quarta-feira, maio 18, 2011

O HOMEM DO PLANETA X (The Man from Planet X)



Edgar G. Ulmer é o homem por trás de um dos filmes mais cultuados do ciclo noir americano dos anos 1940: CURVA DO DESTINO (1944). Ele, assim como quase todos os cineastas americanos da época, havia aderido ao espírito dark daquela década, quando as sombras eram mais importantes do que a luz, o que não se via era tão importante quanto o que se via. E assim como Anthony Mann passou o seu registro noir quando se tornou um diretor de westerns na década de 1950, Ulmer fez o mesmo numa ficção científica B chamada O HOMEM DO PLANETA X (1951).

Peguei o livro de entrevistas de Peter Bogdanovich ("Afinal, Quem Faz os Filmes") para vê-lo falando a respeito da obra, mas infelizmente, ele teve um derrame e logo depois morreu, não dando tempo para que os dois cineastas pudessem falar sobre as obras da década de 1950 em diante. Uma pena. Mas o filme está aí para ser apreciado e descoberto, já que não é tão famoso quanto outros trabalhos do gênero da mesma década quanto A MOSCA DA CABEÇA BRANCA, GUERRA DOS MUNDOS, VAMPIROS DE ALMAS e o recentemente comentado aqui A MULHER DE 15 METROS.

Porém, trata-se de coisa fina. Obra feita em poucos dias, com poucos recursos e atores desconhecidos, mas com um clima pegajoso e uma narrativa intrigante e divertida. Na trama, repórter resolve ir até uma ilha escocesa a fim de se aproximar de um cientista que investigava a aproximação de um planeta que estaria prestes a se chocar com o nosso. Chegando lá, ele faz logo amizade com a filha do cientista. Numa estrada daquele vilarejo ela encontra uma nave espacial e, dentro dela, um alienígena cabeçudo. Teria ele vindo em paz? Diferente de O DIA EM QUE A TERRA PAROU, de Robert Wise, ficção científica classe A do mesmo ano, a comunicação entre o E.T. e os terráqueos não nada fácil. Mas, mais importante do que a trama, é o clima de suspense que impregna todo o filme, com o medo, a paranoia e o mistério sempre presentes.

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