sábado, setembro 22, 2012

HOUSE – SEXTA TEMPORADA (House – Season Six)



A sexta temporada de HOUSE (2009/2010) se assemelha a um bombom com gosto amargo na superfície e muito doce por dentro. Assim é o contraste entre o início e o fim dramáticos e a leveza dos episódios descontraídos ao longo da temporada. A sexta também foi a que mais experimentou, a que mais contou com episódios que saíram da fórmula "doença difícil de diagnosticar + tentativa da equipe de resolver + brincadeiras envolvendo a vida particular da turma + solução do caso, sempre nos últimos minutos do episódio".

Antes de tudo, a temporada já começa com um episódio duplo, o que é uma novidade para HOUSE. E este episódio é apresentado sem a vinheta tradicional, com aquela música do Massive Attack, que é sempre um charme. Em vez disso, vemos Gregory House sofrendo em um hospital psiquiátrico para desintoxicação, depois de anos tomando Vicodin. Isso, ao som de "No surprises", do Radiohead, e de créditos de abertura que não apresentam o tradicional elenco da série.

Na temporada passada, House havia começado a enxergar coisas, a ter alucinações, geradas por anos tomando a medicação pesada para a dor em sua perna. Quando viu que aquelas alucinações poderiam prejudicar a sua vida profissional, ele mesmo resolveu se internar numa clínica. Assim, esse episódio duplo que se assemelha a um filme de longa-metragem foge bastante da fórmula da série.

Mas isso logo vai mudando a partir do episódio seguinte, quando as coisas começam a voltar ao normal e o clima de agradável familiaridade volta à tona. A dança de cadeiras da equipe, a começar pelo próprio House, foi uma marca da série. Assim como uma maior ênfase em Cuddy, a diretora do hospital. Aliás, tanto Cuddy quanto Wilson ganham episódios especiais mostrando suas rotinas diárias, enquanto House e seus pupilos são vistos como coadjuvantes. São episódios interessantes, que fogem do habitual. Há também o episódio do desaparecimento de uma criança, que faz com que todos fiquem presos no Hospital até que seja solucionada a situação.

Quanto aos casos, um dos mais interessantes é o do sujeito que tem um Q.I. altíssimo, um brilhante físico que toma algo para "emburrecer" e conseguir continuar com a esposa. O episódio se chama "Ignorance is bliss". Outro episódio interessante, menos pelo caso médico, e mais pela envolvida é "Open and shut", que traz ninguém menos que Sarah Wayne Callies, a beldade de PRISON BREAK e THE WALKING DEAD. Vê-la contracenando com Olivia Wilde, a Dra. "Thirteen", é uma visão do paraíso.

Mas embora os episódios, em sua maioria, sejam bem descontraídos e provoquem risos, o tema da solidão de House sempre paira no ar, dando à série esse sabor agridoce que faz com que nos apaixonemos por ela. E é com um gosto amargo que terminam os últimos episódios da série, especialmente o último e decisivo "Help me", que me fez chorar. É um episódio em que a equipe do Hospital Princeton é chamada para ajudar um grupo de pessoas que ficaram feridas num acidente que destruiu um prédio comercial. House encontra uma mulher com a perna presa em toneladas de destroços. O episódio em si é devastador, desses de fazer a gente querer um abraço de alguém.