terça-feira, julho 28, 2015
NOSFERATU – O VAMPIRO DA NOITE (Nosferatu: Phantom der Nacht / Nosferatu the Vampyre)
Muito interessante este NOSFERATU - O VAMPIRO DA NOITE (1979), remake que Werner Herzog, muito corajosamente, fez do clássico NOSFERATU (1922), de F.W. Murnau. Klaus Kinski ficou perfeito como a criatura sugadora de sangue e Isabelle Adjani está linda como Lucy, com a pele tão alva quanto a pele branca do vampiro. A cor de sua pele pode até sugerir uma tentativa de trazer à personagem a pureza necessária para se sacrificar a fim de destruir o monstro, embora, no fim, provavelmente devido à mudança dos tempos, ela não pareça tão pura quanto a protagonista do filme de Murnau.
Já Bruno Ganz, na pele de Jonathan Harker (desta vez não houve problema em utilizar os nomes dos personagens do livro de Bram Stoker), pareceu um tanto velho para o papel, embora isso não seja necessariamente um grande problema. Só me ocorreu que, de alguma maneira, ele não seria a pessoa adequada. Acho que fiquei pensando, inconscientemente, em seu papel em A QUEDA! AS ÚLTIMAS HORAS DE HITLER, ou outro filme que tenha feito.
De todo modo, pode-se dizer que a recriação de Herzog, apesar de dar um final diferente do original e ainda não muito satisfatório, foi bem-sucedida. Deixa mais claras algumas coisas que ficam no ar no filme mudo e há pelo menos uma cena digna de figurar entre as mais belas e sinistras que já vi em filmes de vampiros: o momento em que Drácula entra furtivamente no quarto de Lucy e não vemos seu reflexo no espelho, mas a sombra na parede. Depois ele aparece ao lado. Sequência fantástica.
A ideia de usar alho para imobilizar Jonathan funciona até certo ponto. Não sei se consta no romance de Stoker. Mas o problema que vejo do filme é o mesmo que vejo com o de Murnau, ou seja, por trazer uma história já vista, ainda que de outras maneiras, em outros filmes, a novidade acaba ficando por conta dos detalhes. No caso deste filme, em particular, há a comparação direta com o trabalho que ele reflete.
As sombras do expressionismo alemão são também usadas e homenageadas por Herzog, embora aqui haja a cor, e com ela vem o sangue vermelho, que já, àquela altura, fora bastante explorado nas produções da Hammer. De todo modo, embora não seja um filme assustador, há algo de inquietante e momentos bem inspirados que valem bastante a conferida. Até porque Herzog não é um cineasta qualquer.
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