domingo, março 13, 2016

A SÉRIE DIVERGENTE – CONVERGENTE (The Divergent Series – Allegiant)



Uma das características da série Divergente é que é a mais regular dessas franquias juvenis contemporâneas. Regular, tanto no sentido de manter a mesma qualidade a cada novo filme, e regular também no sentido de não conseguir ser suficientemente boa. A SÉRIE DIVERGENTE – CONVERGENTE (2016), dirigido pelo mesmo Robert Schwentke do segundo capítulo, não foge à regra, embora muitos estejam dizendo se tratar do pior da franquia até o momento.

É possível que com a mudança de direção – Schwentke saiu depois de uma discussão com a produção – a série termine melhor. Mas aí já não será tarde demais, levando em consideração que já será o quarto filme? De todo modo, o próximo diretor será Lee Toland Krieger, de filmes interessantes como CELESTE E JESSE PARA SEMPRE e A INCRÍVEL HISTÓRIA DE ADALINE. Mas falemos desse terceiro exemplar da série.

Uma das vantagens do terceiro filme é que pode ser visto tranquilamente por quem nunca viu nenhum dos outros justamente por não se focar muito naquela história toda das facções, da separação da população de Chicago em diferentes grupos organizados conforme suas capacidades ou dons. Isso é praticamente deixado de lado. CONVERGENTE começa no meio de uma ação importante: o julgamento e execução daqueles considerados inimigos da nova ordem.

Como o irmão de Tris (Shailene Woodley), Caleb, vivido por Ansel Egort, está preso e prestes a ter o mesmo fim dos demais, por tê-la traído, a série arranja um jeito de tirá-lo de lá e fazê-lo juntar-se ao grupo de jovens que atravessarão o muro para descobrir o que existe, embora a nova líder, Evelyn (Naomi Watts), tente impedi-los com seus soldados.

Nesse sentido, o filme se aproxima da alegoria da caverna de Platão, mas também de outro filme de uma franquia concorrente, MAZE RUNNER – PROVA DE FOGO, um exemplar, aliás, muito mais eficiente na construção da ação e do modo intrigante como apresenta o novo mundo para os personagens. Aqui o que vemos é uma tentativa de conquistar o espectador com uma arquitetura moderna e futurista que o dinheiro e os efeitos especiais de ponta podem comprar, mas que a direção deixa a desejar, pois a apresentação daquele novo mundo em nenhum momento causa encantamento ou mesmo temor.

E como o próprio trailer já apresentava uma cena em que Tris dizia para seus companheiros que eles deveriam fugir, desde o começo já sabemos que aquele novo ambiente se trata de uma cilada. Lá ficamos sabendo que Tris é a única pura (seja lá o que isso quer dizer, apesar de eles tentarem explicar) e merecedora de estar naquele lugar de elite. E ela quase cai no conto do chefão David, vivido por Jeff Daniels, mas logo os planos frágeis dos inimigos serão descobertos, primeiramente por Quatro (Theo James), o homem de ação e par romântico de Tris.

CONVERGENTE se torna ainda mais frágil em sua conclusão, com a incapacidade da direção em construir eficientes sequências de ação. Junte-se isso ao fato de que os diálogos são bem ruins e muito apegados a chavões como "não separem as pessoas" etc., além de os personagens serem mal desenvolvidos.

O resultado é um filme que parece ter uma duração maior do que a que tem por problemas de ritmo. E nem podemos botar a culpa no fato de que dividiram o terceiro romance em dois filmes a fim de capitalizar mais, já que o mesmo problema já acontece desde os primeiros filmes. Enfim, pelo menos está terminando a franquia. A curiosidade quanto ao quarto volume é saber se haverá alguma diferença positiva com a entrada do novo diretor.

Nenhum comentário: