quarta-feira, maio 11, 2011
A MULHER DE 15 METROS (The Attack of the 50 Foot Woman)
Nem estava nos meus planos ver este A MULHER DE 15 METROS (1958), mas o que me chamou a atenção foi a morte de uma das atrizes do filme, Yvette Vickers, encontrada morta em sua casa recentemente, aos 82 anos, e com o corpo em estado de mumificação, o que indica que ela já estava morta há cerca de um ano. Isso me deixou triste. Não pela atriz, que sequer conhecia, mas pela situação de extrema solidão. A aposentada atriz era provavelmente tão solitária que ninguém procurou visitá-la durante todo esse tempo. Aliás, eu já vejo a velhice como solidão, quando a pessoa passa a ver seus amigos todos morrendo e as pessoas mais jovens pouco ligando para ele ou ela. Claro que existem exceções, mas em meus olhos machadianamente pessimistas é assim que eu vejo.
Quanto ao filme, diria que o cartaz é melhor. Deve ter sido um desses vários casos de cartazes feitos antes do filme ou do roteiro, mostrado para um desses produtores de quinta categoria para exibi-lo em drive-ins. Acontecia muito nas décadas de 40 e 50. Os anos 50, inclusive, foram a década em que o filme de horror foi substituído – ou acrescido – pela ficção científica. Era a era atômica, quando os Estados Unidos viviam sob o pavor de sofrerem o mesmo mal que afligiram ao Japão na Segunda Guerra Mundial. Assim, havia muitos filmes sobre radiação que transformava as pessoas.
No caso de A MULHER DE 15 METROS, Allison Hayes é uma mulher milionária que é chifrada pelo marido, que só quer saber do seu dinheiro e fica o tempo todo no bar com a outra (Yvette Vickers). Ela já tem um histórico de alcoolismo e visitas a sanatórios e quando diz que viu um homem gigante em uma nave no meio da estrada ninguém acredita. A coisa se complica quando o corpo dela passa a adquirir dimensões gigantescas, como a do alienígena que ela vira.
Infelizmente o filme mais promete do que cumpre e os efeitos especiais envelheceram bastante. A mão gigante, então, é horrível. Qualquer escola de samba do Rio de Janeiro faria melhor. Os melhores momentos ficam para o final, quando o filme já está pertinho de acabar, que são as imagens icônicas de Allison perto de postes de energia elétrica ou arrancando o teto do bar à procura do marido. No mais, o filme perde para vários outros exemplares da sci-fi produzidos naquela década.
A MULHER DE 15 METROS ganhou um remake em 1993, estrelado por Darryl Hannah. Nunca vi, mas parece que também não é grande coisa.
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