quarta-feira, agosto 26, 2009

SE BEBER, NÃO CASE! (The Hangover)























Não lembrava do nome de Todd Phillips. E também não sabia qual era o tal DIAS INCRÍVEIS (2003), vendido como obra de referência do diretor no cartaz do megahit SE BEBER, NÃO CASE! (2009). Depois, no IMDB, fui ver que Phillips foi o cara que dirigiu uma das mais engraçadas e subestimadas comédias dos últimos dez anos: CAINDO NA ESTRADA (2000), que para mim continua sendo o seu melhor trabalho. Também gosto de ESCOLA DE IDIOTAS (2006) e do documentário HATED (1994), sobre a polêmica vida e carreira do punk extremo G.G. Allin. Talvez por causa da expectativa alta em relação à "melhor comédia do ano", eu tenha me decepcionado um pouco com SE BEBER, NÃO CASE!. O filme até faz parte dessa nova safra de comédas masculinas, mas é bem diferente dos trabalhos de Judd Apatow e cia. e do já esquecido "frat pack". Trata-se de um filme onde o humor físico predomina e onde não há espaço para sentimentalismos. É apenas boa diversão, feita parar rir, embora nem sempre competente nesse sentido.

A trama é bem convidativa: um grupo de amigos parte para Las Vegas para festejar uma despedida de solteiro de um deles e acabam acordando com uma baita ressaca e sem saber o que aconteceu nas últimas doze horas. Detalhe: o noivo sumiu, um deles acordou sem um dente, um bebê misterioso apareceu no apartamento, bem como um tigre. O dever deles é descobrir o que aconteceu nas últimas horas e, principalmente, saber do paradeiro do noivo. No meio do caminho, eles se deparam com um grupo de mafiosos japoneses, um carro de polícia roubado, uma stripper (Heather Graham) e o próprio Mike Tyson, que aparece cantando uma música do Phil Collins.

O elenco também é feliz. Bradley Cooper é o sujeito com cara de galã que ganhou fama com a série ALIAS, mas que tem estado cada vez mais presente no cinema. Ele ainda não chegou a ficar tão popular, mas pode ser que aos poucos ele chegue lá. Ed Helms, mais conhecido como o simpático Andy Bernard, de THE OFFICE, está com um dos melhores papeis do filme. Ele é o dentista que tem medo da própria mulher, mesmo sabendo do chifre que recebeu um tempo atrás e que até hoje é motivo de chacota dos amigos. Os menos conhecidos Zach Galifianakis e Justin Bartha completam o quarteto.

O barato do filme é mostrar um grupo de marmanjos de mais de trinta anos se comportando como um bando de adolescentes, o que não deixa de ser uma maneira de mostrar o quanto essa geração não chegou exatamente a envelhecer mentalmente. Eu, como faço parte dela, sei disso. Há os seus prós e contras nisso. Talvez não se dar conta de que o tempo passou tão rapidamente e não ter maturidade suficiente para encarar os desafios impostos pela vida seja um dos principais problemas. Na verdade, esse negócio de amadurecimento masculino é uma questão complicada. Até porque há quem diga que no fundo os homens são eternas crianças.

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