terça-feira, agosto 25, 2009
UM CASAL DO BARULHO / SR. E SRA. SMITH (Mr. & Mrs. Smith)
Um acidente de percurso na carreira de Alfred Hitchcock, UM CASAL DO BARULHO (1941) é o filme mais fraco da gloriosa fase americana do mestre do suspense. Nem dá pra encarar como "um fime de Hitchcock", na verdade. Nessa época, o cineasta já havia realizado dois sucessos em Hollywood: REBECCA - A MULHER INESQUECÍVEL (1940) e CORRESPONDENTE ESTRANGEIRO (1940). Nas entrevistas do diretor, ele fala dessa comédia romântica de maneira muito rápida, como se fosse um erro ter aceitado o convite de Carole Lombard para dirigí-la. Trata-se de um filme de encomenda que pode ser mais valorizado como um bom momento da carreira da estrela Carole Lombard, que morreu cedo, aos 32 anos de idade, num trágico acidente aéreo em 1942. Clark Gable, então seu marido, sofreu muito e nunca mais foi o mesmo. O drama de Gable pode ser visto num dos extras constantes do dvd quádruplo de E O VENTO LEVOU, que fala da vida do astro.
Em UM CASAL DO BARULHO, pode-se ver a graça da estrela, que interpreta uma adorável mulher que é capaz de deixar o marido (Robert Montgomery) no quarto por dias. Só vivendo de amor e com pausas para refeições. Certo dia, ela pergunta ao marido: se ele pudesse refazer a vida dele, ele casaria com ela novamente? Ele comete a besteira de dizer que não, que aproveitaria a vida de solteiro. No mesmo dia, no trabalho, ele recebe a visita de um sujeito que fala de questões legais envolvendo a cidade onde eles se casaram. O fato é que foi informado que o casamento dos dois tornou-se sem efeito. E isso gera um problema para o casal.
É até compreensível ver o cineasta evitando falar desse filme. Na verdade, nem se trata de evitar. É que não há muito o que falar mesmo. Provavelmente, se não tivesse o nome de Hitchcock na direção, UM CASAL DO BARULHO seria praticamente esquecido. Talvez lembrado apenas pelos fãs de Carole Lombard. No filme ela aparece bem bonita e sua personagem é representativa de um momento em que as mulheres ganhavam mais força na sociedade, como pode ser visto em diversos outros filmes dos anos 30 e 40, vários deles muito melhores, como os realizados por mestres como Howard Hawks (com quem ela trabalhou em SUPREMA CONQUISTA), Leo McCarey e George Cukor.
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