quarta-feira, abril 14, 2010

UMA NOITE FORA DE SÉRIE (Date Night)






















Como pode pegarem Steve Carell e Tina Fey e fazerem uma comédia totalmente destituída de graça? Os astros de duas das séries cômicas mais populares, queridas e duradouras da televisão americana atual (THE OFFICE e 30 ROCK) se meteram num filminho vagabundo que fica atrás do episódio mais bobo de THE OFFICE. E olha que eles tinham até uma boa premissa, ainda que não exatamente original. SEINFELD, por exemplo, trabalhou com premissa parecida, no antológico episódio no qual Jerry e George se fazem passar por outras pessoas e vão parar numa limusine.

Em UMA NOITE FORA DE SÉRIE (2010), de Shawn Levy, Carrell e Fey são um casal vivendo um momento um pouco difícil porém bastante comum em qualquer relacionamento: o momento em que o tédio chega e quebra o encanto que antes havia. Até mesmo o esforço dos dois para saírem sempre uma vez por semana para jantar se transforma numa obrigação. Por isso o personagem de Carrell aproveita para fazer algo que jamais faria: pegar a vaga de um casal que não veio em um restaurante grã-fino e mega-concorrido em Manhattan, fazendo-se passar por eles. A confusão começa quando os dois são abordados por dois sujeitos que querem informações que eles não têm e estão envolvidos diretamente com a máfia.

Lembrei do quanto OS NORMAIS 2 – A NOITE MAIS MALUCA DE TODAS consegue ser muito mais engraçado sem fazer muito esforço. Isso porque estou nivelando por baixo, comparando com uma comédia meia-boca. Quer dizer, nem era preciso muita grana para fazer um filme minimamente engraçado, capaz de provocar pelo menos umas duas gargalhadas no espectador e fazê-lo voltar para casa um pouco mais leve. É o caso clássico de dinheiro não comprar tudo. Pode comprar a presença de dois astros fortes da comédia americana atual e ainda trazer coadjuvantes de luxo (Mark Wahlberg, Ray Liotta, James Franco), mas não pode enganar a mais ingênua das plateias. No final, nem os tradicionais erros de gravação, que às vezes costumam ser engraçados, despertam interesse. O negócio é sair de fininho e o mais rápido possível da sala de cinema, para não passar vergonha com as luzes acesas.

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