostar, já que envolve espionagem. Mas ainda assim estou com vontade de vê-lo;

Em vhs peguei ALPHAVILLE, do Godard. Filme muito falado dele e eu tinha que ver. Tomara que a fita (bem velhinha) preste.

De mangá, pra não perder o costume, mais Evangelion. Hehehhe..

Bom, no mais estou gripado, minha mente está meio nublada e minhas idéias estão confusas, mas vamos ver o que eu posso dizer do filme do Ang Lee.

HULK (The Hulk)

Muita gente anda metendo o pau no Hulk, o que é algo bastante perigoso. Vai que ele fica com raiva. Agora sério, o filme é bem interessante. È claro que é um filme problemático, mas os problemas são mais no que se refere ao ritmo e isso é foi opção do diretor. Gostei do prólogo do filme, com visual anos 70, cortes rápidos, vários quadros na tela, referindo aos quadrinhos. O começo do filme também parece filme de ficção científica dos anos 70. Gostei da Jennifer Conelly (claro, né), linda e maravilhosa. É sempre bom vê-la, seja em que filme for. Gostei dos efeitos especiais, especialmente na cena da primeira transformação de Banner em Hulk. Muita gente reclama dos efeitos especiais, do excesso de CGI, que tira o realismo e tal, mas se a gente for lembrar de KING KONG, de 1933, aquilo ali era muito tosco. E o filme é excelente. (Nem queria que Peter Jackson se metesse num remake, mas deixa pra lá.)
No começo do filme uma coisa me incomodou. Ang Lee não usou som direto e as dublagens não sincronizavam com o movimento dos lábios dos personagens. Mas tudo bem. Depois de um tempo de filme vi que passam a usar o som direto. Por falar em tempo, talvez esse seja um dos grandes problemas do filme. Ele é arrastado e dura mais de duas horas, não tem a agilidade do HOMEM-ARANHA, do Sam Raimi, ou de X-MEN 2, do Singer. Mas por outro lado, o filme não é uma aventura, é um filme de monstro, tendendo para o drama, como FRANKENSTEIN ou O MÉDICO E O MONSTRO. Hulk não é um super-herói (nos quadrinhos às vezes ele era), mas algo malígno (e ao mesmo tempo inocente) que consome Bruce Banner, um sujeito frágil e apagado, que tem a sorte de ser amado por uma mulher tão linda quanto Betty Ross. Um personagem bem interessante é o pai de Bruce, o cientista David Banner, numa interpretação muito boa de Nick Nolte. Gostei da história do trauma de infância de Bruce, dos bloqueios mentais.

Muito interessante a citação de um dos vilões mais legais das histórias do Hulk (e de outros heróis Marvel): o Homem-Absorvente. Pra quem não conhece e pensa que tem alguma relação com absorventes femininos, explico: o Homem-Absorvente tinha o poder de absorver a forma de qualquer matéria que tocasse. Nos quadrinhos, uma das histórias mais memoráveis é uma em que Hulk, fugindo de todos, vai para uma ilha deserta, onde encontra essa criatura por lá. Eram os bons tempos em que Hulk era desenhado por Sal Buscema, logo quando eu comecei a acompanhar as histórias. Nem em lembro quem fazia o argumento.

Voltando ao filme. Disse que gostei de várias coisas aí em cima, mas, apesar disso, HULK não é um filme agradável, prazeiroso. É até um pouco desconfortável. Vi muita gente rindo do visual do Hulk, dos pulos dele (gente que não conhece os quadrinhos), das calças. Por falar em calças, que material bom é aquele das calças, hein? Estranho ela não se rasgar toda, deixando o gigante verde pelado, não??


DOIS DOCUMENTÁRIOS

Recentemente vi dois documentários. Um deles bastante famoso. Comentários rápidos, que eu não ando inspirado.

TIROS EM COLUMBINE (Bowling for Columbine)

No domingo fui ver o documentário premiado com o Oscar da categoria nesse ano. O filme de Michael Moore é bem interessante. Gostei do público da sala, que estava entusiasmado com as "presepadas" de Moore. Pra quem não sabe, TIROS EM COLUMBINE é um libelo contra as armas, feito por um cara que saber ser chato como ninguém. Hehehe.. Quem já tinha visto do que ele é capaz em ROGER E EU, tem idéia do que ele faz nesse outro filme, bem mais inteligente e melhor trabalhado.
Uma das melhores coisas do filme e que me fez sorrir de satisfação foi a história dos brancos e da cultura do medo desde do tempo da colonização, contado em desenho animado. Tudo começou com os puritanos que fugiram da Inglaterra com medo de serem mortos, aí fundaram a América, mas aí ficaram com medo dos índios e mataram os índios. Depois, começaram a ter medo de si mesmos e começaram a queimar bruxas. E a história não pára por aí. O desenho foi feito pelos caras do SOUTH PARK. Inclusive, Matt Stone aparece no filme reclamando do jeito "excessivamente normal" de várias famílias americanas.

Charlton Heston foi pego pra ser crucificado no filme. E o pior é que ele merece. Ótima a cena em que Moore diz que é membro da NRA pra conseguir entrar na mansão do "Moisés". Marilyn Mason é outra estrela do filme. E eu gostei bastante do discurso dele. Parece ser um cara bem lúcido, sabe o que faz, apesar de todas aquelas loucuras que ele faz no palco. Ele é verdadeiramente um artista. Outro destaque do filme é uma seqüência que mostra sucessivas invasões americanas a outros países, ao som de "What a Wonderful World", cantada por Louis Armstrong. Há também a cena das duas vítimas do massacre na loja que vendeu as balas que deixaram seqüelas e arruinaram suas vidas no massacre de Columbine.

O filme é muito legal e tudo, mas ainda acho que 120 minutos é muito e alguma coisa poderia ter sido cortada para deixar o filme mais redondinho. Ainda assim, Columbine é um dos documentários mais vibrantes que eu já vi.

A NOUVELLE VAGUE POR ELA MESMA (La Nouvelle Vague par elle-même)

Nem tenho muito pra falar desse documentário. Passou na Tv Cultura na última sexta-feira. Gravei mais pra conhecer mais sobre o assunto, já que ainda me considero leigo. Assisti a poucas coisas desse período/movimento. Acho que só Godard, Resnais e Truffaut. Os filmes que vi de Jacques Rivette e Claude Chabrol já foram da década de 90.
O documentário foi registrado no ano de 1965, qaundo Jean-Luc Godard estava filmando BAND A PARTE. Foi legal vê-los vivos no auge do impulso criativo. Se bem que já em 65 o filme conta que o movimento já encontrava dificuldade de prosseguir. Não era bem um sucesso de público.
Outra coisa boa de ver esse filme foi perceber que Nouvelle Vague não era só Godard, Truffaut, Chabrol, Resnais e Rivette. Existiam vários outros cineastas importantes e muito pouco falados por essas bandas. E o legal desse movimento é que todos eles tinham características diferentes. Não era como um Dogma 95 ou um Cinema Novo, que tentava ditar as regras do movimento. Lá havia a liberdade de fazer o que quiser, e de preferência de modo diferente. Isso era a regra. (Ah, estou falando besteira sobre regra.) Estou com ALPHAVILLE aqui pra ver e depois comento. Vou me tornar menos ignorante no assunto.


