sexta-feira, setembro 05, 2003

A MALDIÇÃO DE FRANKENTEIN (The Curse of Frankenstein)



Ontem eu vi numa cópia feita pelo Fab Rib (essa fita rendeu...hehehe) A MALDIÇÃO DE FRANKENSTEIN (1957), produção da Hammer, que na época resgatava os monstros clássicos filmados pela Universal nos anos 30 (Drácula, a múmia, Frankenstein) e os atualizava para as novas platéias.

Como não cheguei a ver o FRANKENSTEIN de 1931, minha comparação é com o desastroso filme dirigido pelo Keneth Branagh em 1994. Perto do filme do Branagh, essa versão da Hammer, dirigida pelo Terence Fisher, dá de dez. Consegue até ser um pouco mais verossímil, coisa que é bastante difícil nessa história da Mary Shelley, que está mais para uma fábula sobre a tentativa desastrosa do homem de tentar ser igual a Deus do que realmente um filme de ficção científica. Como a história da Torre de Babel da Bíblia, por exemplo.

Mas no cinema, e em especial nessa produção, essa moral da história fica em segundo plano. O que vale são as cenas, as imagens, as interpretações e a capacidade de entreter ou emocionar a platéia. A MALDIÇÃO DE FRANKENSTEIN cumpre bem esse papel. Mas com um diretor como Fisher e a dupla de celebridades Peter Cushing e Christopher Lee não poderia ser diferente. Interessante que assim como em DRÁCULA: O PRÍNCIPE DAS TREVAS (1965), Christopher Lee não emite uma palavra sequer no papel da criatura. Ainda assim ele é bem expressivo.

Não lembro no filme de Branagh se o Dr. Frankenstein chegava a matar para conseguir partes do corpo para compor a criatura. Por isso, nesse filme, essa parte chegou a me surpreender.

Ainda assim, o melhor filme de Frankenstein que eu assisti continua sendo disparado FRANKENSTEIN: O MONSTRO DAS TREVAS (1990), de Roger Corman, que não é uma adaptação do livro da Mary Shelley, e envolve uma viagem no tempo e traz a própria Mary Shelley, interpretada por Bridget Fonda, participando da história. Esse filme do Corman é muito foda. E o cara tinha passado mais de vinte anos sem dirigir nada.

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Na mesma fita que tinha o FRANKENSTEIN estavam gravados curtas do Eduardo Aguilar e do André Kapel. Acho difícil comentar curtas, mas vou tentar:

OS ÚLTIMOS DIAS DO PAPAI NOEL

Divertido filme que parece ter sido inspirado diretamente na música dos Garotos Podres. Ótima a seleção das músicas. Inclusive tem faixa do Euthanasia do Heráclito também. Muito boa a inclusão da música nas cenas. Dá um gás e um ritmo no trabalho que só vendo. O vídeo mostra o lado fã de terror do Aguilar, diferente das suas incursões mais pessoais e introspectivas anteriores (PUTA SOLIDÃO e DIAS CINZENTOS). Ótima edição. Sem falar que a tal música do Papai Noel é bem contestadora e manda à merda o "bom velhinho", que só dá presente pros ricos. Hehehehe

ATO 13

Vídeo do André Kapel de apenas dois minutos e que introduz um livro misterioso que vai ser importante para o próximo curta dele.

NOTURNO

Continuação de ATO 13. Caramba!! Fiquei realmente surpreso com a qualidade do filme. Tanto no que se refere à atmosfera quanto com relação aos efeitos e à qualidade da produção. A Samantha, a atriz do filme, é muito boa, hein. Seria o Kapel o Shyamalan brasileiro?? (Nem sei se ele vai gostar dessa comparação. hehehe)

HOTEL

Esse curta infelizmente tava no finzinho da fita e não pude ver como termina. Achei o clima, o visual, os efeitos, tudo muito legal. Mas tem uma coisa bem Lucio Fulci: trama confusa. O que tem dentro daqueles vidrinhos? O que acontece com as pessoas? Viram zumbis? Por que aquele cara usa uma máscara? Não achei tão bom quanto NOTURNO, mas é coisa fina também. Se bem que se eu tivesse visto o final talvez entendesse tudo.

Parabéns para o Aguilar e para o Kapel!!! O futuro do nosso cinema está em boas mãos.

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