sexta-feira, maio 03, 2013
UM BOM PARTIDO (Playing for Keeps)
A terceira incursão do cineasta italiano Gabriele Muccino em Hollywood foi, desta vez, em um registro diferente. Se em À PROCURA DA FELICIDADE (2006) e em SETE VIDAS (2008), ambos estrelados por Will Smith, predominava um melodrama bastante carregado nas tintas, em UM BOM PARTIDO (2012), há tonalidades mais leves na história de George, um ex-jogador de futebol (Gerard Butler) que se encontra numa situação ruim, tanto profissional quanto afetivamente, já que não tem mais a glória do passado de jogador famoso, nem um emprego, já que se aposentou, e nem a mulher (Jessica Biel), que ele perdeu no tempo em que agia de maneira inconsequente.
Agora, decidido a recuperar o tempo que perdeu com o filho, resolve ajudá-lo no time de futebol da escola, assumindo a função de treinador. Acontece que várias mulheres, mães dos filhos que estão no time, passam a ficar interessadas em George, que ainda conserva um charme que para muitas mulheres é irresistível. Entre elas, estão as personagens de Uma Thurman e Catherine Zeta-Jones, além de Judy Greer, a moça que sofre de depressão e que se cura depois de uma noite de sexo com George.
Embora seja um filme um tanto comum, UM BOM PARTIDO também não é de se jogar fora. Gabriele Muccino consegue pegar um roteiro banal e transformar em algo minimamente interessante. Sem falar que é uma das raras vezes em que Gerard Butler está bem em uma comédia romântica. Nem tudo está perdido para ele, que, neste ano, pôde ser visto em boas atuações, tanto como herói de ação (INVASÃO À CASA BRANCA) quanto como galã.
E Muccino, que foi descoberto internacionalmente graças ao belo O ÚLTIMO BEIJO (2001), mais uma vez faz um filme que elogia e reforça a necessidade de harmonia familiar, ainda que não seja tão quadrado a ponto de não nos deixar entender as vezes em que o herói dá as suas escapadas com outras mulheres. Afinal, a ex-esposa está prestes a se casar de novo. Mas o destaque é mesmo a necessidade de uma família harmoniosa e com um casal que se ama.
Talvez o problema do filme seja a falta de um momento realmente emocionante, tão comum nas obras anteriores do diretor. Por mais que seja uma obra leve e agradável de acompanhar, UM BOM PARTIDO quase chega ao ponto de copiar os tão comuns finais das comédias românticas mais tradicionais, produzidas em Hollywood desde os tempos do cinema mudo. A diferença é que há uma tentativa de ser mais contido. E isso tem os seus prós e contras.
A propósito, outro filme de Gabriele Muccino poderá ser visto nas telas brasileiras este ano: a continuação de seu grande sucesso O ÚLTIMO BEIJO, que se chamará no Brasil BEIJE-ME OUTRA VEZ (2010), realizado anos antes na Itália, mas, infelizmente, sem a Giovanna Mezzogiorno no papel de Giulia. Uma pena.
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