A MALDIÇÃO DO DEMÔNIO / A MÁSCARA DE SATÃ (Black Sunday / La Maschera del Demonio / The Mask of Satan)


Ontem, pela primeira vez assisti a um filme de Mario Bava, o mestre do horror gótico italiano. Infelizmente o meu vídeocassete fresco ficou "dizendo" o tempo todo que a fita tinha falhas, quando na verdade a falha é do vídeo. Mas deu pra ver o filme. Filmão, hein.

Antes de escrever sobre ele, dei uma pesquisada na internet. O melhor texto que eu li até agora foi do site Senses of Cinema, que traz um belo texto de três páginas. Vale a conferida para aprofundar a obra. Outro texto ótimo está no site Images Journal. Aqui no Brasil, parece que o maior conhecedor de Bava é o amigo Thomaz Albornoz, criador da lista Canibal Holocausto e da Cinefelia. Aliás, se eu não tivesse entrado na Canibal, não teria conhecido tantos filmes legais. Mario Bava é, ao lado de Dario Argento e Lucio Fulci, ídolo do pessoal de lá. No esquema de brodagem, a fita foi gravada pelo amigo e músico Fab Rib, originada do DVD americano do filme. Pesquisando pela web vi que esse DVD vem com um comentário em áudio de Tim Lucas, o maior conhecedor do cinema de Mario Bava e autor de uma biografia de respeito do cineasta.

BLACK SUNDAY (1960), o título mais famoso dentre os vários que o filme possui, é rico em atmosfera noturna, galhos de árvores assustadores, trilha sonora envolvente e imagens únicas. No filme, o horror vem de vampiros que não são bem vampiros. Pelo menos, não os vampiros que a gente está acostumado a ver, chupando sangue e tal. Essas criaturas foram inspiradas no conto "Vij", do escritor ucraniano Nikolai Gogol e tem mais a ver com o vampiro eslavo do folclore da antiga União Soviética. Esse conto também inspirou o filme russo VIJ (1967), que, dizem, é bem mais fiel à obra literária.

O filme começa com um prólogo bem interessante: Barbara Steele é uma princesa condenada à morte por bruxaria e que, atada a uma estaca, amaldiçoa os seus acusadores, antes de ter aplicada em seu rosto uma máscara cheia de pregos que é colocada violentamente com um martelo enquanto ela grita de dor. Depois disso uma violenta tempestade assusta os homens, que deixam o corpo lá, antes mesmo de queimá-lo. Assim como em O CASTELO ASSOMBRADO (1963), de Roger Corman, a história salta dois séculos, quando dois homens descobrem o sarcófago da bruxa e o terror começa.

Uma das cenas mais impressionantes, além da mostrada no ótimo prólogo, é a cena em que um dos escravos da bruxa leva um dos personagens numa carruagem. A cena é até melhor do que as tradicionais cenas de carruagem dos filmes de Drácula da Hammer. Enquanto assistia o filme, ficava imaginando como seria vê-lo na telona do cinema, com mais chance de entrar no clima e menos chance de dispersar. Será que um dia, algum filme do Bava vai passar nos cinemas daqui novamente?

Agora é ir atrás de outras obras de Bava: BLACK SABBATH, BARON BLOOD, LISA E O DIABO, THE WHIP AND THE BODY, BLOOD AND BLACK LACE, KILL BABY, KILL!, O PLANETA DOS VAMPIROS, BANHO DE SANGUE...

segunda-feira, junho 23, 2003

NOVO DO JIM CARREY E OUTROS FILMES

No fim de semana, o saldo de filmes não foi dos melhores. Apenas um filme eu classificaria como ótimo (GALAXY QUEST); os outros, apenas bons ou razoáveis. Seguem os comentários.

TODO PODEROSO (Bruce Almighty)

A nova parceria Jim Carrey + Tom Shadyac tem resultado previsível. O filme é tão bom quanto O MENTIROSO, o filme anterior da dupla. Quer dizer, bom mesmo é quando Carrey se une aos irmãos Farrelly, mas será que isso um dia vai acontecer de novo?

TODO PODEROSO é engraçado, tem bons momentos, bom elenco (Jennifer Aniston, Morgan Freemna), algumas boas piadas, mas só é bom enquanto dura. Depois, a gente sai do cinema e esquece do filme. D qualquer maneira, não dá pra reclamar: era justamente isso que eu estava esperando.

O filme lembra o nossso DEUS É BRASILEIRO, que tem enredo semelhante, sobre um Deus que procura uma pessoa pra ficar no lugar dele durante um tempo. O filme do Diegues é melhor do que o do Shadyac, ainda que eu prefira Jim Carrey a Antonio Fagundes.

Do Tom Shadyac, gostei dos melodramas açucarados PATCH ADAMS e O MISTÉRIO DA LIBÉLULA. Gosto desses filmes que apelam para o choro fácil. Heheheh.

O MONSTRO (Il Mostro)

Peguei emprestado esse DVD da Manuela, do curso de inglês. Roberto Benigni é bom e tal, mas rir mesmo de dar gargalhada, isso ele não me provoca. Ainda assim, O MONSTRO (1994) é bem legal. Melhor do que O PEQUENO DIABO (1988) e inferior a A VIDA É BELA (1997). (Esses são os únicos filmes dele que eu vi.)

No filme, ele é um malandro que vive de enganar os outros por falta de grana. Por causa de um mal-entendido que só as comédias são capazes de criar, ele é confundido com o "monstro", um serial killer que está em atividade na cidade.

O filme melhora quando entra em cena a policial (a esposa de Benigni, Nicoletta Braschi) que deve seduzí-lo para que a polícia o pegue em flagrante. Com isso, ela faz de tudo, tira a roupa, põe a bunda na cara dele etc., tudo pra fazê-lo agir. Hehehe.

Enquanto isso, nada de PINOCCHIO chegar aqui no Brasil.

