sexta-feira, março 02, 2012

FREUD – ALÉM DA ALMA (Freud)



Enquanto a estreia no circuito brasileiro de UM MÉTODO PERIGOSO, de David Cronenberg, continua sendo adiada, aproveitei para ver um filme que há muito eu devia a mim mesmo. Já tinha visto trechos num Corujão vários anos atrás, mas nunca havia visto o filme completo. FREUD – ALÉM DA ALMA (1962), de John Huston, é uma pseudo-biografia do pai da psicanálise Sigmund Freud. Como não tenho conhecimento da história de sua vida, não sei o que é invenção e o que é realidade.

No início, o filme dá especial atenção à utilização da hipnose como método para chegar ao inconsciente do paciente, de modo a entender que seu problema é psicossomático. Uma moça, por exemplo, não consegue andar e através da hipnose, como num passe de mágica, volta a andar, ainda que apenas no estado hipnótico. A trilha sonora de Jerry Goldsmith acentua o mistério nessas sequências e também nas cenas de sonhos.

FREUD – ALÉM DA ALMA demora um bom tempo nessa parte até chegar nos métodos mais reconhecidamente freudianos, como a utilização da conversa no divã como forma de ajudar o paciente a descobrir as causas de seus problemas. Os famosos complexos de Édipo e de Elektra também nos são apresentados, bem como a própria figura um tanto angustiada de Freud, que tem um problema no passado e tenta solucioná-lo, com a ajuda da interpretação de seus sonhos recorrentes.

Montgomery Clift está muito bem neste que foi o seu penúltimo papel no cinema. Ator problemático que não conseguia lidar com sua homossexualidade e tinha dependência com drogas, veio a falecer poucos anos depois. Teve uma carreira curta, mas marcante. Ele, assim como Marlon Brando e James Dean, veio de uma escola que mudou o método de atuação em Hollywood. Tanto que sua interpretação contida de Freud contrasta com o exagero da personagem de Susanna York, a garota com síndrome de Elektra. Agora quero ver como Cronenberg tratou o homem/personagem, à luz de sua poética tão particular.

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