quarta-feira, junho 05, 2013

TRÊS FILMES EXIBIDOS NO FESTIVAL VARILUX DE CINEMA FRANCÊS 2013



O tempo está curto e a lista de filmes vistos só tem aumentado. No mês de maio passado, eu cheguei a ver 22 filmes só no cinema, sendo oito deles do Varilux. Já escrevi aqui sobre CAMILLE CLAUDEL, 1915, RENOIR, A DATILÓGRAFA e ADEUS, MINHA RAINHA. Falta ainda eu falar sobre FERRUGEM E OSSO, que eu acredito que merece um post só pra ele. Hoje resolvi, então, falar de maneira muito rápida sobre os três filmes de que menos gostei do festival e matar três coelhos com uma só "caixa d’água".

OS SABORES DO PALÁCIO (Les Saveurs du Palais) 

Um dos aspectos interessantes de OS SABORES DO PALÁCIO (2012), de Christian Vincent, é nos apresentar a uma personagem (real) que passaria despercebida: a mulher que um dia foi chefe de cozinha do presidente François Mitterrand, cujo mandato se estendeu de 1981 a 1995. Foi o presidente que mais esteve no poder na França até hoje. Mas o filme não se detém tanto sobre ele, mas sobre a rotina da talentosa chefe de cozinha (Catherine Frot ) em sua busca de agradar e dar o melhor de si em seu cargo. Como o filme se passa em dois tempos na vida dela, há uma agilidade interessante na narrativa. É melhor do que se espera, embora não seja um grande filme. É mais uma obra que lida com a culinária e que mostra a tradição francesa em compor pratos sofisticados.

O HOMEM QUE RI (L'Homme Qui Rit) 

Mais uma versão do clássico de Victor Hugo, O HOMEM QUE RI (2012), de Jean-Pierre Améris, funciona mais pelo esqueleto da história de Hugo e pelo elenco estelar, formado por Gérard Depardieu, Christa Theret (a jovem musa de RENOIR), Emmanuelle Seigner e Marc-André Grondin (que faz o papel de Gwynplaine adulto). Na trama, Gwynplaine é um garoto que teve seu rosto desfigurado com um objeto cortante em sua infância para parecer estar sempre rindo. Por isso, costuma andar com um pano cobrindo a boca. Quando o homem que cuida dele foge, ele se vê abandonado. No caminho, em busca de abrigo em meio a uma tempestade de neve, salva um bebê, que trata de cuidar como se fosse sua irmã, embora quando crescem ambos sintam atração física um pelo outro. Os dois são acolhidos por um grandalhão (Depardieu) que resolve usar os dois garotos como atração de circo. O que falta ao filme é emoção. O diretor acaba desperdiçando uma história muito boa.

PRENDA-ME (Arrêtez-moi) 

Um dos mais fracos do festival, PRENDA-ME (2013), de Jean-Paul Lilienfeld, se passa praticamente em um único lugar: uma delegacia de polícia. Na trama, Sophie Marceau é uma mulher que resolve confessar um crime que cometeu no passado contra o marido, que segundo ela não se suicidou, mas foi empurrado por ela do alto de um edifício. Miou-Miou é a delegada de polícia que tenta entender os motivos da personagem de Marceau, que conta, através de flashbacks, alguns momentos do passado, que incluem principalmente os maus tratos que recebia do marido. PRENDA-ME não é de todo ruim, mas arrasta-se um pouco em seu andamento e com o tempo já torcemos para que tudo acabe logo.

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