CAMINHOS VIOLENTOS (At Close Range)

Filme de 1986 de James Foley, que já dirigiu QUEM É ESSA GAROTA? (1987), O SEGREDO (1996), MEDO (1996), O CORRUPTOR (1999) entre outros. O filme traz no elenco um Sean Penn mais novo, mas já demonstrando o grande ator que iria se tornar e Christopher Walken, fazendo o pai de Penn. Também no elenco um magricelo Kiefer Sutherland. A história trágica fala do relacionamento de um jovem com o seu pai corrupto, ao mesmo tempo em que ele se envolve com uma garota. O filme é bom.

A música do filme é toda baseada na parte instrumental de "Live to Tell", bela canção de Madonna e Patrick Leonard. Foley parece que era amigo de Madonna e Sean Penn (namorados na época). Além de dirigi-la em QUEM É ESSA GAROTA?, ainda fez o clipe de "Papa Don't Preach". Vendo no IMDB, vi que ele também dirigiu um episódio de TWIN PEAKS da segunda temporada.

Gravado da TNT.

HERÓIS FORA DE ÓRBITA (Galaxy Quest)

O melhor filme do fim de semana foi essa comédia inteligente dirigida pelo desconhecido Dean Parisot. O filme deve ser melhor ainda pra quem é fã de STAR TREK. Conta a história de um grupo de atores de um antigo seriado de ficção científica que vive do passado, participando de encontro com nerds fanáticos. A confusão começa quando alienígenas de verdade pedem a ajuda do grupo, confundindo-os com verdadeiros tripulantes de naves espaciais.

O elenco é ótimo: Tim Allen, Sigourney Weaver, Alan Rickman e Sam Rockwell. Muito engraçados os aliens com caras de idiota. Heheheh.. Um filme que eu deveria ter visto antes.

Gravado da FOX.

domingo, junho 22, 2003

MTV MOVIE AWARDS 2003



Na última sexta-feira a MTV exibiu a cerimônia de premiação do Movie Awards 2003. Não é um prêmio sério, mas é um dos mais divertidos de se ver. Esse ano não foi tão legal quanto outras edições, mas mesmo assim algumas coisas valeram a pena.

O começo do show foi muito bom: fizeram uma montagem em cima de MATRIX RELOADED. Muito bem feito e os apresentadores Justin Timberlake (do N´SYNC) e Seann William Scott saíram-se bem.

Eis os prêmios, na ordem em que foram entregues:
- Melhor Revelação Feminina: Jennifer Garner (DEMOLIDOR)
- Melhor Comediante: Mike Myers (AUSTIN POWERS E O MEMBRO DE OURO)
- Melhor Luta: Yoda vs Christopher Lee (STAR WARS EPISÓDIO II: ATAQUE DOS CLONES)
- Melhor Beijo: Kirsten Dunst e Tobey Maguire (HOMEM-ARANHA)
- Melhor Equipe: O SENHOR DOS ANÉIS: AS DUAS TORRES
- Melhor Revelação Masculina: Eminem (8 MILE)
- Melhor Vilão: Daveigh Chase (O CHAMADO) - a garotinha que fez a assustadora Samara...heheh
- Melhor Cena de Ação: A batalha no abismo de Helm (O SENHOR DOS ANÉIS: AS DUAS TORRES)
- Melhor Revelação Além-Mar: Collin Farrel (POR UM FIO)
- Melhor Performance Virtual: Gollum (O SENHOR DOS ANÉIS: AS DUAS TORRES)
- Melhor Atriz: Kirsten Dunst (HOMEM-ARANHA)
- Melhor Ator: Eminem (8 MILE)
- Melhor Filme: O SENHOR DOS ANÉIS: AS DUAS TORRES

Bom, isso aí de cima vc encontra em qualquer site sobre cinema. Mas vamos ao que realmente teve de interessante na festa:

1. A brincadeira com os fãs mais nerds dos X-MEN, que insistem em encontrar defeitos no longa-metragem, fazendo comparações com os quadrinhos.
2. O tema da SWAT aparece (voltei à infância ouvindo isso..heheh) quando Samuel L. Jackson e Collin Farrel vão apresentar um prêmio - eles são os astros da versão para o cinema do antigo seriado.
3. Pink cantando uma canção do filme AS PANTERAS DETONANDO - pior é que eu gostei.
4. Ainda por causa da repercussão do beijo de Adrien Brody com Halle Berry no Oscar, o próprio Brody é beijado por Queen Latifah numa das cenas mais engraçadas da noite.
5. Passou um mini-documentário sobre o especialista em bundas do filme das Panteras, que parece que vai ter muita bunda;
6. No show do grupo de rap 50 Cent, deu pra notar a separação entre brancos e negros, já que eram os negros (Will Smith e família, Queen Latifah etc.) que mais vibravam com o show, enquanto que os brancos só olhavam.
7. Quem é aquela moça com o decote safado que apresentou um prêmio numa plataforma??
8. A mulher mais linda da noite com certeza era Kate Hudson, maravilhosa num vestidinho curto. E que sorriso!
9. Harrison Ford parece estar mais velho que George Lucas. O cara tá acabado e ainda vai fazer um novo Indiana Jones?? Fala sério!
10. A volta de Demi Moore! Parece que ela estava mesmo fazendo falta. Bastou ela aparecer pra que todo mundo aplaudisse demoradamente. Ela continua bonita, mas claro que não como nos velhos tempos. Mas gostei de vê-la sorridente.
11. E finalmente a melhor coisa da noite: a apresentação das meninas do T.A.T.U. Caramba!! Eu já estava me perguntando se elas iriam se beijar na boca, como no clipe. Hehehe..Elas chegaram com um batalhão de meninas vestidas de colegial e fazendo coreografias. As meninas no fim tiram a saia e algumas se beijam!! Hehehehhe...E a música é contagiante. Maravilha!

Acho que no domingo ainda reprisa pra quem quiser conferir.

sexta-feira, junho 20, 2003

MEUS FILMES FAVORITOS DE TODOS OS TEMPOS



Recentemente Chico Fireman, do blog FILMES DO CHICO, me pediu pra eu fazer uma relação dos meus dez filmes preferidos a ser publicada em sua seção "O Gosto dos Outros". Listar os cinco primeiros até que eu achava fácil, já que tem filmes que você considera realmente especiais, mas pensar sobre os outros foi bom pra eu repensar o que o cinema significa pra mim. Estou colocando aqui a relação previamente publicada no blog do Chico dos meus filmes mais estimados.



