quinta-feira, março 13, 2008
VESTIDA PARA CASAR (27 Dresses)
Depois de algumas semanas em cartaz, só ontem resolvi dar uma chance a VESTIDA PARA CASAR (2008), até porque eu tenho uma queda por comédias românticas mesmo. Claro que algumas fazem a gente sair do cinema com um misto de culpa e vergonha de tão constrangedoramente ruins que são, como foi o caso de LICENÇA PARA CASAR. E um outro filme com o verbo "casar" no título inconscientemente fez com que eu ficasse com um pé atrás e demorasse a me decidir a vê-lo enquanto houvesse opções melhores nos cinemas. Mas a balança pendeu para o outro lado quando pensei em Katherine Heigl, uma atriz adorável, e que eu considero a melhor coisa de LIGEIRAMENTE GRÁVIDOS (2006) - como eu nunca vi nenhum episódio de GREY'S ANATOMY, estou descobrindo a moça agora. E ela tem um jeito e um sorriso que me lembram muito uma ex-namorada, tanto que fica difícil não lembrar dela enquanto a atriz está em cena - não sei dizer se isso é bom ou ruim.
Quanto ao filme, trata-se de uma comédia romântica genérica e com seus clichês batidos - por que eles têm sempre que mostrar os amantes se declarando em público? -, mas que mesmo assim tem os seus pontos positivos a ponto de torná-la no mínimo agradável. O primeiro deles é a boa química existente entre Katherine e James Marsden, que pela primeira vez fez um personagem que eu simpatizasse. Eu sempre o via como um sujeito meio "pé-no-saco". Dessa vez, entre ele e Ed Burns, eu torcia por ele. Claro que o filme não é neutro e o mostra como um cara legal. E a cena do casal bebendo e cantando num bar é muito boa. No filme, Katherine é uma mulher que tem um especial fascínio por cerimônias de casamento e sempre que pode faz o papel de madrinha de noivas, guardando em seu guarda-roupa todos os vestidos de madrinha. Há anos ela é apaixonada por seu chefe (Ed Burns), que nem liga pra ela - pelo menos, não no sentido romântico do verbo "ligar". Justo na noite que ela decide tomar a iniciativa, a sua irmã, chegando de viagem, "ganha" o seu chefe assim que aparece na festa.
Engraçado que a atriz que interpreta a irmã dela, a sueca Malin Akerman, eu achava bem bonita quando a vi nos poucos episódios de ENTOURAGE, mas depois de ANTES SÓ DO QUE MAL CASADO, parece que colocaram a moça pra fazer personagens com defeitos pouco aceitáveis. No caso de sua personagem em VESTIDA PARA CASAR, ela mente bastante, como forma de encontrar pontos em comum com os gostos do personagem de Ed Burns. E cada notícia boa que ela dá sobre a evolução do romance com Burns só deixa a irmã louca de ciúme e se esforçando pra disfarçar a dor e a raiva. Completando o quadrado amoroso, há o personagem de Marsden, que é um jornalista responsável por uma coluna sobre casamentos de um jornal respeitado, coluna essa, lida assiduamente pela personagem de Heigl. Ele conhece a "super-madrinha" numa noite em que ela teve que participar de duas festas de casamento ao mesmo tempo.
Quanto a Ed Burns, achei interessante a pequena entrevista que ele deu para a revista SET desse mês. Ele foi entrevistado por ocasião do terror UMA CHAMADA PERDIDA, remake do filme japonês do Takashi Miike. Burns me pareceu bastante amargo ao falar da dificuldade de se conseguir fazer cinema independente nos Estados Unidos. Com o encarecimento das produções e o pouco tempo em que elas ficam em cartaz, ele acabou tendo que se render a um cinema de apelo mais popular para sobreviver. Na entrevista, ele não fez questão nenhuma de elogiar o remake e me pareceu também bem pouco esforçado e apagado nesse VESTIDA PARA CASAR. Ele, como um diretor independente cujos filmes não fizeram tanto sucesso comercial, deve se sentir meio frustrado com essa posição de ator de filmes de qualidade duvidosa.
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