domingo, julho 06, 2008

JOGO DE AMOR EM LAS VEGAS (What Happens in Vegas)



Ok, isso não teria acontecido se eu não estivesse de férias. Refiro-me a assistir a esse filme. Não que eu não curta comédias românticas, pelo contrário, é que esse simplesmente me parecia bobo demais para que eu me desse ao trabalho de sair de casa para assistí-lo. Mas com a barulheira da reforma do meu quarto e sem poder assistir nenhum filme durante a tarde, a fuga para o cinema é tão estratégica quanto às saídas (para a esquerda ou para a direita) do saudoso Leão da Montanha (quem não lembra do personagem da Hannah Barbera? - devo estar ficando velho mesmo...). O fato é que o filme é mesmo bobo, mas que cumpre bem sua função de entreter e divertir. Além do mais, achei uma boa juntarem num mesmo filme Cameron Diaz e Ashton Kutcher. Os dois têm um espírito moleque que funciona muito bem, embora a Cameron, aos poucos, esteja perdendo um pouco isso, passando a fazer papéis mais sérios. O bom drama EM SEU LUGAR e o agendado para o próximo ano THE BOX, de Richard Kelly, comprovam isso. GANGUES DE NOVA YORK nem se fala e pode ser encarado até como um acidente de percurso na sua carreira, mas a menina trabalhou com o Scorsese, oras. Quanto a Ashton Kutcher, sua situação é um pouco mais complicada no que se refere a ser encarado como um ator sério futuramente, mas ele esteve no elenco de BOBBY, de Emilio Estevez, o que já é um começo. No terreno das comédias românticas, ele já havia ensaiado um filme sobre o casamento em RECÉM-CASADOS, que eu não vi, mas que me parece ser bem bobo, e no simpático DE REPENTE É AMOR.

JOGO DE AMOR EM LAS VEGAS (2008), de Tom Vaughan, diretor vindo da televisão, apesar de tudo, tem os seus momentos. Tanto de risadas, o que constitui a maior parte - isto é, quando elas funcionam, - quanto de sentimentalismo, o que ocorre um pouco lá pelo final. Não chega a ser nada pra fazer chorar - embora eu conheça alguém que tenha admitido que chorou no final ;) - mas não deixa de ser bonita a cena. É o tipo de filme que a gente já sabe mais ou menos como vai terminar e que apenas curte o andamento dos acontecimentos, que passam voando, com aquela leveza e despretensão que só o cinema americano é capaz de fazer. É como um pastel de vento, que parece alimentar enquanto estamos saboreando, mas que não tem muita "sustância". Mas pra que falar mal do filme se ele nos ofereceu momentos momentos de descontração nesses tempos de estresse? Claro que poderia ser melhor, mas também poderia ser pior.

Na trama, já conhecida de quem costuma ir ao cinema e ver os trailers, Cameron Diaz e Ashton Kutcher são duas pessoas totalmente diferentes. Cameron é uma workaholic, trabalha no pregão da Bolsa, enquanto Ashton é o cara que não quer nada sério na vida, nem com trabalho nem com os relacionamentos. Devido a circunstâncias distintas, os dois vão parar em Las Vegas, lugar que para os americanos parece ser sempre uma válvula de escape. E lá, os dois acabam se trombando, se conhecendo, tomando todas e casando-se, totalmente bêbados. No dia seguinte, os dois acordam atordoados e arrependidos com o casamento relâmpago. O que os reune é a moeda que Cameron empresta a Ashton e que vai render três milhões de dólares numa maquininha, que se torna motivo de briga para os dois. A sorte os une novamente, quando o juiz, resolve acabar com a confusão, forçando os dois a seis meses de casamento forçado, ainda tendo que comparecer a sessões de análise de casal com uma psicóloga (Queen Latifah), enquanto o dinheiro fica depositado judicialmente.

As cenas mais memoráveis envolvem o uso do banheiro, as tentativas de um dos dois sabotar o outro para ganhar a soma total, a reunião surpresa do casal com a família de Ashton e, especialmente, a cena do convite para um fim de semana de diversão com o pessoal do trabalho de Cameron. É nessa hora que o filme lembra um pouco os melhores momentos da comédia americana, como as realizadas por George Cukor, Howard Hawks, Billy Wilder e Leo McCarey. Comparar essa pequena comédia com o trabalho desses gigantes pode não ser de bom tom, mas querendo ou não todas essas comédias contemporâneas são devedoras desses mestres do velha Hollywood.

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