Top 10

1. 2001: UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO (1968), de Stanley Kubrick
2. SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS (1989), de Peter Weir
3. CIDADE DOS SONHOS (2001), de David Lynch
4. HARRY E SALLY - FEITOS UM PARA O OUTRO (1988), de Rob Reiner
5. DOMICÍLIO CONJUGAL (1970), de François Truffaut
6. FALE COM ELA (2002), de Pedro Almodóvar
7. NOITE VAZIA (1964), de Walter Hugo Khouri
8. MANHATTAN (1979), de Woody Allen
9. UM CORPO QUE CAI (1958), de Alfred Hitchcock
10. LUZES DA RIBALTA (1952), de Charles Chaplin

Essa lista acima pode não ser definitiva. Nem quero que seja. A minha esperança é que na minha vida eu ainda encontre filmes mais marcantes do que estes. Alguns deles, eu assisti no alvorecer de minha cinefilia (fim dos anos 80), como SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS e HARRY E SALLY. O primeiro mudou minha vida. Foi o filme que me orientou a fazer uma faculdade de letras, que me fez dar mais atenção para a poesia e a arte em geral, que abriu as portas para a literatura em língua inglesa. O segundo me encontrou num momento especial da minha vida sentimental.

Há os filmes que fazem chorar, não apenas durante a sessão, mas mesmo depois, quando lembramos de algumas cenas, é que vemos o quanto o filme é poderoso e nos deixa mais expostos, mais frágeis. Os exemplos aí de cima que ilustram essa emoção avassaladora são FALE COM ELA, LUZES DA RIBALTA e DOMICÍLIO CONJUGAL.

Há aqueles que conseguem captar a sensação de vazio, a angústia que perturba o espírito. Que expoem aquilo que nós nem mesmo conseguimos compreender. O exemplo aí de cima é NOITE VAZIA. Mas se Khouri soube mostrar esse vazio, Woody Allen, um de meus diretores mais queridos, sabe rir da própria desgraça, sabe mostrar pra gente que sofrer é universal e que rir é o melhor remédio. E remédio de pessoas inteligentes e espirituosas.

Há aqueles filmes que nos transportam para um universo de sonhos e pesadelos de uma maneira tão forte, que a gente esquece do nosso mundo. E entra de cabeça nesse mundo estranho e povoado de criaturas assustadoras e mulheres fatais. O exemplo claro lá de cima é CIDADE DOS SONHOS, o melhor filme de David Lynch.

E finalmente há aqueles filmes que são cinema em estado de perfeição. Cinema feito por mestres iluminados como Alfred Hitchcock e Stanley Kubrick. O filme de Hitchcock é mais um exemplo da nata de seu cinema do que realmente o meu preferido dele, que acho difícil de escolher. Já o filme de Stanley Kubrick é hipnotizador, arrepiante, assustador e instigante. 2001: o melhor filme do mundo.

Ailton Monteiro, 30 anos, é graduado em Letras, professor de inglês, mas é principalmente cinéfilo de coração.

quinta-feira, junho 19, 2003

DOIS THRILLERS

O plano hoje era passar o dia numa casa de praia, comendo churrasco, bebendo cerveja, conhecendo pessoas novas e jogando conversa fora. Mas infelizmente o plano A foi pro brejo, o plano B (ir à praia) desisti por causa do horário e do sono. Sobrou o plano C: ir ao cinema ver dois filmes seguidos. O que não é uma idéia ruim pra mim. O cinema me persegue. Até quando eu não pretendo ir eu vou. Hehehe.

Os dois filmes são duas produções americanas que pretendem usar o elemento suspense como base. Seguem os comentários:

POR UM FIO (Phone Booth)

Esse filme está estreando comercialmente hoje no Brasil. Fui logo para a primeira sessão. Não estava tão entusiasmado pelo filme em si, já que é um filme dirigido por Joel Schumacher, o horrível. Mas Pablo Villaça, do site Cinema em Cena, tinha dado quatro estrelas pro dito cujo. Logo, não custava dar uma espiada. Outra coisa: o filme tinha a gracinha da Katie Holmes, que é sempre agradável de ver. Bom, pra começar, ela mal aparece. Deve ter ganhado um bom dinheiro pra fazer aquele papel que até a minha avó faria (se estivesse viva, claro). No filme, Colin Farrell é um publicitário mal sucedido que atende a um telefone público no centro de Nova York e do outro lado da linha está um serial killer que o ameaça de morte (um Kiefer Sutherland canastrão, mas como ele está na minha série favorita do momento - 24 HORAS - a gente deixa pra lá.) O filme se passa quase que completamente nessa cabine de telefone. Eu roía as minhas unhas, mas não era por causa do suspense, mas é porque aquele filme já estava me dando nos nervos (no mal sentido do termo), mesmo tendo apenas 81 minutos de duração. Dizem que TIGERLAND, filme de guerra dirigido pelo Schumacher, é bom, mas depois de um filme desses melhor passar longe e esperar pra ver quando passar na tv. Detalhe: um dos poucos filmes de Schumacher que eu gostei foi 8 MM. Sério. Hehehe.

PREMONIÇÃO 2 (Final Destination 2)

A etapa seguinte foi ir de um shopping pra outro ver PREMONIÇÃO 2, a continuação do ótimo filme de terror de 2000. Antes de começar o filme, três traillers me chamaram a atenção, além dos traillers habituais que eu tenho gostado (HULK, AS PANTERAS DETONANDO). Os traillers são dos filmes:

- A VINGANÇA DE WILLARD, sobre um cara que é amigo de um monte de ratos. O trailler vem com a canção "Bullet with Butterfly Wings" dos Smashing Pumpkins, dando enfase para o refrão "despite of the rage I´m still just a rat in a cage";
- Vi também o trailler de HALLOWEEN : A RESSURREIÇÃO, que agora tem um enredo misturado com a febre dos reality shows e traz Jamie Lee Curtis de volta;
- O outro filme é o tão esperado FREDDY VS JASON. Isso deve ser muito divertido. Heheheh..

PREMONIÇÃO 2, se não tem a originalidade do primeiro, repetindo quase a mesma história com algumas variações, pelo menos tem cenas de violência gráfica de primeira. Claro que não é nenhum filme do Argento, mas a continuação do filme de James Wong consegue ser bem divertida. É um filme que está no mesmo nível de continuações como JURASSIC PARK III, UM DRINK NO INFERNO 2 e SEXTA-FEIRA 13 - PARTE VI. Quer dizer, são filmes que você espera o pior e tem boas surpresas.

Essa continuação, dirigida por David Ellis, tem uma cena inicial de um acidente numa freeway que vale o ingresso. Muita bem feita. As mortes também são criativas e as imagens são explícitas e caprichadas. Caprichada também foi a escolha da protagonista do filme. Que menina linda, hein. A platéia estava animada e o filme foi até aplaudido no final.

segunda-feira, junho 16, 2003

O HOMEM SEM PASSADO E OUTROS FILMES

O final de semana foi até bom. Na sexta-feira fui pra um show de uma banda de garotas chamada AS SENHORITAS com os amigos do curso de inglês Ernando e Ilano. A banda é de Campina Grande e elas são especializadas em pop rock cantado por mulheres (Cranberries, Alanis Morrissete, Garbage, Kid Abelha etc.). Faltou Breeders, Elastica e L7. O show foi bom, mas faltou mais entusiasmo tanto da banda quanto da platéia, minguada e bem estranha.

