![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUDlcuyCEUbZmcigw_s_qhSqo8e68lQbS9MKhMF7Z8cBV7ZeUKOXFc1honeDAcr5rCRDnTKkpomhe7g_6TYfJW9Vwiio6-NBMpckxaqNA8xuMVXC3OYrOu9shhwUBP8YargdrL/s1600/13616277_lMSZw.jpg)
Uma das boas surpresas do Festival de Gramado, SUPER NADA (2012), de Rubens Rewald e Rossana Foglia, é desses filmes que vai conquistando o espectador aos poucos. No início, tanto o filme quanto o protagonista, Guto, vivido por Marat Descartes, são um tanto patéticos, aparentemente. Mas depois vemos que o comportamento do personagem vem do fato de que ele é um artista que trabalha com mímica e humor físico. Descobrimos isso quando o vemos no palco. É quando o filme começa a ficar interessante. E daí pra frente ele só melhora, principalmente quando flerta com o suspense e até com o horror e muitas vezes com uma melancolia muito bonita e poética.
Há a figura do Super Nada, um personagem de televisão vivido por Jair Rodrigues, que pode até não ser um grande ator, mas tem carisma suficiente para conquistar a audiência. Ele rouba as cenas quando aparece. O programa que ele faz apresenta um conjunto de esquetes cômicas um tanto sem graça, mas que, justamente pelo humor duvidoso e pelo aspecto decadente da figura do protagonista, funciona muito bem para o filme. Além de servir também como uma crítica à televisão.
O fato mais importante da trama se inicia a partir do momento em que o personagem de Descartes é convidado para fazer um teste para o "Super Nada". A partir daí, uma série de eventos acontece que mexem com a cabeça de Guto. Vale lembrar que o filme inicia mostrando o esforço de Guto ganhando dinheiro em pequenas participações pouco nobres em filmes; e em alguns momentos até trabalha na rua para ganhar alguns trocados.
Ao final do filme, é possível alguém sair imitando um dos números de Guto (o do procurar alguma coisa nos bolsos) ou mesmo dizendo uma das falas recorrentes do personagem de Jair Rodrigues: "não está fácil pra ninguém". Muita gente comentou de uma possível premiação para o cantor, mas o único prêmio que o filme ganhou no festival foi o de melhor ator para Descartes. O que não deixa de ser merecido.
P.S.: No Blog de Cinema do Diário do Nordeste, dois textos meus sobre filmes que vêm por aí: um sobre O HOMEM MAIS PROCURADO DO MUNDO, de John Stockwell, e outro sobre SILVER LINES PLAYBOOK, de David O. Russell.