terça-feira, setembro 25, 2012

PODER PARANORMAL (Red Lights)



Assim como o recente O DESPERTAR, horror gótico de casa assombrada estrelado por Rebecca Hall, PODER PARANORMAL (2012) tem como ponto de partida o trabalho de pessoas que desmascaram casos de charlatanismo, especialmente em familias que são assombradas por supostos espíritos perturbadores. Mas a única coisa em comum entre os dois filmes é isso, embora seja algo suficiente para menção, já que o embate entre o ceticismo e o acreditar é um tema já muito antigo e alguns filmes de horror, inclusive, optaram pela ambiguidade.

Em PODER PARANORMAL, Sigourney Weaver e Cillian Murphy são dois físicos que trabalham neste tipo de coisa, além de darem aulas em universidades a respeito. A intenção é sempre provar que há alguma explicação racional para fatos considerados milagres ou assombrações. Até que chega à cidade um famoso homem de poderes paranormais que retorna de uma aposentadoria. Este homem é Simon Silver, vivido por Robert De Niro. Cillian Murphy o vê como o próximo a ser desmascarado, mas Sigourney Weaver, mais veterana no meio, tem certo receio de se aproximar do vidente cego.

Aliás, tanto o termo "vidente" quanto o termo "médium", este último usado nas legendas tanto deste filme quanto em DREDD, não cabem muito bem para traduzir o original "psychic", que é a pessoa que tem habilidades que vão além do normal, como ler mentes ou ter poderes telecinéticos. Por não encontrar um equivalente bom e popular na língua portuguesa, optaram por "médium", que tem mais a ver com o espiritismo.

Mas voltando ao filme, é impressionante como Rodrigo Cortés tira leite de pedra de um roteiro que tem uma conclusão insatisfatória e um desenvolvimento depois de sua segunda metade que perde um pouco o ritmo. Ainda assim, é um filme intrigante, há um excelente cuidado com a caracterização dos personagens de Weaver e Murphy, há um De Niro acima da média (ele geralmente tem sorte quando adentra o território do horror), e há a nova e bela Elizabeth Olsen, do inédito no Brasil MARTHA MARCY MAY MARLENE e de A CASA SILENCIOSA. Nota-se com essa amostragem que ela tem se aproximado do cinema de gênero e lhe dado credibilidade na medida do possível.

PODER PARANORMAL é um filme cheio de cartas na manga. Pena que a conclusão não seja tão satisfatória para um filme que oferece tantos momentos de tensão e cenas dramáticas bem cuidadas, como as que envolvem Sigourney Weaver e o filho que está há décadas em estado vegetativo. Entre o ótimo desenvolvimento inicial e o final um tanto insatisfatório, PODER PARANORMAL pode ser visto como um bom filme que merece a atenção dos apreciadores do gênero e mostra que ENTERRADO VIVO (2010) não foi sorte de principiante do diretor.

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