quinta-feira, março 10, 2016

TRÊS FILMES RUINS



Vamos lá. Sem muito tempo, pois a vida é curta, vamos logo matar três filmes com uma só marretada. São dois americanos e um brasileiro. Os três têm o seu grau e sua própria especificidade em matéria de ruindade, como veremos abaixo.

A 5ª ONDA (The 5th Wave)

Com essa onda de aventuras de ficção científica juvenis apresentando futuros distópicos, chegou mais este A 5ª ONDA (2016), de J Blakeson, da produção britânica O DESAPARECIMENTO DE ALICE CRED (2009), que pouca gente viu, inclusive eu. De toda forma, o filme britânico parece curioso e provavelmente foi o cartão de visitas do diretor para Hollywood. E lá eles gastaram cerca de 40 milhões com a produção da história de uma garota adolescente vivendo em um mundo dominado por alienígenas que já destruíram grande parte da população mundial e que hoje vivem entre nós. O filme é tão ruim que com 15 minutos a gente já está pedindo a Deus para que ele acabe logo. Mas dá até pra ficar bem se formos brincar de pensar que escolhas o roteirista poderia ter feito para que o filme ficasse menos ruim. Chloë Grace Moretz não teve a mesma sorte de suas colegas Jennifer Lawrence e Shailene Woodley.

UM HOMEM ENTRE GIGANTES (Concussion)

Eis um exemplo de filme que, além de muito ruim em sua construção dramática, é cheio de bobagens patrióticas que chegam a dar raiva no espectador. Em certo momento de UM HOMEM ENTRE GIGANTES (2015), alguém questiona a capacidade de determinado advogado porque ele se formou em Guadalajara, no México. O protagonista, o médico vivido por Will Smith, se sente um peixe fora d’água na Terra do Tio Sam, mas não quer largar o osso, pois ali é o lugar mais perfeito do mundo. E quando querem matar a jararaca, ou seja, a Liga de Futebol Americano, por causa dos problemas de saúde que provocam, trazem um discurso final que só serve para louvar a beleza desse esporte. Will Smith com cara de cachorro com fome já não engana mais ninguém e deveria voltar a fazer filmes de ação mesmo. Ou buscar trabalhar com diretores melhores. Esse Peter Landesman é ruim de doer.

APAIXONADOS - O FILME

É tanto filme brasileiro agora com o subtítulo "O Filme" que até fica parecendo uma piada. Mas tudo bem. Isso é só um detalhe. APAIXONADOS – O FILME (2016), de Paulo Fontenelle, é um caso bem clássico de comédia romântica brasileira que procura imitar a estrutura da comédia clássica tradicional hollywoodiana e inclui um tempero brasileiro saído de programas tipo Zorra Total – caso, principalmente, da história envolvendo o gringo assediado por duas mulheres. A história que ainda poderia render era a inicial, a que traz a porta-bandeira vivida por Nanda Costa, o que só faz nos lembrar o quanto ela poderia ser melhor aproveitada, quando pensamos nela em FEBRE DO RATO, de Cláudio Assis. A história dela com o médico deixa até muita gente interessada, pelos desencontros que acontecem, mas é praticamente inexistente, justamente por isso. E a história do rapaz rico e da moça pobre acaba sendo a mais interessante, mas também é só um fiapo. Até poderia ser visto como um trabalho simpático, quando se está de bom humor, mas é claramente uma perda de tempo que poderia muito bem ser exibida como um especial da Rede Globo e não nos importunar o circuito.

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