No sábado foi dia de ver O HOMEM QUE COPIAVA à tardinha, filme que eu já comentei no blog e que recomendo pra todo mundo.

Seguem a seguir os comentários dos outros filmes que vi no fim de semana:

O HOMEM SEM PASSADO (Mies vailla menneisyyttä)

Filme do diretor finlandês Aki Kaurismäki, que esteve no ano passado na Mostra Internacional de São Paulo divulgando seus filmes, especialmente os da série Cowboys de Leningrado. O humor dele é bastante esquisito. Tanto é que poucas pessoas no cinema riam com as situações. Pelo contrário, várias pessoas saíram do cinema xingando o filme.

No filme, o protagonista é um sujeito que é espancado e perde a memória. As pessoas de uma comunidade pobre da Finlândia passam a ajudá-lo a recuperar a saúde e até lhe dão uma vida nova, arranjando-lhe moradia e emprego.

Eu achei o filme mais interessante do que realmente bom. Ele é bem diferente, há um tom de indecisão entre a comédia e o drama, mas eu costumo gostar de filmes assim. Até lembrei de OS EXCÊNTRICOS TENEBAUMS, de Wes Anderson, com aquelas pessoas com expressão séria demais. Gostei das tomadas da paisagem sombria da Finlândia e das caracterizações dos personagens.

Vi agora no IMDB que o diretor do filme está no projeto TEN MINUTES OLDER: THE TRUMPET, que reúne curtas-metragens de diretores consagrados de várias partes do mundo como Chen Kaige, Victor Erice, Werner Herzog, Jim Jarmush, Spike Lee e Wim Wenders. Não sei o que há de comum entre os curtas. Se alguém souber, tell me.

UMA NOITE COM SABRINA LOVE (Una Noche con Sabrina Love)

Dos filmes vistos na telinha, o melhor deles foi UMA NOITE COM SABRINA LOVE, produção argentina que milagrosamente passou no SBT numa noite de sábado. Ele tinha recebido cotação 4 estrelas pelo Inácio Araújo na Folha de S. Paulo, fiquei curioso e gravei. O diretor é Alejandro Agresti. Nunca tinha visto nada dele. Mas o elenco tem nomes conhecidos: Tomás Fonzi (NOVE RAINHAS, KAMCHATKA) é o garoto que ganha num sorteio o prêmio de passar uma noite com Sabrina Love (Cecília Roth de KAMCHATKA e TUDO SOBRE MINHA MÃE), uma famosa atriz pornô. Também no elenco, a veterana Norma Aleandro (O FILHO DA NOIVA, CORAÇÃO ILUMINADO).

O filme além de divertido, mostra o momento inicial da sexualidade masculina. Cecilia Roth está muito bonita e sensual como a atriz pornô e a cena de sexo entre os dois ficou muito boa, ainda que pouco apelativa.

Não sei se o filme está disponível em vídeo mas, mesmo assim, recomendo bastante. Fiquei até com vontade de ver KAMCHATKA, outra produção argentina que está em cartaz aqui na cidade e já elogiada pelo Thomaz.

O MENSAGEIRO (The Postman)

Esse filme de 1997 do Kevin Costner eu tive de assistir "em fascículos" por ser bem grandinho. Hehehe.. Já fazia algum tempo que o Santiago tinha me emprestado o DVD e só recentemente assisti. Mostra que Kevin Costner gosta de filmes grandes, com belas paisagens áridas dos EUA e com duração longa - vide DANÇA COM LOBOS (1990) e WATERWORLD (1995). Vi agora no IMDB que ele finalizou OPEN RANGE, outro filme dele na direção, um western. Até que ele fica bem de cowboy. O MENSAGEIRO é quase um western. Só que um western numa América pós-apocalíptica. Uma coisa que o filme nos faz ver é o quanto nós precisamos de comunicação. Principalmente agora, na era da internet, em que costumamos escrever mais e mais cartas. Imagina se tiram isso da gente.

A BRUMA ASSASSINA (The Fog)

Um dos filmes fracos de John Carpenter. É uma bagunça só. E eu achando que era um dos melhores. Que decepção. A trama é confusa, o terror não assusta, os diálogos são ruins. A história trata de uma névoa que se aproxima da cidade e vai deixando misteriosamente pessoas mortas. O curioso é que no filme estão Janet Leigh (PSICOSE) e Jamie Lee Curtis (HALLOWEEN) - mãe e filha, juntas e representativas de duas épocas diferentes do gênero "filme de psicopata". Também no elenco Adriene Barbeau (DOIS OLHOS SATÂNICOS). Pra quem quer ver Carpenter errando a mão. Gravado do Telecine pelo Renato.

domingo, junho 15, 2003

O HOMEM QUE COPIAVA



A vida que a gente leva às vezes é tão besta que precisamos sempre de uma fuga, seja através da arte, seja através de fantasiar situações ou mesmo de tentar mudá-las. E mesmo quando a vida é boa e agradável, há o fator tempo para nos dizer que isso vai durar pouco. Shakespeare vivia sendo perseguido pelo pensamento de que o tempo iria lhe tomar a sua vida, a sua juventude, o seu amor, a beleza de sua amada. Ele tentava através dos seus sonetos e peças vencer o tempo, se tornar imortal.

Shakespeare é citado em O HOMEM QUE COPIAVA, nova pérola de Jorge Furtado. Nele, Furtado mostra um dos sonetos do bardo inglês obcecado pelo tempo e pelo morte. E esse trecho aparece num dos momentos mais belos do filme. A fuga que eu falei lá em cima, eu explico: eu quando criança costumava fantasiar momentos fictícios ao lado da menina por quem eu estava apaixonado. E eu imaginava estar com ela, andando de mãos dadas à noite, mas de repente eu perdia o controle da minha fantasia. A história criava vida própria e o meu medo aparecia na forma de um ladrão ou de um assassino que aparecia pra estragar a fantasia. No filme de Furtado, ele cria uma fantasia, com a grande vantagem de que todos os medos, todos os empecilhos que atrapalham e perturbam nosso herói podem ser driblados. E não tem lugar nem mesmo pra culpa cristã. Que maravilha. Não tem como não sair do cinema com um sorriso no rosto.

