sábado, fevereiro 25, 2012

TÃO FORTE E TÃO PERTO (Extremely Loud & Incredibly Close)



O último dentre os indicados a melhor filme na edição do Oscar de 2012 a estrear no Brasil, TÃO FORTE E TÃO PERTO (2011) foi destaque no dia do anúncio dos indicados. Foi o único filme a ser aplaudido e recebido com gritinhos de euforia por parte de um grupo de simpatizantes. Achei muito curiosa essa reação. Mas o filme tem recebido uma saraivada de críticas negativas, como aconteceu com O LEITOR (2008), o trabalho anterior de Stephen Daldry, também indicado a melhor filme, três anos atrás. Aliás, dos quatro longas-metragens do diretor, três receberam indicação à categoria principal e BILLY ELLIOT (2000), sua estreia, faturou uma indicação a melhor direção. Um feito tão admirável quanto incompreensível.

Não apreciando os trabalhos de Daldry, estava esperando de TÃO FORTE E TÃO PERTO um filme chato e cheio de falhas. E ele pode ser mesmo chato em alguns momentos e ter suas falhas, mas dá para contar nos dedos os que não as têm. Um dos problemas está principalmente na busca do garoto pelo tal segredo que o pai guardou. Esse argumento é o principal ponto fraco, mas ele é importante para que o filme atinja o seu objetivo final.

TÃO FORTE E TÃO PERTO (esse título nacional incomoda bastante) lida com a perda do pai de um garoto (o estreante Thomas Horn) durante o ataque às Torres Gêmeas no 11 de setembro. Ou "o pior dia", como o menino costuma dizer. O pai é vivido por Tom Hanks, que com seu jeito de boa pessoa passa também a impressão de pai devotado e amável. A mãe, interpretada por Sandra Bullock, já não tem o mesmo elo com o garoto. Até porque ele sofre de alguns distúrbios – é muito inteligente, mas não consegue se socializar ou viver como os outros de sua idade, tendo algumas fobias.

Ainda que o garoto se saia muito bem, os melhores momentos do filme acontecem graças aos coadjuvantes. Viola Davis, como a primeira estranha que o recebe, chorando, não se sabe por quê; Sandra Bullock, com suas tentativas de se aproximar do garoto e suas declarações de amor tão comoventes; e Max von Sydow, no papel do senhor que não fala e se comunica apenas com gestos e palavras escritas em blocos de papel, mas que se torna o mais próximo da figura paterna que ele perdeu. O final, belo e cheio de amor, talvez não seja tão atraente àqueles que não gostam de filmes que incitam às lágrimas, mas que comoveu bastante este que vos escreve.

TÃO FORTE E TÃO PERTO recebeu duas indicações ao Oscar, nas categorias de filme e ator coadjuvante (Max von Sydow).

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