domingo, setembro 23, 2012

TED



Uma das maiores surpresas do cinema americano recente, no que se refere a ótimos números nas bilheterias, TED (2012) é o primeiro longa-metragem de Seth MacFarlane, o criador de séries para a televisão como UMA FAMÍLIA DA PESADA (1999-hoje), AMERICAN DAD! (2005-hoje) e THE CLEVELAND SHOW (2009-hoje), todas animações de sucesso dirigidas principalmente ao público adulto. MacFarlane é também dublador de suas séries e em TED ele é o sujeito que dubla o ursinho. A história se aproxima do surreal, mas os temas que o filme traz à tona são principalmente a amizade e a necessidade de (ou cobrança da sociedade pelo) amadurecer.

Na trama, John é um garoto solitário que ganha de presente de seus pais um ursinho de pelúcia. Ele fica apegado ao urso e quer que ele seja o seu amigo para a vida toda. Na noite quando vai dormir, ele deseja que o urso fale com ele. Uma estrela cadente passa e eis que pela manhã o urso está lá, vivo, para horror dos pais de John, que depois se acostumam e passam a acreditar que aquilo foi milagre de Jesus.

Ted começa a ficar famoso. Afinal, é a primeira vez que um urso de brinquedo ganha vida. Mas como toda fama, ela passa. E anos depois, quando John está com 35 anos (Mark Wahlberg), o urso também envelhece de espírito, mas não de aparência. Como uma celebridade esquecida, ele passa a se dedicar a fumar maconha e a assistir a velhos filmes, como FLASH GORDON, com seu amigo John. Que agora está de namorada (Mila Kunis). Ela é Lori, uma moça com quem John namora há quatro anos. Mas que já acha que está na hora de o namorado começar a ter mais responsabilidades na vida e que para isso precisa se livrar de seu ursinho.

E podemos dizer que esse é apenas o ponto de partida para uma história que ainda toma rumos bem inesperados, com um misto de aventura, bromance e comédia romântica. Ainda que o humor possa ser considerado grosseiro, envolvendo flatulências e sexo com animais (por animais, leia-se Ted), o amor que o filme transborda eclipsa ou pelo menos atenua esses momentos. É ótimo que o filme seja essa mistura e que Ted seja um urso maconheiro e desbocado. Se MacFarlane resolvesse seguir um caminho certinho - o que é pouco provável, devido ao seu histórico -, certamente seu filme não teria alcançado o sucesso que alcançou, tanto de público, quanto de crítica.

No mais, o filme conta com um ritmo quase perfeito, o casal Wahlberg e Kunis tem uma excelente química, a brincadeira em torno das celebridades é bem engraçada e a participação de celebridades como a cantora Norah Jones e Sam J. Jones (o Flash Gordon do filme camp de 1980), além de outras pequenas surpresas, tudo isso faz de TED uma das mais agradáveis e inventivas comédias do ano.