A história, acho que todo mundo já sabe: André (Lázaro Ramos) é operador de fotocopiadora que ganha uma miséria e é apaixonado por uma menina (Leandra Leal). Ele procura meios de conquistá-la, apesar da pouca grana que sempre lhe é um problema. Entre um desses meios pouco aconselháveis está a falsificação de dinheiro. Também no elenco pra embelezar e fazer rir estão, respectivamente, Luana Piovani (ela é tão gostosa que dá raiva) e Pedro Cardoso.

O HOMEM QUE COPIAVA é engraçado, inteligente, emocionante e tem elementos de suspense inspirados, inclusive, em JANELA INDISCRETA, de Hitchcock. As características do Jorge Furtado que a gente conhecia dos curtas ILHA DAS FLORES e O SANDUÍCHE estão mais explícitas do que no filme anterior dele (HOUVE UMA VEZ DOIS VERÕES). Mas do filme anterior está o amor que não se importa em ultrapassar as barreiras. Se no primeiro filme o garoto, mesmo sendo enganado pela mulher sacana, continua tentando ficar com ela; neste, o obstáculo é a falta de grana que, graças ao deus Furtado, é problema que pode ser solucionado. E que solução.

domingo, junho 08, 2003

OS PÁSSAROS (The Birds)



Eu de novo. Dessa vez pra falar de outro Hitchcock: OS PÁSSAROS, um dos filmes mais impressionantes do mestre do suspense. Ver o filme dá a impressão de que ele é um milagre. Um milagre realizado por um deus do cinema. Em 1963, ano de produção do filme, não havia computação gráfica, efeitos CGI e coisas do tipo. Era tudo muito trabalhoso. Eles utilizaram pássaros de verdade, treinados por experts, alguns pássaros mecânicos, pássaros de papel, técnicas para incorporar pássaros em cena, múltiplos cortes de celulóide pra ajudar na ilusão. Um trabalhão realizado por gente de coragem.

Lembro que quando eu ia pra uma igreja evangélica na infância e adolescência, o pastor de vez em quando comentava que cada vez mais se via menos aves no céu. Que elas estavam se preparando para o dia da grande tribulação, quando o planeta iria viver os dias do Apocalipse. Aquilo, junto com a história do arrebatamento da igreja, me deixava aterrorizado. Nem sei se tem na Bíblia essa história dos pássaros surgirem pra atacar o homem, mas no filme de Hitchcock o tom apocalíptico não encontra concorrente à altura.

Numa determinada cena no bar da cidade, um bebum grita, diante de rumores de ataques dos pássaros: "É o fim do mundo!". Talvez o filme que mais se aproxima desse tom apocalíptico (que eu tenha visto) tenha sido ZOMBIE: O DESPERTAR DOS MORTOS (1978), de George Romero.

Uma coisa fascinante no filme é o silêncio, só interrompido pelo diálogo dos personagens e pelo som dos pássaros e dos objetos que eles quebram. Bernard Hermann é apenas o consultor de efeitos sonoros. A falta de uma trilha dá uma sensação de estranheza no ar, deixando o filme com clima de pesadelo.

As minhas cenas preferidas são: a do ataque dos pássaros às crianças; a visão de cima mostrando o estrago feito pelos pássaros na cena do posto de gasolina; os ataques finais à casa, que devem ter sido inspiração pra filmes como A NOITE DOS MORTOS-VIVOS(1968), de George Romero, SOB O DOMÍNIO DO MEDO (1971), de Sam Peckinpah e ASSALTO À 13ª D.P. (1978), de John Carpenter, entre outros.

Outra coisa impressionante é que o filme se sustenta durante 40 minutos sem ataques "de verdade" dos pássaros. Hitchcock estava construindo um drama familiar, onde uma estranha (Tippi Hedren) surgia numa cidade a fim de um romance com um sujeito (Rod Taylor) que vivia com uma mãe possessiva (Jessica Tandy). A família com problemas é bem a cara de Hitchcock.

Os extras

Nos extras, a atração principal é um documentário de 79 minutos sobre os bastidores do filme. Há muitos detalhes técnicos, já que o filme tem muitos efeitos especiais. Mas há também uma declaração emocionante de Tippi Hedren (ainda uma bela senhora) que conta de quando era uma modelo em decadência e foi parar num filme de Hitchcock. Só vendo a história, hein. O teste que Hitch fez com ela, é outro dos extras do DVD. Ela fez o teste com o ator que fez o detetive Arborgast em PSICOSE. Por falar em PSICOSE, a técnica de múltiplos cortes usada na cena da banheira, aparece novamente em OS PÁSSAROS, numa cena do fim do filme.

Rod Taylor está velhão e bem diferente do galã que era no filme.

Comenta-se o final alternativo, que também achei muito bom. O script com esse final também é outro extra.

O trailler do filme é bem grandinho (quase 5 minutos) mostrando Hitchcock falando com o público sobre o relacionamento do homem com os pássaros, o aparecimento de armas de fogo e outras coisas que o meu inglês não soube entender, até o aparecimento de Tippi Hedren, gritando aterrorizada. Fico imaginando um trailler desses hoje em dia no cinema. Como seria a reação do público? De inquietação ou de interesse?

sábado, junho 07, 2003

PSICOSE (Psycho)

Hoje vi o DVD de PSICOSE, incluindo o documentário de 93 minutos (!!!) que vem no disquinho. Uma maravilha, hein. PSICOSE é um dos filmes que mais deixam cenas marcadas na mente. Considero um dos quatro melhores filmes de Alfred Hitchcock, ao lado de outras obras-primas como UM CORPO QUE CAI, OS PÁSSAROS e FESTIM DIABÓLICO. Não saberia dizer qual dos quatro é o meu favorito. O filme continua ótimo na revisão. Mas a cena mais aterrorizante pra mim não é a famosa cena do chuveiro e sim a morte do detetive Arbogast, mais inesperada e em que as cordas de Bernard Hermann aparecem de surpresa. Como é impressionante a trilha sonora desse homem, hein! E os créditos iniciais de Saul Bass? Algo de extraordinário a cena que mostra o corpo morto de Marion Crane, na banheira, com a câmera focalizando um de seus olhos. Elogiar mais o filme é chover no molhado.

O filme já foi tão citado que dá até pra listar outros que beberam da fonte do filme do Hitch:
IRMÃS DIABÓLICAS (1972) e VESTIDA PARA MATAR (1980), ambos de Brian DePalma são explícitos em homenagear o filme; PULP FICTION (1993) de Quentin Tarantino o homenageia na cena do carro, em que Marion Crane dá de cara com o seu chefe cruzando o sinal de pedestres. Isso sem falar na própria refilmagem de PSICOSE (1998), de Gus Van Sant, que tanta gente odeia e eu gosto bastante. Há também os filmes de Dario Argento e John Carpenter, mestres do terror que devem muito ao mestre Hitch.

