quinta-feira, julho 15, 2010

VITTORIO DE SICA - MINHA VIDA, MEUS AMORES (Vittorio D.)



Senti-me meio que enganado durante a sessão de VITTORIO DE SICA - MINHA VIDA, MEUS AMORES (2009). Não só pela qualidade do documentário, que não é lá essas coisas, mas porque o filme parece um extra de algum dvd que não saiu ainda no Brasil e que uma distribuidora picareta aproveitou para vender aqui, aproveitando as facilidades da exibição digital. Tanto que a janela do filme é 1,33:1 e não 1,85:1, como normalmente se vê nas projeções da Rain. Claro que não dá pra comparar este filme com o excepcional MINHA VIAGEM À ITÁLIA, o documentário de Martin Scorsese sobre o cinema italiano. Mas a obra de Scorsese, ainda que apresentando apenas dois filmes de Vittorio De Sica - LADRÕES DE BICICLETA (1948) e UMBERTO D. (1952), justamente os dois mais famosos -, é muito mais feliz em descrever a força do cineasta em manipular as emoções da audiência. Não uma manipulação fria: como bom canceriano que é, De Sica devia ser bastante emotivo mesmo.

A única vantagem que eu vejo em VITTORIO DE SICA - MINHA VIDA, MEUS AMORES é mostrar outros trabalhos do diretor, além de também nos apresentar ao homem, com suas falhas e qualidades. O documentário é dividido em diversas partes que destacam coisas como a relação de De Sica com Sophia Loren e Marcello Mastroianni. A relação com Sophia foi bem produtiva, tendo rendido, inclusive, um Oscar à atriz, pela produção DUAS MULHERES (1960). Já o casal mais famoso do cinema italiano trabalhou junto em três obras de De Sica: ONTEM, HOJE E AMANHÃ (1963), MATRIMÔNIO À ITALIANA (1964) e OS GIRASSÓIS DA RÚSSIA (1970). Não cheguei a ver nenhum dos três.

Aliás, tenho lacunas imensas com o cinema italiano de modo geral. Recentemente, antes de ver o doc sobre De Sicca, até tentei ver QUANDO A MULHER ERRA (1953), uma co-produção Itália/Estados Unidos, com uma dupla de protagonistas americanos e diálogos escritos por Truman Capote. Mas quando passei o filme para o meu dvd ficou dando problemas de sincronia de som. Isso é terrivelmente irritante. Engraçado que no computador aparece normal. Bom, mas chegará a vez de eu me dedicar mais ao cinema italiano, que já foi o melhor do mundo. Ah, e o documentário também dá destaque ao De Sica ator, que começou como um galã. Achei até parecido com o Anselmo Duarte. Ele seria, portanto, um Anselmo Duarte que deu certo.

P.S.: Finalmente estou disponibilizando ao lado um índice de todos os filmes (e séries e viagens e tops e dvds musicais etc.) comentados aqui no blog. O link não vai necessariamente direto para o filme em questão, mas vai para o mês em que ele foi resenhado, facilitando a vida de quem quer saber se eu vi ou o que eu achei de determinado filme. E facilita a minha vida também. Deem uma olhada e me digam se ficou legal ou se os links estão funcionando. Alguns textos são vergonhosos de tão ruins, especialmente os mais antigos, mas preferi deixá-los como registro, ao invés de apagá-los.

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