sexta-feira, maio 01, 2009

X-MEN ORIGENS: WOLVERINE (X-Men Origins: Wolverine)



O que dizer de um filme cuja única parte interessante é os créditos iniciais? Não diria que fiquei desapontado com X-MEN ORIGENS: WOLVERINE (2009), porque já não esperava mesmo grande coisa do filme, mas aí é que está: se eu já não esperava nada, as chances de encontrar algo de bom podiam ser maiores. E eis que me deparo com um dos filmes mais insípidos desse novo gênero que se transformou os filmes de super-heróis. Nem estou reclamando aqui da falta de fidelidade aos quadrinhos. Isso de fato me incomodou no primeiro filme dos X-Men, mas depois fui relevando e deixando de lado, tentando apreciar o filme independente dos quadrinhos. Afinal, nem sempre fidelidade ao original quer dizer excelência. Muitas vezes é fugir da essência e buscar outros rumos para a mitologia o caminho certo a fazer. Mas o que testemunhamos nesse filme de Wolverine, dirigido pelo sul-africano Gavin Hood (INFÂNCIA ROUBADA, 2005; O SUSPEITO, 2007), é um total descaso com o público. Ou com o público que seja minimamente exigente. Acham que entregar um roteiro meia-boca, arranjar um elenco inexpressivo, enfatizar a ação e deixar que Hugh Jackman leve o filme nas costas é o bastante. Por mais hábil e carismático que o ator seja, não é ele quem vai transformar um projeto ruim num bom filme.

Minha intenção inicial hoje era conferir a tal tecnologia 3D, que supostamente estaria à disposição dos fortalezenses no shopping Via Sul. Saí de casa cedo a fim de chegar a tempo para ver a primeira sessão e comer algo por lá mesmo. Estava encarando o fato de ir a um shopping novo e desconhecido pra mim e conferir salas novas quase como se estivesse em outra cidade. Mas qual não foi a minha decepção quando, ao chegar lá, os sujeitos encarregados de "recepcionar" os visitantes no estacionamento avisam que só estavam funcionando três salas. A sala 3D, que exibia MONSTROS VS. ALIENÍGENAS, não estava pronta ainda. Pelo menos tinha alguém lá pra avisar, não é? E ao menos o lugar é perto do Iguatemi e pude chegar a tempo para pegar a primeira sessão do mutante mais invocado da Marvel, embora sem a mínima empolgação. Bom também eu não ter que esperar muito num shopping cheio de lojas fechadas: a sessão iria começar em quinze minutos, tempo suficiente para comprar alguma coisa para comer durante o filme.

Mas voltando ao filme em questão, o que mais poderia dizer? Será que tem algo em WOLVERINE que eu tenha gostado, além dos já citados créditos iniciais, os que mostram a participação de Logan e seu irmão em várias guerras? Talvez a atriz que faz o interesse amoroso de Logan, a bela Lynn Collins, com seus belos olhos verdes, tenha me chamado a atenção. Mas nem ela nem nenhum dos outros membros do elenco conseguiram dar credibilidade à trama. Liev Schreiber, ainda que injete energia ao personagem Victor Creed, acaba se tornando apenas mais um vilão irritante. O coitado do Dominic Monagham (o Charlie, de LOST) fica colocando as mãos na cabeça para mostrar que é alguém que tem poderes psíquicos. E na tentativa de agradar os fãs dos X-Men que acompanharam as aventuras dos mutantes nos negros anos 90, colocaram, sem muita preocupação com a ordem cronológica dos quadrinhos, o personagem Gambit, que fez muito sucesso na década passada. Mas pra que colocar tanta gente cheia de superpoderes? Isso só faz transformar o filme num sub-X-MEN, quando os produtores tinham a chance de construir um drama envolvente e perturbador sobre o passado de um dos personagens mais importantes e presentes do Universo Marvel.

Wolverine se tornou maior que os X-Men e hoje faz parte até dos Novos Vingadores, além de ter dois títulos próprios, participação esporádica nos títulos dos outros heróis e de vez em quando edições especiais, como as que a Panini despejou nas bancas no mês de abril, aproveitando o possível hype em torno do filme. Agora é esperar que em 2010 a produtora de filmes da Marvel mantenha o pique iniciado no ano passado e que HOMEM DE FERRO 2 e THOR sejam feitos com todo o cuidado e dedicação.

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