Os Extras

Como eu falei lá em cima, para desespero de quem havia comprado caro o box com os DVDs de Hitch na Universal, que veio com um PSICOSE sem extras, o DVD vendido em separado vem com um "making of" de 93 minutos pra ninguém botar defeito. O documentário serve pra aprofundar o que a gente acha que sabe do filme de Hitch. Há depoimentos do roteirista do filme, de Janet Leigh, de Pat Hitchcock e de outros membros da produção.

Aprendi hoje algumas coisas a respeito do filme:

-Antes do filme, Hitch vinha de uma super-produção - INTRIGA INTERNACIONAL - e dessa vez queria fazer um filme de baixo orçamento, de menos de um milhão de dólares e em preto e branco.
- Na cena que mostra Marion Crane morta na banheira, Hitch queria que Janet Leigh usasse lentes de contato para dar melhor impressão de vazio no olhar. Janet não conseguiu se adaptar às lentes.
- No livro "Psycho", que inspirou o filme, o personagem de Norman Bates era gordo e bem desagradável. O roteirista escolheu Anthony Perkins pois ele passava simpatia para a platéia.
- Hitchcock odiava filmar em locações. Elas eram extremamente trabalhosas.
- Interessante a explicação do uso do sutiã usado por Janet Leigh no começo do filme, de cor branca, significando a pureza. Depois que ela rouba os 40 mil dólares, ela usa um sutiã preto. Na época, mostrar lingeries no cinema era bastante ousado.
- Foi PSICOSE o primeiro filme americano a mostrar uma privada, e dando descarga. Coisas da cultura americana.
- O boato de que foi Saul Bass quem dirigiu a cena do chuveiro é desmentida pelo elenco.
- A cena do banheiro levou 7 dias para ser filmada!!!
- O filme recebeu várias críticas negativas na época. O roteirista acredita que foi porque Hitch não liberou sessões de cabine para os críticos e eles ficaram putos. Tiveram que assistir o filme pegando fila, como o público normal.

Há mais um monte de curiosidades sobre o filme, que não dá pra mencionar aqui. Na verdade, eu nem deveria ter listado essas aí em cima..hehehe..

Amanhã vou tentar ver o DVD de OS PÁSSAROS e volto aqui pra comentar.

terça-feira, junho 03, 2003

IRMÃS DIABÓLICAS (Sisters)

Tive a oportunidade de conferir um dos primeiros filmes de Brian DePalma no último domingo. Excelente. Ver SISTERS (1973) dá a impressão de estar vendo um filme dirigido pelo próprio Hitchcock. A comparação com Hitch é inevitável. Nesse caso, PSICOSE é a principal citação que DePalma faz ao mestre do suspense. Inclusive, o próprio Bernard Hermann faz a trilha sonora, que parece bastante com a de PSICOSE. Uma cena de sangue e violência também. Assim como a conversa entre as duas irmãs e as explicações psicanalíticas. Há até quem considere plágio. Eu considero uma homenagem. Há quem desconsidere completamente a obra de DePalma. Eu me delicio com seus filmes.

Na história, Margot Kidder (mais conhecida com a Lois Lane de SUPERMAN) é uma gêmea siamesa separada da irmã. Ela é uma modelo que, depois de trabalhar numa "pegadinha" de um programa de tv, convida a "vítima" para jantar. Os dois transam. Ele sai pra comprar um bolo de aniversário pra ela na manhã seguinte. E o resto não dá pra dizer pra não estragar a surpresa. Além de Margot Kidder, marca presença e embeleza a tela Jennifer Salt, como a curiosa investigadora do assassinato, visto através da janela de seu apartamento (como em JANELA INDISCRETA).

SISTERS é do mesmo estilo (suspense hitchcockiano) de outras maravilhas de DePalma como CARRIE, A ESTRANHA (1976), VESTIDA PARA MATAR (1980), BLOW OUT (1981), DUBLÊ DE CORPO (1984) e SÍNDROME DE CAIN (1992). Aliás, esse último filme é uma retomada mais explícita a um tema recorrente na obra de DePalma (o duplo) e é - grosseiramente falando - uma versão masculina de SISTERS.

SISTERS foi gravado pelo chapa Renato do DVD da Continental.

segunda-feira, junho 02, 2003

O OLHO QUE TUDO VÊ (My Little Eye)

Os filmes de terror andam em baixa desde o ano passado. Esse ano, apenas um ótimo filme apareceu nos cinemas (O CHAMADO) e este ainda carrega a desvantagem de ser um remake de um filme japonês. Esperemos que o filme de Danny Boyle (EXTERMÍNIO) seja tão bom quanto o esperado.

O OLHO QUE TUDO VÊ é uma mistura de BRUXA DE BLAIR com Big Brother, com uma história que também lembra o horror inglês O BURACO. A trama: cinco jovens aceitam participar de um reality show exibido pela internet a fim de ganhar 1 milhão de dólares. Diferente do Big Brother, que funciona por eliminação, nesse jogo, se um desiste, todos perdem. E o tempo do jogo é de 6 meses.

O que mais lembra A BRUXA DE BLAIR é a tentativa de tornar o filme o mais real possível, utilizando inclusive câmera digital de baixa qualidade. No caso, várias câmeras, espalhadas por toda a casa. Interessante que tem câmera até na caneta que uma das meninas escreve. Uma das coisas que diferem, porém, é o uso do som em momentos de suspense, o que acaba tornando o filme quase um terror convencional. O filme é bem violento (estava sentindo falta de violência nos filmes de terror...hehehe) e contém cenas de sexo (nem tão fortes assim).

Merece um parágrafo à parte uma canção do Peaches que toca bem alto numa cena de sexo. A canção é muito legal e sacana e se chama "Fuck the Pain Away" e já começa com a vocalista pedindo para alguém chupar os seus "peitinhos". Hehehhe..Segue trecho da canção:

"Suckin' on my titties like you wanted me/
calling me all the time like Blondie/
check out my Chrissie behind/
it's fine all of the time/
like sex on the beaches"
O AMOR EM DOIS FILMES

Dois filmes vistos no cinema no sábado tratam da temática do amor de maneiras distintas. Seguem os comentários:

EMBRIAGADO DE AMOR (Punch-Drunk Love)

O título original bacana do filme de Paul Thomas Anderson virou essa coisa brega que é o título nacional, que é melhor nem ficar repetindo. A primeira frase que me veio à cabeça, vendo o filme foi: "P.T. Anderson é doido". E o filme é muito maluco mesmo. O que é bastante coerente com os dois filmes anteriores do cineasta. Em MAGNOLIA há todo um clima de perturbação, de angústia. Em BOOGIE NIGHTS, no ato final, que mostra a decadência dos personagens, também sente-se esse clima nervoso. PUNCH-DRUNK LOVE faz o oposto: a primeira parte do filme é a mais nervosa.

