sexta-feira, abril 05, 2013
G.I. JOE – RETALIAÇÃO (G.I. Joe – Retaliation)
O primeiro filme da franquia G.I. Joe não foi muito bem recebido pelos fãs. As razões são várias, algumas delas ligadas à suposta incompatibilidade do elenco escolhido para desempenhar certos personagens. Caso de Channing Tatum como Duke. Porém, depois de seu papel principal em G.I. JOE - A ORIGEM DE COBRA (2009) as coisas mudaram bastante com relação à popularidade do ator. Tatum fez sucesso em diversos filmes, desde dramas românticos como PARA SEMPRE e QUERIDO JOHN, até uma comédia de ação (ANJOS DA LEI) e um drama sobre strippers de clubes para mulheres (MAGIC MIKE).
O fato é que a popularidade do ator fez com que os produtores resolvessem mexer um pouco em sua participação no filme, que, a princípio, seria bem menor. Outro motivo para o atraso de um ano do lançamento foi a conversão para a tecnologia 3D, a fim de capitalizar nas bilheterias, já confirmada com a liderança no ranking do fim de semana nos Estados Unidos.
Assim, excetuando a participação do Duke, do presidente dos Estados Unidos (Jonathan Pryce), do ninja Storm Shadow (Byung-hun Lee) e de alguns poucos personagens secundários, praticamente todo o elenco principal de G.I. JOE - RETALIAÇÃO (2013) foi modificado. Os motivos devem ser vários, o principal deles, a já citada insatisfação do público com relação ao primeiro filme. O que é uma pena, pois deixamos de ter nesta continuação a bela ruiva Scarlett (Rachel Nichols) e o General Hawk (Dennis Quaid).
O problema é que, com astros como Dwayne Johnson e Bruce Willis no elenco principal, fica difícil dar espaço a tanta gente. E há, claramente, uma intenção de tornar este segundo filme um pouco mais sério do que o primeiro. Daí a necessidade de cortar um ator como Marlon Wayans, mais ligado a comédias. E a seriedade surge a partir do momento em que o sujeito que incorpora o corpo do presidente dos Estados Unidos manda matar todos os Joes.
Os poucos sobreviventes da chacina, chefiados agora por Roadblock (Johnson) se veem sozinhos, embora ainda possam contar com o ninja do grupo, o sujeito que nunca aparece com o rosto à mostra e nunca fala uma palavra, Snake Eyes, que estava do outro lado do mundo treinando uma jovem nas artes marciais. Com isso, o elenco ganha mais duas personagens femininas de peso, ainda que fiquem aquém de Sienna Miller e Rachel Nichols, as meninas do primeiro filme, em beleza e sensualidade.
Vários eventos e personagens do primeiro filme são esquecidos propositalmente, mas é interessante assistir, antes de ver este segundo filme, a G.I. JOE - A ORIGEM DE COBRA, de modo a se situar melhor na trama. As maquinações na Casa Branca continuam, graças principalmente a Cobra Commander e a Zartan, que é o sujeito que utiliza a nanotecnologia para ganhar a aparência do presidente e que deseja mostrar que pode destruir cidades inteiras com o toque de um botão.
Assim, o pequeno grupo chefiado por Roadblock procura a ajuda de um veterano dos Joes, o General John Colton (Willis), para conseguir um armamento pesado para conquistar a guerra contra seus grandes rivais terroristas e salvar o mundo. O curioso é o modo como o filme mostra a obsessão dos norte-americanos por armas pesadas. Principalmente aquelas de tamanho gigante, que um ator peso-pesado como Dwayne Johnson consegue carregar. É possível ver o filme sem pensar nesse aspecto já infiltrado no modo de vida americano, já que, desde a década de 1980, na era Reagan, os filmes de ação já utilizavam esse tipo de armamento pesado. O que diferencia G.I. JOE - RETALIAÇÃO desses filmes de ação tradicionais nem são seus elementos fantasiosos e suas armas gigantes, mas seus personagens exóticos.
Embora tenha o seu charme, G.I. JOE - RETALIAÇÃO não tem a graça do primeiro filme, nem sua ação non-stop. Provavelmente por causa da direção de Jon M. Chu, um sujeito que tem no currículo filmes como ELA DANÇA, EU DANÇO 2 e 3 (2008, 2010) e o documentário JUSTIN BIEBER: NEVER SAY NEVER (2011). De todo modo, para quem tem esse background, não deixa de surpreender a habilidade como Chu comanda o filme, ainda que o resultado não seja totalmente satisfatório. Pode não ser um grande épico de ação, mas fornece o entretenimento equivalente ao de um filme B lançado direto em vídeo.
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