sexta-feira, fevereiro 17, 2012

A CONDENAÇÃO (Conviction)



Acho que se eu tivesse escrito a respeito de A CONDENAÇÃO (2010) no calor da emoção, logo que saísse da sessão, há algumas semanas, teria colocado o filme em um patamar mais elevado. Agora, que o sangue desceu, nem tanto. Quando eu via o trailer, ficava com a impressão de que o filme era um melodrama bem sem vergonha de ser infeliz – ou feliz, dependendo do final. E realmente o filme carrega bastante nas tintas. Mas não tenho do que reclamar. Sou doido por um bom melodrama, desses de fazer chorar bastante.

E não sei por que razão esses filmes sobre pessoas inocentes que são presas e que conseguem sair de uma maneira ou de outra depois de muito sofrimento, como HURRICANE – O FURACÃO ou UM SONHO DE LIBERDADE, mexem tanto com os nossos sentimentos. E A CONDENAÇÃO é mais um título a engrossar a lista. O fato de ser baseado numa história real torna a dramatização ainda mais impressionante, por mais que o filme a romantize bastante.

Na trama, Sam Rockwell é um sujeito que tem um temperamento forte, tem o pavio curto, e acaba sendo o principal suspeito do assassinato de uma mulher. No tribunal, suas ex-namoradas - uma delas vivida por uma Juliette Lewis bem white trash – testemunham contra ele, fazendo com que, sem outras evidências a seu favor, o júri o considere culpado e ele pegue prisão perpétua. Depois de uma tentativa de suicídio na prisão, sua irmã que tanto o ama (Hilary Swank) resolve, então, fazer uma faculdade de Direito e passar na prova de advogado, para poder tirá-lo da prisão. Nem que para isso tenha que sacrificar o seu casamento e a sua vida particular.

Trata-se mesmo de uma história digna de virar um filme. Uma história de amor e sacrifício. E que bom que eles puderam contar com um elenco tão bom. Hilary Swank passa credibilidade ao papel e o filme deve a ela metade do mérito. O restante vai para a boa condução narrativa por parte do diretor Tony Goldwyn e para o elenco de apoio, como a delegada vivida por Melissa Leo e a advogada vivida por Minnie Driver. Ao chegar ao final, só os corações de pedra não chorariam. O cinema em peso, aliás, chorou nos momentos mais emocionantes. Experiências coletivas assim fazem parte da mágica do cinema. Principalmente em espíritos mais sentimentais.

P.S.: Saiu ontem o resultado final do prêmio Alfred. Confiram os vencedores nas mais diversas categorias no blogue da Liga. Destaque para a arte caprichada de Egídio La Pasta Jr., que fez os cartõezinhos dos vencedores.

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