quinta-feira, julho 08, 2010

A SAGA CREPÚSCULO: ECLIPSE (The Twilight Saga: Eclipse)



Até já comentei isso pelo twitter, mas deixem-me registrar o ocorrido aqui também. Até porque no blog eu tenho mais espaço para escrever mais detalhadamente. Na segunda-feira, saí do trabalho resolvido a desviar o caminho de casa para ver ECLIPSE (2010) lá no North Shopping, já que os cinemas do Iguatemi estão com problema na central de ar condicionado. Chegando lá, vi aquela fila enorme de adolescentes. Pensei logo comigo: gastei dinheiro com estacionamento à toa. Ou mais ou menos à toa, já que ainda faria um pagamento e compraria um novo mouse, pois havia quebrado o meu na madrugada anterior, deixando-o cair despedaçado no chão. Mas o ideal seria aproveitar a noite para fazer as três coisas. Cheguei na bilheteria, que misteriosamente estava livre e perguntei: "ainda tem ingresso para a sessão de 18h50 de ECLIPSE?". A moça respondeu que tinha, mas que era legendado. Eu falei: "sim, é esse mesmo que eu quero", com um misto de alegria e irritação. Aí perguntei a ela: "o que é aquela fila enorme ali?". "É para a sessão de 18h20, dublada". Ver aquela molecada toda numa fila gigantesca pra ver a versão dublada me deixou triste com a preguiça e os rumos dessa nova juventude na faixa dos quinze anos. E também um pouco preocupado com essa onda de versões dubladas dos filmes multiplicando-se feito preás. De todo modo, pelo menos não precisei pegar fila para entrar, pude fazer um lanchezinho rápido e tranquilo e o filme é melhor do que eu esperava, ainda que inferior aos anteriores.

O problema é que os roteiristas esticam demais o já vazio enredo, enchendo uma trama básica em cinco filmes de mais de duas horas. De quem seria a culpa? Da escritora dos best-sellers ou da roteirista Melissa Rosenberg, já habituada a escrever para séries de tv? Em séries, tem-se a vantagem de explorar mais os personagens. Mas no caso da "Saga Crepúsculo" (acho meio idiota esse termo, mas que outro usar?) parece não haver muito a explorar, pois não há muita liberdade de improviso ou invenção, por causa da busca pela "fidelidade" à obra, para não desagradar aos fãs. Por isso, por mais que mudem os diretores, a base é a mesma, os filmes têm um aspecto parecido.

Ainda assim, é possível estabelecer paralelos com as principais obras dos diretores e o resultado das produções. Se Catherine Hardwicke tem com AOS TREZE sua obra mais marcante, lidando com a adolescência feminina, em CREPÚSCULO ela destacou esse período complicado da vida humana, que é ainda pior para quem se sente deslocado. Chris Weitz, por sua vez, tem em UM GRANDE GAROTO sua obra mais consistente. E Weitz foi muito feliz em mostrar isso no mais romântico dos filmes da série. E eis que chega a vez de David Slade, o diretor de 30 DIAS DE NOITE (2007). Que seria uma escolha adequada. Afinal, o terceiro filme teria mais ação, mais elementos de terror, mais ambientes gelados.

O problema é que, devido ao público-alvo, os tais elementos de terror são bem suavizados. Os inimigos dos vampiros Cullen, por exemplo, que querem matar Bella, são perigosos e tal, mas em vez de mostrar um banho de sangue na briga entre os vampiros, tendo os lobisomens como aliados, os tais novos vampiros se quebram feito pedra. Plasticamente o efeito é até interessante, mas não deixa de ser mais uma forma de evitar que os jovens espectadores se sintam incomodados com o sangue. Vale lembrar que a maior parte do público desses filmes consiste de meninas. Que preferem ver as cenas românticas do trio.

E, nesse aspecto, o filme ganha ao acrescentar o fato de a garota também ter sentimentos por Jacob, o garoto lobisomem, que também luta pelo seu objeto de afeto. Isso diminui um pouco o sentimento geral de não ir a lugar nenhum que paira no ar. E diverte, ainda mais com a participação do público, que chama Edward de corno quando Bella se agarra a Jacob. Principalmente na divertida cena da barraca. A novidade no elenco está na participação de Bryce Dallas Howard, que agora é a vampira vilã Victoria, substituindo Rachelle Lefevre. Como ambas são belas ruivas, talvez pouca gente perceba a troca. Os Cullens também são vistos com mais proximidade no novo filme, que sofre com más interpretações ainda mais do que os outros dois. Ainda assim, considero uma boa diversão, mesmo para aqueles que o veem como uma comédia involuntária.

Seguindo o exemplo da franquia Harry Potter, a adaptação do livro "Amanhecer" será dividida em dois filmes, lançados em 2011 e 2012. O negócio é capitalizar.

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