segunda-feira, abril 08, 2013

INVASÃO À CASA BRANCA (Olympus Has Fallen)























Que bela surpresa que é este INVASÃO À CASA BRANCA (2013). O diretor Antoine Fuqua impressionou meio mundo quando fez sucesso com DIA DE TREINAMENTO (2001), mas depois foi deixando-se perder pelo caminho. Filmes como REI ARTHUR (2004) e ATRAÍDOS PELO CRIME (2009), para citar os que vi, não são exatamente exemplos de grande cinema. Mas eis que ele faz um belo filme novamente em um trabalho que até tinha muito para dar errado, principalmente pela dosagem de patriotismo. Quando exacerbada, ela pode ser fatal.

Mas Fuqua também teve sorte que os Estados Unidos estão vivendo um momento particularmente delicado. E outra guerra com a Coreia do Norte pode estar iminente, se os norte-coreanos realmente cumprirem as ameaças. O fato é que INVASÃO À CASA BRANCA, se pode parecer mais um daqueles disaster movies que os americanos gostam de fazer, destruindo seus patrimônios históricos quase que de maneira masoquista, é, acima de tudo, uma obra que eleva os seus ânimos patrióticos. Se o público brasileiro é capaz de vibrar com o filme, como pude testemunhar na sessão deste domingo, imagine como é nos Estados Unidos, onde a bandeira listrada e com estrelas é tão mais respeitada.

O filme é carregado de tensão, tem um prólogo muito bonito plasticamente, e que já mostra a fragilidade do oficial do Serviço Secreto Mike Banning (Gerard Butler), depois de uma falha que resulta em morte e que tirará do serviço o agente. 18 meses depois, ele trabalha ainda na área de segurança e é casado com uma bela enfermeira vivida por Radha Mitchell. A chance de redenção vem de maneira ingrata: quando a Casa Branca é invadida por um grupo de terroristas norte-coreanos.

O elenco é grandioso. Além dos já mencionados, temos Aaron Eckhart, no papel do presidente; Dylan McDermott, como um assessor do presidente; Rick Yune, como o vilão Kang; Morgan Freeman, como o presidente em exercício durante a situação; Melissa Leo, como a Secretária de Defesa; Angela Bassett, como Diretora do Serviço Secreto; Robert Forster como um general de alta patente; e Ashley Judd, como a primeira dama. É muita gente boa envolvida, o que dá até para ficar desconfiado. Junte-se a isso uma produção bem cuidada no que se refere às cenas de ataque à Casa Branca e ao poderio militar dos Estados Unidos e dos coreanos. Porém, isso tudo não seria suficiente se Fuqua não dirigisse com competência.

O que INVASÃO À CASA BRANCA não consegue fugir é do velho tema do exército de um homem só, tão comum em filmes hollywoodianos, principalmente os da Era Reagan. Agora a moda parecesse estar voltando novamente, ainda que a sala do Serviço Secreto também tenha ajudado bastante o ex-oficial infiltrado e única esperança para salvar o presidente e seus subordinados.

O personagem de Butler é implacável com seus inimigos e o filme parece ter a intenção de mostrar força e selvageria por parte dos americanos. Ou pelo menos por parte deste homem em particular, que não hesita em quebrar pescoços ou enfiar facas na testa de seus inimigos. O que explica a classificação 16 anos que o filme ganhou no Brasil.

Por isso, o clima patriótico que o filme adota com força ao final pode até ser perdoado. Principalmente por ser rápido. Além do mais, por mais que os Estados Unidos sejam vistos como a grande nação imperialista da atualidade, eles ainda "representam boa parte da alegria existente no mundo", como bem disse Caetano Veloso. Estamos acostumados com seus filmes, com suas séries, com sua música, com seu consumismo, com seu estilo de vida, que penetrou em nossos lares há décadas. Para o bem e para o mal.

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