Na história, Adam Sandler é um cara anti-social. Vive sendo perturbado pelas irmãs, que querem lhe levar pra festas e lhe arranjar uma namorada. Como ele é muito tímido, acha a situação muito incômoda, pra dizer o mínimo. Ele se mete numa encrenca depois de experimentar um serviço de sexo por telefone. Em seguida, encontra o amor na figura de Emily Watson.

A química entre Adam Sandler e Emily Watson num filme de P. T. Anderson era algo que ninguém acreditava que desse certo. Mas o resultado ficou muito bom e, ao mesmo tempo, muito estranho. Tudo no filme é muito esquisito: o local de trabalho de Sandler, as ruas vazias da cidade, uns acidentes de carro assustadores, os tiques nervosos do comediante, os ângulos de câmera, a luminosidade contrastando ferozmente com a escuridão na fotografia, o romance que parece saído de um desenho animado, os mafiosos chefiados pelo colaborador constante de P. T. Anderson, Philip Seymour Hoffman.

Um dos melhores filmes do ano. Só pode decepcionar quem está procurando uma história de amor bem convencional. Mas quem mandou fazer expectativas?? hehehe

MARIE-JO E SEUS DOIS AMANTES (Marie-Jo et ses 2 Amours)

Filme francês de Robert Guédiguian, diretor de A CIDADE ESTÁ TRANQUILA. O filme mostra a história de Marie-Jo, uma mulher casada, que tem um amante secreto e ama os dois homens apaixonadamente. O filme custou a me conquistar. Talvez por mostrar pessoas muito comuns, totalmente desprovidas de glamour. Mas à medida que a trama vai crescendo, principalmente a partir da descoberta do romance pelo marido chifrudo, o filme vai se tornando mais e mais envolvente. O diretor fez um filme bastante parecido com a vida real. Há momentos de tédio, de choro, há momentos em que dá aquele nó na garganta, há até momentos de pura cafonice. Guédiguian coloca umas canções na trilha que chegam a ser constrangedoras de tão bregas. No filme há uma participação de Philippe Noiret, estranhamente não creditado no IMDB. Ou será que não era ele?

domingo, junho 01, 2003

CINEMA EM PRETO E BRANCO



De vez em quando eu me obrigo a ver uns filmes seguidos, seguindo uma certa temática. Só assim, eu vou conseguindo dar conta dos filmes gravados em VHS aqui em casa. Já fiz isso com três filmes do Hitchcock, três com o Jackie Chan, três com o Paul Newman, três filmes do Dario Argento etc. Faço isso de acordo com o que eu tenho disponível gravado aqui. Resolvi fazer um novo tema: os filmes em preto e branco que passam no Band na meia-noite de domingo. Sugiro a quem não está gravando que fique de olho na programação. Passam verdadeiras pérolas.

Os filmes que vou comentar brevemente são de diretores bem conhecidos, mas não populares: Joseph L. Mankiewicz, Anatole Litvak e Rober Mulligan.

QUEM É O INFIEL ? (A Letter to Three Wives)

Filme de 1949 de Joseph L. Mankiewicz, diretor de CLEOPATRA (1963), JULIO CESAR (1953), A CONDESSA DESCALÇA (1954), A MALVADA (1950), entre outros. O filme é todo contado usando o recurso (bastante utilizado na época) do flashback. Na história, três amigas, imediatameante antes de desembarcar num passeio de barco, recebem uma carta de uma quarta mulher. Na carta, a mulher diz que fugiu com um dos três maridos. Sem poder ligar ou fazer mais nada pra se livrarem dessa dúvida cruel, elas lembram de momentos de suas vidas com seus maridos, tentando encontrar motivos para terem sido abandonadas. Esse é um dos mais saborosos filmes de Mankiewicz e conta com um trio de atrizes muito legal. A mais bonita das três é Linda Darnell. Kirk Douglas está no elenco como um dos maridos. E uma das melhores coisas do filme é nunca mostrar a tal mulher que lhes escreveu a carta. Ela é apenas citada. Filmão!

NA COVA DA SERPENTE (The Snake Pit)

Esse é um filme de 1948 de Anatole Litvak, que dirigiu no mesmo ano UMA VIDA POR UM FIO (Sorry, Wrong Number), ótimo suspense com Barbara Stanwick e um dos mais fáceis de encontrar numa locadora uns dez anos atrás. Ver NA COVA DA SERPENTE dá uma dimensão do estilo de Litvak, bem exagerado. Certo dia, conversando com o Renato por icq, ele me contou que Reichenbach coloca um dos filmes de Litvak como uma espécie de "guilty pleasure", de tão grotesco que é em termos de interpretação e estilo de direção. Realmente os filmes dele são barrocos, exagerados. Nesse filme com Olivia De Havilland no papel título, a história é vista pelo ponto de vista de uma louca. A atriz é uma mulher que se vê confusa num hospital psiquiátrico ao lado de outras doidas. Ela não se lembra de por que está ali ou quem é ela. Só de algumas coisas. Diferente de filmes como UM ESTRANHO NO NINHO ou BICHO DE 7 CABEÇAS, o filme de Litvak não se propõe a denunciar os hospícios - mesmo mostrando a técnica do eletrochoque como um meio de "acordar" o paciente. Além disso, o médico da personagem também se utiliza da psicanálise freudiana, tentando descobrir as causas da loucura da paciente. Bom filme.

O PREÇO DE UM PRAZER (Love with the Proper Stranger)

Robert Mulligan, o diretor de VERÃO DE 42, dirige esse filme, de 1963, que traz os astros Steve McQueen e Natalie Wood como protagonistas. Acredito que Natalie Wood era vista com bons olhos pelos tarados de plantão da época. Os títulos nacionais era bastante apelativos sexualmente. O PREÇO DE UM PRAZER.... O CLAMOR DO SEXO... Além de tudo, Natalie Wood é uma graça e com certeza era um dos símbolos sexuais dos anos 50 e 60. Nesse filme, Steve McQueen é um jazzista que recebe a notícia de que a garota com quem ele saiu uma única noite (Natalie) está grávida. Ela pede para ele conseguir um desses médicos clandestinos pra fazer um aborto. Ele faz um esforço pra conseguir o dinheiro. Diferente do que eu pensei, o filme é uma bela história de amor. Daquelas de fazer a gente ficar querendo encontrar a nossa Natalie Wood. (Onde estará a minha?)